- Tchim... Tchim... - Saúde! - Um brinde! - Vamos comemorar! - Todo
dia é tempo de festa ou se inventa uma desculpa para ‘bebemorar’.
Os apelos sobre as propriedades curativas e preventivas de algumas
bebidas nem sempre correspondem à verdade, pois cada organismo pode reagir de
maneiras diferentes ao consumo de álcool. E, quando se ultrapassa o limite, provoca graves
consequências para a saúde e para a segurança com reflexos na família e na
sociedade.
É bom lembrar que o alcoolismo é a porta para outros vícios que
criam dependência química. Daí, que deveria haver um esclarecimento maior junto
aos jovens que se deixam levar pelo momento de encontro com os amigos. Não
basta a recomendação: - ‘se beber não dirija’; ou ‘se dirigir não beba’.
Nosso Lembrete aos jovens: “- Nada é
proibido, mas nem tudo convém. Aprenda a dirigir sua vida”.
No meio da dispersividade provocada pelos meios de comunicação, os
efeitos das bebidas alcoólicas em jovens, aparecem como se fosse natural o seu
consumo, limitando-se a tímidas
recomendações deixando de lado um maior esclarecimento aos usuários
sobre os seus efeitos nocivos.
O objetivo deste texto é apresentar um conjunto coerente de informações para conscientizar
as pessoas sobre o assunto.
O uso do álcool é conhecido
desde tempos pré-histórico como um medicamento (uso anestésico, tônico,
desinfetante e parte da fórmula de muitos medicamentos), e como ingrediente na
produção de bebidas. O Vinho e a cerveja, por exemplo, são bebidas citadas
desde os tempos bíblicos. Faziam parte dos hábitos alimentares e de rituais
religiosos. Atualmente, as bebidas com elevado teor de álcool, se tornaram
modismos com marcas que caracterizam nações produtoras: caninha (caipirinha) brasileira;
uísque escocês, sakê japonês, cerveja alemã, tequila mexicana, rum cubano,
vodka russa, champagne francês e muitos vinhos como o do Porto, Chiante, os
vinhos espumantes.
O álcool etílico, principal ingrediente ativo nas bebidas
alcoólicas é produzido pela fermentação do amido ou do açúcar contido, por
exemplo, nas batatas, cereais, mel, frutas, alimentos doces. O teor de álcool em uma bebida é
indicado em graus. Uma bebida a 45° tem 45% de álcool. Os vinhos oscilam entre
6 e 18% em seu valor alcoólico; as cervejas de 3 a 8%. Os drinques mistos
oscilam entre 8 e 38 % (Martini).
Perigos & Benefícios do Álcool para o Organismo:
Os perigos do álcool - estão no fato
de que ao contrário do que ocorre com outros alimentos, ele não é digerido. 95%
do álcool ingerido são absorvidos pela corrente sanguínea, no estômago e no
intestino delgado, até uma hora após a ingestão. Os outros 5% são eliminados
pelos rins, pelo pulmão e pela pele.
O fígado sofre de 3 a 5 horas para metabolizar completamente 30 ml
de álcool. Uma vez na corrente sanguínea, o álcool chega ao cérebro rapidamente
agindo como estimulante e produzindo euforia. A seguir produz torpor que pode
levar ao sono ou, se ingerido em quantidade levar à perda da consciência – coma
alcoólico.
As bebidas destiladas agem mais rapidamente que o vinho ou a
cerveja.
Alguns benefícios: - O vinho tinto – muito citado na dieta do mediterrâneo - usado
em pequena quantidade, diminui o risco de ataque cardíaco, provavelmente por
reduzir os efeitos do colesterol no sangue evitando a formação de coágulos. Ele
contém bioflavonoides que são antioxidantes e que protegem as células dos danos
que ocorrem no corpo pela queima do oxigênio. Também melhoram o LDL. Pequenas
doses diárias aumentam os níveis de colesterol protetor HDL. Porém, tem-se
observado que, mesmo pequenas doses, podem causar efeitos negativos, como:
aumento da hipertensão, derrame cerebral e alguns tipos de câncer.
A sugestão é substituir a bebida pelo suco ou pela fruta (uva).
Efeitos nutricionais favoráveis: são o estímulo ao apetite e a digestão (usados com moderação). O
uso prolongado em geral leva à obesidade por estimular o uso de alimentação
mais gordurosa.
Efeitos negativos do consumo do álcool:
ressaca, dor de cabeça, sede, diarréia, náuseas, irritabilidade, desarranjo
gastrointestinais.
Os efeitos mais graves são:
- Afeta o cérebro e o sistema nervoso. Reduz o fluxo do sangue
para o cérebro e intoxica as células cerebrais; perda de memória, danos
neurológicos, e até demência.
- Fígado: sofre adiposidade, hepatite alcoólica, cirroses,
deficiências nutricionais, anemias, etc.
- Coração - provoca arritmias cardíacas. O uso prolongado de
bebidas alcoólicas aumenta o risco de hipertensão, cardiopatia, enfraquecimento
do músculo do miocárdio.
- Sistema digestivo -
aumenta a produção de ácido clorídrico agravando as úlceras. Relaxa o esfíncter
entre o estômago e o esôfago provocando azia pelo refluxo de ácido.
- O consumo crônico de bebidas alcoólicas interfere na vida
pessoal e familiar; leva à violência e até ao suicídio. O "delirium tremens" é uma forma avançada do alcoolismo. A
abstinência pode levar à morte. Na gravidez, a bebida pode influir na má
formação do feto.
- Na Nutrição - leva à desnutrição provocando a deficiência da
tiamina, provocando cãibras, perda de apetite; falta de folato, riboflavina,
vitamina B6 e selênio. A falta da vitamina A leva à cegueira noturna; a falta
da vitamina D leva à osteoporose e risco de fraturas. Afeta o equilíbrio da
insulina no sangue; etc.
Lembrem-se de que ‘Nada é proibido, mas
nem tudo convém’.