Não estranhem a
pergunta. A resposta é Não (!); com o sistema prisional que temos, não!
Os jovens que se
foram, vitimados da ação de delinquentes juvenis, são os que receberam a
punição máxima – pena de morte que não existe no Brasil, mas é o que está em
vigor com a conivência de leis que garantem impunidade aos assassinos, os quais
contam com fiéis defensores de seus direitos. Às famílias enlutadas resta a
saudade e a dor.
Venho digerindo
como dá, as constantes notícias do assassinato de jovens e cidadãos em geral (50
mil/ano), praticados por delinquentes reincidentes irrecuperáveis. O noticiário
policial relata todos os dias, não um, mas vários casos de crimes hediondos, o
que nos leva a desejar intimamente que ocorra um milagre que reverta a situação
calamitosa a que se chegou.
Tenho defendido uma
mudança na educação, a revalorização do papel da família, e um estado menos
invasivo em questões familiares, educacionais e religiosas. Diz o ditado, que
muito ajuda quem não atrapalha. E o estado que tudo quer controlar, manipular,
regular, etc., está invadindo espaços demais na vida dos cidadãos. Enquanto o
governo adota medidas questionáveis, como a do desarmamento de civis, por
exemplo, ao mesmo tempo em que afaga o criminoso menor de até 18 anos ao lhe
garantir impunidade, está a reforçar a situação de caos e insegurança que
domina o país.
- ‘Não reaja!’ –
foi a recomendação aos cidadãos de bens feita pelo ministro da Justiça.
Perguntado a um jovem porque atirara na vítima, ele respondeu: - ‘ele reagiu...
’ – ou seja, a mensagem do ‘não reaja’ foi assimilada pelo bandido como uma
autorização para ele atirar, pois a vítima não tinha o direito de reagir (!). A
que ponto chegamos!
Não sou a favor de
leis para que os cidadãos andem armados, como já ocorre em algumas cidades
americanas, onde a lei impõe que cada um tenha sua arma. Em minha infância, meu
pai tinha um revólver. Fomos, eu e meus irmãos muito bem informados do perigo
que ela representava, e que era apenas para segurança contra possíveis ataques
de animais perigosos. Raras vezes foi utilizada para essa finalidade, porém
algumas vezes ela serviu como meio de comunicação. No bairro rural onde morávamos,
as casas ficavam dispersas em pequenas propriedades, e havia um código de
comunicação: um tiro para o alto tinha um significado, dois, outro. Os vizinhos
mais próximos logo compareciam ao local para saber de que se tratava e prestar
ajuda em caso de alguma emergência. Por isso, arma para mim, nunca representou ameaça.
Mas já passei pelo susto de uma arma apontada a pequena distancia ao tomar um táxi. Escapei, eu e mais duas colegas, graças
a ação rápida do motorista que aproveitou uma brecha no transito e acelerou.
A fala de um desses
delinquentes de que atirar a primeira vez e matar fora complicado, mas que
depois foi fácil e que já havia perdido a conta, nos leva a concluir que há
pessoas e pessoas. Para ser mais clara: há seres humanos com sentimentos e
valores que realmente fazem parte do universo do bem, e há seres – os ‘sacos
vazios’ (Castanheda)- não humanos que se aproveitam de pessoas dominadas por
vícios, maus hábitos, sem personalidade e fáceis de dominar e que são usados
por eles. Recuperar quem se deixou dominar, somente se ele quiser e se esforçar
para tal.
‘Orai e vigiai’,
não é mera retórica religiosa. A vida ensina muita coisa.
- Substitua o
espírito da força pela força do espírito’!