Conta a sabedoria popular através de lendas – “que, após criar os Homens, Prometeu colocou
no pescoço deles dois alforjes, um
contendo os males dos outros e o outro com os próprios. O alforje com os
vícios alheios ele colocou na parte da frente e o outro nas costas. Assim,
vemos primeiro as falhas alheias e deixamos de
ver as nossas próprias. Moral: ver os defeitos dos outros é mais fácil
do que ver os próprios. Ou - O ambicioso, por exemplo, é cego ao que possui e
transborda de inveja pelo que é dos outros”.
É a religião quem ensina a fazer exame de
consciência para rever condutas e restabelecer a ética e a verdade nos
relacionamentos em todos os níveis; os
donos do poder ignoram o detalhe – não lhes interessa – se é que eles tem
consciência.
Vivemos num estado laico dominado por pessoas
individualistas o que as torna anti-sociais. Os medos e inseguranças provocadas
pela interferência constante na vida das pessoas se avolumam com a imposição de
padrões de comportamento questionáveis.
Na ‘luta’ pelo poder, os envolvidos na disputa tem
usado métodos pouco republicanos; eles se esquecem do que é prioritário no
governo de um país, e portanto uma responsabilidade para os governantes, para
se limitarem a ataques e destruição do oponente. A campanha política volta hoje
aos meios de comunicação. Teremos uma guerra sem tréguas de exposição do
alforje do outro em prejuízo dos reais interesses da Nação – ou seja, da
apresentação de um programa de um governo viável e exequível com metas e prazos.
O terrorismo eleitoral praticado no Brasil é uma
vergonha. Os quase 30 milhões de eleitores que, ou anularam seus votos, votaram
em branco ou simplesmente deixaram de comparecer às urnas (como eu) não são
alienados como os comentaristas e responsáveis pelos institutos de pesquisas
alegam. É que estamos cansados de mais do mesmo; a mudança tem que ser real,
não através da promessa e do subterfúgio de leis enviadas a um Congresso
dominado pela corrupção. A chamada margem de erro (para mais ou para menos)
está servindo para que os incompetentes sejam desmascarados.
O governo fala de boca cheia que retirou milhões
da pobreza, que o poder aquisitivo cresceu. Na verdade, o poder aquisitivo e o
padrão de vida de milhões de cidadãos caíram fragorosamente. Basta ver os
aposentados que hoje estão com suas aposentadorias reduzidas em 50% do valor,
comprometendo sua qualidade de vida. Os empréstimos consignados instituídos no governo do PT produziram o endividamento, não só dos
aposentados como do cidadão que ou se endividam, ou ficam à margem da
sociedade.
O modelo padrão de que temos que estudar,
conseguir um emprego e viver de aposentadoria na velhice é ultrapassado e
ridículo, mas é aceito pelo cidadão comum. É o que ele conhece. E os governos
se esforçam para manter sob controle a vida de todos os cidadãos, cada dia mais
cedo.
A ideia de que só enriquece aquele que tem sorte, nasceu em ‘berço de
ouro’, ou quem é Doutor (!) precisa ser revista. As gerações anteriores (meus
pais e avós ) tinham seu trabalho sem apadrinhamentos e conseguiram fazer o ‘pé
de meia’ que garantiu uma velhice com segurança: pagando medico particular,
hospital, medicamentos, e tudo o mais de que necessitavam. Os ‘velhos’ eram
vistos como referencias pelo exemplo e as experiências que partilhavam em
família e com seu circulo de amizades e na localidade em que viviam.
Hoje? - A terceira idade é olhada como uma alternativa de
investimentos onde empresas faturam sem oferecer a contrapartida.
A economia vai de mal a pior. A inflação é uma
realidade. Vivemos uma guerra civil não
declarada; é só olhar o que ocorre nas UPPs
(Pacificadas!!!!?) no RJ.
No Brasil está difícil praticar o ‘fair play’ em
relação ao que se pratica na política.
O alforje – não o da fábula – está
cheio! E, para não ser vitima do ataque de fanáticos inescrupulosos é preciso
criar um círculo de proteção: - ‘Não é
porque um burro te dá um coice que você vai lhe cortar a pata – mantém
distancia’ – reza a sabedoria popular. Isso não é ser alienado.