As tais políticas de ‘igualdade’ de que falam de boca cheia não igualam ninguém; elas se transformaram em uma neurose. Querem por que querem a igualdade como se fossemos clones. Na imaginação deles todas as pessoas teriam que agir como marionetes de acordo com uma ordem de comando correspondendo com respostas à la Pavlov.
Isso não existe! Nem os dedos de uma mão são iguais. Nem irmãos o são. Isto porque a humanidade é formada de indivíduos e não de ‘clones’.
Costumo ouvir alguns programas de entrevistas onde os debates só agitam idéias sem propostas que apontem caminhos para sair dessa hipnose a que se condicionaram. O ser humano é sugestionável e é disso que se vale o manipulador de massas impondo slogans e frases de efeito.
Falta informação a nível popular para que as pessoas possam crescer sem se sentir inferiorizadas por não ter um diploma universitário, por exemplo, ou por não saber ler e escrever, e, portanto valorizar muitas outras qualidades que possuem e um letrado não tem.
Uma pessoa estranhar o comportamento ou as características físicas e/ou étnicas de seus semelhantes é normal. Muitas vezes a própria pessoa não se aceita como ela é. A psicologia explica. Daí a querer reduzir todos através de uma igualdade utópica é simplesmente ridículo.
É gratificante e muito agradável ver o esforço de certas pessoas para mudar para melhor seu comportamento, sua aparência e seus conhecimentos. Aí entra um detalhe importante: a capacidade intelectual de cada um muitas vezes está a anos luz (tanto para mais, como para menos) da de seu próprio irmão, quanto mais de uma pessoa de outra cultura ou origem. É uma incoerência querer que todos obtenham altos rendimentos numa avaliação escolar, por exemplo. Não há ENEM que resolva!
Ontem ouvi um senhor numa dessa entrevistas dizer que antigamente não havia escola para todos, e hoje há. É verdade que havia uma seleção para o curso ginasial e ali começava a seleção de quem queria realmente estudar e tinha capacidade para prosseguir nos estudos. Já falamos e repetimos que naquela época 90% dos alunos eram bons ou ótimos e 10% fracos ou regulares. Quando liberaram a entrada para o ginásio sem exame de admissão (nada contra) inverteu-se a situação. Conheci de perto, como professora, a inversão. Tivemos que forçosamente diminuir o nível dos conteúdos e adotar o sistema de avaliação por testes onde muitos alunos chutavam e outros adoravam o sistema, pois ficava mais fácil colar do colega ao lado. Os 10% que eram os melhores buscavam sentar nas primeiras carteiras; não escondiam o descontentamento em ter que caminhar mais lentamente, mas souberam tirar proveito fazendo perguntas inteligentes enquanto os outros concluíam as tarefas. Foi essa a realidade que vivemos em sala de aula.
É o bom aluno que faz a boa escola e o bom professor, que mais exigido, se esforça também em dar o melhor aos alunos. Dizem que hoje há muitos alunos de classe média e baixa na Universidade. No passado também houve. A escola que chamam de elitista nunca existiu. Elite é o melhor. E os melhores estudaram no passado e estudam ainda hoje.
A realidade é que cada um tem SUA própria capacidade de aprendizagem e não serão leis e arranjos de avaliações que vão mudar a situação.
O debate é inócuo.
Não somos ‘clones’. Sempre haverá as diferenças individuais que falarão mais alto.