quinta-feira, 16 de outubro de 2014

ÁGUA PODE ACABAR NA GRANDE SÃO PAULO? - CIDADES INTELIGENTES > PROBLEMAS E SOLUÇÕES. AS UTOPIAS.


A estiagem atípica que ocorre este ano em boa parte do país está provocando discussões inúteis onde alguns procuram tirar partido em ano eleitoral. Esse comportamento infeliz e vergonhoso expõe o baixo nível das pessoas dos diversos setores do poder público. 
A água pode acabar sim. O cidadão, mal acostumado com as benesses que recebeu no torrão natal, usa e abusa dos bens naturais sem se preocupar com o amanhã. O homem não tem o poder de controlar os grandes ciclos da natureza; ele precisa usar da inteligência para se adaptar sempre que for necessário. E sem choradeira do ‘nós somos os culpados’  ou acusações terroristas. 
Soube que ocorreu em São Paulo,  no dia 09 de outubro,  um encontro de cientistas e estudiosos dos problemas urbanos, para apresentar soluções criando as tais ‘cidades inteligentes’.
O debate girou sobre: - Como serão as cidades do futuro, como viverão os cidadãos nessas complexas aglomerações onde a tecnologia por enquanto só trouxe complicações, e, naturalmente apresentaram novas tecnologias   para resolver os problemas  que atingem as grandes cidades; parece que se esqueceram que o homem é mais complexo e imprevisível do que toda a tecnologia que se possa inventar. As soluções que deram certo em uma localidade podem não ser o ideal para outro país por ‘n’ razões.
Entre as sugestões, os especialistas reunidos apresentaram algumas propostas curiosas, como:  uso de um chip nos sacos de lixo para saber para onde vai(sic)...;  uso de carros elétricos sem motorista que deixam o passageiro no serviço e voltam para buscar outros passageiros – abre vaga nas garagens, mas sobrecarrega o transito das ruas. Ou não? Outras propostas incluem as  ciclovias que vem sendo implantadas em São Paulo, por exemplo, e que representam uma iniciativa de caráter mais comercial do que de soluções como meio de transporte público. Os empresários da área devem estar felizes! Outro item - Transporte solidário já existe. Uso de aplicativos para serviço de táxis também já existe em cidades como São Paulo. Reuso de água. Reciclagem. Etc.

De minha parte, num texto de ficção (inédito) há mais de vinte anos, sugeri as calçadas rolantes (!) – tecnologia existe. Falta alguém por em prática. Não cobrarei direitos...

Projetos sempre houve. Desde o fim do século XVI já se pensava nas cidades do futuro para proporcionar qualidade de vida aos moradores. Grandes pensadores dedicaram-se à criação de uma cidade perfeita. Imaginem um lugar onde todos são protegidos, tem alimentação, vestuários, alojamentos e tratamento médico de alta qualidade, onde ninguém tem que trabalhar mais que seis horas por dia.
Thomas More, estadista inglês do século XVI imaginou a sociedade assim. Chamou-a de Utopia que em grego quer dizer “Lugar nenhum”. Porém tinha lá seus inconvenientes. Por exemplo, quem não se interessasse pela terra não ia gostar de viver lá, pois todos os cidadãos eram obrigados a trabalhar dois anos no campo. O tempo disponível seria para aprender e estudar através de estudo privado ou palestras públicas. Todos deveriam vestir-se de preto. E por aí vai. Para ele a cidade deveria ter casas com terraços e grandes jardins, tudo protegido por sólidos muros, salas de jantar comunais, além de igrejas e armazéns. O projeto previa 80 cidades cuja distancia entre elas seria de um dia de caminhada.

No final da década de 1920 um arquiteto de nome Frank Lloyd Wright fez um projeto de cidade perfeita onde todos os moradores viveriam em casas funcionais em amplos terrenos anexos, em harmonia com o meio. Para ele o problema das cidades é que os cidadãos ficam escravos da renda. Prognosticava uma sociedade de trocas, pois todos os moradores teriam terras suficientes para cultivar alimentos para prover suas necessidades. Os bens e serviços seriam todos trocados e não comprados ou vendidos para obter lucro. Em um esboço da sua cidade ideal reúne edifícios integrados ao meio e, como forma de transporte, seriam usados helicópteros circulares...

Projetos não faltam. Colocar em prática é que está difícil!

Mas, e se acabar de verdade toda a água que abastece São Paulo? Migrar, vai ser a solução mais prática. Ou fazer a transposição do rio Amazonas e do aquífero Alter, por exemplo... A transposição do Rio São Francisco já começou a ficar comprometida antes de seu término. Se não chover... a fonte vai secar.