Os acontecimentos – bons ou trágicos – contêm lições de vida. Para os que sofrem as suas conseqüências e para todos os outros, simples espectadores.
Assim como a ampulheta, que de grão em grão de areia que vai passando pelo orifício vai registrando o tempo, nós também escoamos nossa vida ao sabor dos acontecimentos. São oportunidades, algumas bem amargas, para aprender.
Os meios de comunicação mostram em tempo real o que vai pelo mundo. Tragédias não faltam. Qual será a mais traumatizante, a mais dolorida, a mais destruidora?
– Todas levam vidas que se vão como meras folhas arrancadas por uma tormenta. De uma forma ou outra, todos os seres humanos tem seu dia de provação. Nós não fugimos à regra; há dezesseis anos vivemos experiência para não esquecer e perder o sono por muito tempo com as lembranças. Sabemos, pois como as pessoas se sentem diante de uma fatalidade – especialmente quando essa “fatalidade” poderia ter sido evitada. Creio que consegui assimilar a lição. Também serviu para provar e comprovar nossas forças para enfrentar as adversidades impostas pela natureza e reforçadas pela incompetência de administrações politiqueiras.
Dizem que na prosperidade, nossos amigos nos conhecem, mas é nas adversidades que sabemos quem é o verdadeiro amigo. Eles não nos faltaram.
Lembramos também das vezes que mão invisível nos desviou de outras fatalidades, que, se formos estabelecer uma comparação, teriam sido mais traumáticas e talvez fatais, como no caso de desistir de ir a uma agência bancária no meio do caminho e ao chegar em casa soubemos do assalto com mortes no local.
O tempo passa. As lições ficam. A gratidão pela mão amiga visível ou pela invisível que nos desviou do caminho da tragédia será eterna.
A insensibilidade das pessoas que se aproveitam das tragédias e da miséria humana é tão chocante quanto a desgraça ocorrida – não importa a intensidade ou grau de destruição física, material, moral...
Apontar culpados é um esporte, no mínimo degradante, quando alguém faz a interpretação pela sua medida – a do juiz da hora ditando sentenças...
Não falaremos das mais recentes tragédias. Lamentamos que ainda ocorram as catástrofes por irresponsabilidade humana.
Um cargo, um posto de comando dentro de uma administração pública ou privada só deveria ser ocupado por quem comprovadamente tiver capacidade e idoneidade para tal função. Infelizmente não é essa a regra principalmente no setor público. Assim, a autoridade que, ao assumir um cargo, ignora sua co-responsabilidade em relação aos cidadãos em geral, no mais amplo sentido de sociedade e Nação, demonstra que está no lugar errado. Retirar-se das funções com um pedido de desculpas é o mínimo que se espera de um cidadão ético. Infelizmente não é o que tem ocorrido.
A maioria deles não aprende a lição que a vida lhes impõe. Será que é um problema de QI? – Dizem que as pessoas em grupo são menos inteligentes, pois teriam seu QI alterado. Tudo é possível.
Na verdade, o grupo dilui a responsabilidade e o prato feito da boa vida fala mais alto. Eles já ‘amarraram o boi na sombra’... E, lágrimas de crocodilo caem bem no momento oportuno.
A lição é para todos. Principalmente para os que lhes sofrem as conseqüências. A cada um o seu, no seu dia.
Pensamento: - “A linguagem do olhar é a mais sincera. Quem não a entende, jamais entenderá uma longa explicação”.