quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

SÃO PAULO - PIONEIRISMO - TRABALHO PRODUTIVO - CAPACIDADE CRIATIVA

São Paulo, não só a cidade, mas também o Estado tem tido a boa sorte de contar com pioneiros que abriram as portas ao progresso e ao crescimento econômico nacional. Talvez seja pela multiplicidade de migrantes que lá se estabeleceram, e, que troxeram consigo a força de trabalho produtivo, que aliado à capacidade criativa, fizeram  a diferença.
Ouvi muitas vezes meus avós e pais repetirem: - "mãos e mente ocupada não deixam lugar para tonterias" - incentivando-nos a sempre aprender e colocar em prática os conhecimentos. Os exemplos de pessoas que ocuparam seu tempo e capacidade criativa e os puseram em prática são muitos.
Vimos ontem a notícia sobre o lançamento pelo governo paulista do projeto das carretas (viarápida) com salas para a profissionalização de jovens e adultos em várias áreas, com cursos grátis de solda, corte e costura, cabelereiras, etc., e que devem circular pelo interior do Estado de S. Paulo atendendo à população.
Esse tipo de iniciativa corresponde a abertura de novos horizontes na vida das pessoas, pois  cria oportunidades para crescerem profissionalmente; ações como essa devem se multiplicar. Assim, de polo de atração, a cidade passa a polo de irradiação de aportunidades de aprendizado sem a necessidade da migração das pessoas para a cidade.
Por ocasião das festividades de aniversário da cidade vimos um projeto que visa  reorganizar o espaço urbano para melhorar a qualidade de vida de todos os cidadãos. Esperamos que saia do papel e se torne realidade. Assim como um antigo projeto de navegação do rio Tietê com um porto flivial onde hoje funciona o Ceagesp.
Entre os exemplos de sucesso graças à capacidade criativa, do trabalho produtivo e de pioneirismo, na década de 1960 quando residia na cidade de São Paulo ficou registrado em nossa memória uma inusitada visita que fizemos com uma amiga, a uma família de seu relacionamento, no bairro do Tatuapé.
Enquanto tomavamos um cafezinho na confortável sala, tudo foi dominado por intenso cheiro de borracha vindo de um forno de vulcanização instalado na garagem da casa. Momentos depois, o dono da casa, com pedidos de desculpas, apareceu na sala com um par de chinelos gigantes, de borracha preta. Ante o protesto da mulher, ele exibiu sua criação: era uma sandália havaina de borracha recém saída do forno - literalmente!
Ele trabalhava na vulcanização de calçados masculinos e teve a idéia de utilizar a sola dos sapatos com talas para fabricar um chinelo no estilo dos chinelos de palha havaianos. As pessoas presentes deram seus palpites e ele, que de imediato só pensara em fazer um par de chinelos para uso próprio, resolveu aperfeiçoar a idéia.
Passadas algumas semanas e lá estavam à venda nas feiras livres e em algumas vendas do bairro as primeiras sandálias em tamanho menor e já nas cores preta, azul e vermelho; vieram depois as amarelas, as verdes...
Quando vejo as atuais - elegantes e decorativas sandálias de dedo - relembro a cena. Não guardei o nome daquele tímido senhor; mas graças a sua capacidade criativa, a sandália recém saída do forno está aí servindo milhões de pessoas.
Não basta ter idéias. É preciso colocá-las em prática. E para que isso ocorra, as pessoas tem que ter oportunidade de aprender e apoio para realizar projetos, pois o mundo atual é bem diferente de cinquenta anos atrás. Não podemos nos intimidar com crises fabricadas e propagas aos quatro ventos.
Aliás, a palavra crise = a oportunidade!