A cobiça leva aos mais fortes prejudicar os mais fracos; porém, se o mal recair sobre alguém mais forte, o cobiçoso pagará pelo mal que fez. Os ambiciosos seduzem muitas vezes os pobres com belas palavras e lisonjas tirando deles até o que é necessário e muitas vezes até a liberdade.
Por isso, o saber adaptar-se às circunstâncias, momentaneamente desvantajosas, é melhor que a rivalidade e a resitência. Todos tem o seu 'calacanhar de Aquiles', e, mais dia menos dia, até o maior dominador é derrotado - e o irônico da situação é que essa derrota muitas vezes se dá pela sua ignorância em relação às regras mínimas do bem viver.
Na vida pública são inúmeros os exemplos onde a cobiça pela riqueza e pela fama torna os ambiciosos, com telhado de vidro, alvos certeiros dos contragolpes da sorte. O tal conjunto da obra de que costumam se gabar, na realidade não passa de factóides infelizes de uma vida vivida na contramão da história. Como eles olham apenas para a versão de sua história, acabam se tornando ridículas figuras.
- Temos que conviver com esse estado de coisas? - Sim e não!
Sim, porque é o que manda o bom senso, para evitar situações de maior constrangimento. NÃO, porque temos liberdade de pensamento e de expressão, e o direito de pensar e agir diferente.
Essa gana de querer nivelar o povo pela ignorância deve e pode ser combatido de forma persistente usando o opressor ambicioso como o exemplo a não ser seguido, e cultivando o que é correto para assim ressaltar as grandes diferenças entre uns e outros.
Não somos todos iguais, não! Pensamos diferente. Temos ideias e objetivos diferentes. O adaptar-se significa remar a favor e aproveitar as oportunidades que sempre se apresentam de resistir e vencer os que se julgam mais fortes ou mais espertos. Temos que aprender a ler o livro nas suas entrelinhas; uma palavra é a chave que leva à liberdade interior que nenhum opressor será capaz de vencer.
A sabedoria popular diz; - "Os cemitérios estão repletos de pessoas que se julgavam insubstituíveis"... É só dar tempo ao tempo, que ele cumpre com sua função.
Os sítios arqueológicos contam histórias e mais histórias. São memoriais a céu aberto onde jazem os escombros de civilizações e das vaidades humanas. O templo do saber ocupa outros espaços não físicos, e portanto indestrutíveis.
"Bem mais frequentemente, o vento sacoleja o colossal pinheiro; em queda mais pesada, tomba a torre mais alta; e em altissimos montes se chocam os relâmpagos", (Horácio - Ode X)
Adaptar-se quando não houver outra saída, mas jamais submeter-se a pobres mortais que se auto promovem a alturas de onde serão arrancados pela violência que eles mesmo cultivaram.
