terça-feira, 16 de abril de 2013

SERÁ POSSÍVEL HUMANIZAR OS DESUMANOS DELINQUENTES?


Não estranhem a pergunta. A resposta é Não (!); com o sistema prisional que temos, não!
Os jovens que se foram, vitimados da ação de delinquentes juvenis, são os que receberam a punição máxima – pena de morte que não existe no Brasil, mas é o que está em vigor com a conivência de leis que garantem impunidade aos assassinos, os quais contam com fiéis defensores de seus direitos. Às famílias enlutadas resta a saudade e a dor.
Venho digerindo como dá, as constantes notícias do assassinato de jovens e cidadãos em geral (50 mil/ano), praticados por delinquentes reincidentes irrecuperáveis. O noticiário policial relata todos os dias, não um, mas vários casos de crimes hediondos, o que nos leva a desejar intimamente que ocorra um milagre que reverta a situação calamitosa a que se chegou.
Tenho defendido uma mudança na educação, a revalorização do papel da família, e um estado menos invasivo em questões familiares, educacionais e religiosas. Diz o ditado, que muito ajuda quem não atrapalha. E o estado que tudo quer controlar, manipular, regular, etc., está invadindo espaços demais na vida dos cidadãos. Enquanto o governo adota medidas questionáveis, como a do desarmamento de civis, por exemplo, ao mesmo tempo em que afaga o criminoso menor de até 18 anos ao lhe garantir impunidade, está a reforçar a situação de caos e insegurança que domina o país.
- ‘Não reaja!’ – foi a recomendação aos cidadãos de bens feita pelo ministro da Justiça. Perguntado a um jovem porque atirara na vítima, ele respondeu: - ‘ele reagiu... ’ – ou seja, a mensagem do ‘não reaja’ foi assimilada pelo bandido como uma autorização para ele atirar, pois a vítima não tinha o direito de reagir (!). A que ponto chegamos!
Não sou a favor de leis para que os cidadãos andem armados, como já ocorre em algumas cidades americanas, onde a lei impõe que cada um tenha sua arma. Em minha infância, meu pai tinha um revólver. Fomos, eu e meus irmãos muito bem informados do perigo que ela representava, e que era apenas para segurança contra possíveis ataques de animais perigosos. Raras vezes foi utilizada para essa finalidade, porém algumas vezes ela serviu como meio de comunicação. No bairro rural onde morávamos, as casas ficavam dispersas em pequenas propriedades, e havia um código de comunicação: um tiro para o alto tinha um significado, dois, outro. Os vizinhos mais próximos logo compareciam ao local para saber de que se tratava e prestar ajuda em caso de alguma emergência. Por isso, arma para mim, nunca representou ameaça. Mas já passei pelo susto de uma arma apontada a pequena distancia ao tomar um táxi.  Escapei, eu e mais duas colegas, graças a ação rápida do motorista que aproveitou uma brecha no transito e acelerou.
A fala de um desses delinquentes de que atirar a primeira vez e matar fora complicado, mas que depois foi fácil e que já havia perdido a conta, nos leva a concluir que há pessoas e pessoas. Para ser mais clara: há seres humanos com sentimentos e valores que realmente fazem parte do universo do bem, e há seres – os ‘sacos vazios’ (Castanheda)- não humanos que se aproveitam de pessoas dominadas por vícios, maus hábitos, sem personalidade e fáceis de dominar e que são usados por eles. Recuperar quem se deixou dominar, somente se ele quiser e se esforçar para tal.
‘Orai e vigiai’, não é mera retórica religiosa. A vida ensina muita coisa.

- Substitua o espírito da força pela força do espírito’!