Assistimos a uma constante inversão de valores a se infiltrar nos mais variados setores. A Universidade vem vendo vítima de grupos politizados radicais – diga-se, minoritários – que estão impondo um regime de desordem e de desrespeito pelos colegas e pela autoridade numa espécie de vale tudo.
Sabemos que a formação do indivíduo passa por uma série de confrontos pessoais que precisam ser disciplinados. Numa primeira fase de tempo limitado, o indivíduo passa por uma luta interna enquanto as energias se manifestam no seu corpo físico e que tendem a estabelecer uma tirânica ditadura da matéria sobre o espírito. É a fase do jovem rebelde descobrindo e querendo se impor.
Após esta fase de desenvolvimento físico se estabelece uma paz relativa. Nesta primeira fase a criança e o adolescente estão sob a autoridade paterna ou responsável que deve lhe proporcionar uma educação não só em termos de conhecimentos escolares, mas também de princípios de convívio social, além de valores éticos, morais e religiosos. A escola também tem papel importante nesta fase, pois além dos conhecimentos formais curriculares, deve prevalecer a prática do princípio da hierarquia, onde a autoridade deve ser respeitada e se fazer respeitar.
Na segunda fase de desenvolvimento ocorre o confronte entre a liberdade e a autoridade (paterna, escolar, religiosa, jurídica). É o desejo de autonomia do individuo contra a ordem social.
O amor próprio instintivamente egocêntrico é de certa forma necessário por ser natural e via de crescimento progressivo e de aperfeiçoamento. Os excessos é que são prejudiciais. O individuo ‘A’ não é o único de sua espécie, e, portanto tem que respeitar o individuo “B” e todos seus semelhantes como se fossem a mesma pessoa. O aprender a colocar-se no lugar do outro vem sendo esquecida de há muito tempo.
Afirmar o EU à custa dos outros é o grande erro praticado contra a ordem e a harmonia social. Os atos de rebeldia costumam ser insuflados por pessoas sem escrúpulos e desejosas de promover a desordem para imperar.
Aqui entra a autoridade. A legitima autoridade existe para que haja equilíbrio, ordem, justiça e paz, corrigindo os desajustamentos praticados pelas ações egoístas, que, em benefício próprio, são capazes de eliminar o outro, cercear-lhe a liberdade de ir e vir, o direito de ter opinião contrária à dele - o ‘ditador’ - que se julga infalível e dono do mundo.
- “Nenhum Cain tolera de bom grado um Abel”! - é ao que estamos assistindo no momento atual nos acontecimentos recentes dentro da universidade. A luta a ser vencida é a de ordem social que está sendo travada entre a liberdade sem limites e a autoridade que deve zelar pela harmonia do todo. Uma minoria não pode se sobrepor à grande maioria de forma agressiva e desrespeitosa sob pena de se expor à represália da autoridade legitima.
É lamentável que esses fatos venham ocorrendo. São conseqüências de um longo período de descaso pela verdade e pela ética, e que vem sendo agravado pela prática da corrupção, pela impunidade dos delitos, pela moral frouxa dos governantes que tem dado o mau exemplo.
Urge restabelecer a ordem, pois a violência vem ganhando terreno e dominando a juventude em todos os níveis sociais.
Restabelecer a figura da autoridade legitima na condução harmoniosa do destino dos indivíduos é imprescindível se realmente queremos uma sociedade ordeira e justa.