quinta-feira, 9 de outubro de 2014

OS DOIS ALFORJES – A FÁBULA DA VIDA – OS OUTROS É QUE SÃO ALIENADOS (?)


Conta a sabedoria popular através de lendas – “que, após criar os Homens, Prometeu colocou no pescoço deles dois alforjes, um  contendo os males dos outros e o outro com os próprios. O alforje com os vícios alheios ele colocou na parte da frente e o outro nas costas. Assim, vemos primeiro as falhas alheias e deixamos de  ver as nossas próprias. Moral: ver os defeitos dos outros é mais fácil do que ver os próprios. Ou - O ambicioso, por exemplo, é cego ao que possui e transborda de inveja pelo que é dos outros”.

É a religião quem ensina a fazer exame de consciência para rever condutas e restabelecer a ética e a verdade nos relacionamentos em todos os níveis;  os donos do poder ignoram o detalhe – não lhes interessa – se é que eles tem consciência.
Vivemos num estado laico dominado por pessoas individualistas o que as torna anti-sociais. Os medos e inseguranças provocadas pela interferência constante na vida das pessoas se avolumam com a imposição de padrões de comportamento questionáveis.
 Na ‘luta’  pelo poder, os envolvidos na disputa tem usado métodos pouco republicanos; eles se esquecem do que é prioritário no governo de um país, e portanto uma responsabilidade para os governantes, para se limitarem a ataques e destruição do oponente. A campanha política volta hoje aos meios de comunicação. Teremos uma guerra sem tréguas de exposição do alforje do outro em prejuízo dos reais interesses da Nação – ou seja, da apresentação de um programa de um governo viável e exequível com metas e prazos.
O terrorismo eleitoral praticado no Brasil é uma vergonha. Os quase 30 milhões de eleitores que, ou anularam seus votos, votaram em branco ou simplesmente deixaram de comparecer às urnas (como eu) não são alienados como os comentaristas e responsáveis pelos institutos de pesquisas alegam. É que estamos cansados de mais do mesmo; a mudança tem que ser real, não através da promessa e do subterfúgio de leis enviadas a um Congresso dominado pela corrupção. A chamada margem de erro (para mais ou para menos) está servindo para que os incompetentes sejam desmascarados.

O governo fala de boca cheia que retirou milhões da pobreza, que o poder aquisitivo cresceu. Na verdade, o poder aquisitivo e o padrão de vida de milhões de cidadãos caíram fragorosamente. Basta ver os aposentados que hoje estão com suas aposentadorias reduzidas em 50% do valor, comprometendo sua qualidade de vida. Os empréstimos consignados  instituídos no governo do PT  produziram o endividamento, não só dos aposentados como do cidadão que ou se endividam, ou ficam à margem da sociedade.
O modelo padrão de que temos que estudar, conseguir um emprego e viver de aposentadoria na velhice é ultrapassado e ridículo, mas é aceito pelo cidadão comum. É o que ele conhece. E os governos se esforçam para manter sob controle a vida de todos os cidadãos, cada dia mais cedo. 
A ideia de que só enriquece aquele que tem sorte, nasceu em ‘berço de ouro’, ou quem é Doutor (!) precisa ser revista. As gerações anteriores (meus pais e avós ) tinham seu trabalho sem apadrinhamentos e conseguiram fazer o ‘pé de meia’ que garantiu uma velhice com segurança: pagando medico particular, hospital, medicamentos, e tudo o mais de que necessitavam. Os ‘velhos’ eram vistos como referencias pelo exemplo e as experiências que partilhavam em família e com seu circulo de amizades e na localidade em que viviam.
 Hoje? - A terceira idade é olhada como uma alternativa de investimentos onde empresas faturam sem oferecer a contrapartida.
A economia vai de mal a pior. A inflação é uma realidade.  Vivemos uma guerra civil não declarada; é só olhar o que ocorre nas UPPs  (Pacificadas!!!!?) no RJ.

No Brasil está difícil praticar o ‘fair play’ em relação ao que se pratica na política. 
O alforje – não o da fábula – está cheio! E, para não ser vitima do ataque de fanáticos inescrupulosos é preciso criar um círculo de proteção: - ‘Não é porque um burro te dá um coice que você vai lhe cortar a pata – mantém distancia’ – reza a sabedoria popular. Isso não é ser alienado.