segunda-feira, 20 de outubro de 2014

FALTA ÁGUA NO SUDESTE E NASCENTE do SÃO FRANCISCO SECA – A IMPREVISIBILIDADE CLIMÁTICA: CAUSAS .


Na história  do país, as secas do Nordeste –no Semi árido – mais conhecido como polígono das secas, é que tem como tradição secas prolongadas provocando problemas sociais e econômicos, exigindo a migração constante – os retirantes – para outras regiões  do país. Obras contra as secas e o uso político do fenômeno são velhas conhecidas dos brasileiros. Secas atípicas na Amazônia  desde 2005 com alternâncias de chuvas e inundações tem-se sucedido. Atribuiu-se o fenômeno da seca na região à presença de grande quantidade de poeira no ar que fazia com que a água fosse capturada impedindo as chuvas. Agora é a hora e a vez do Sudeste. O que está acontecendo com o clima?
O Brasil é um país privilegiado tanto pela extensão territorial, como pela ampla variedade de recursos naturais, inclusive os hídricos que  têm sido apresentados como se fossem inesgotáveis. Acostumamos-nos a ouvir falar e ver os  imensos  rios e bacias hidrográficas (Amazônica, do São Francisco, Platina, etc.), fartas chuvas tropicais, gigantescos lençóis subterrâneos com águas da melhor qualidade, grande variedade de fontes, minas, olhos d’água, filetes e ‘choros’, todos  a escorrer por encostas até atingir calhas mais baixas e correr para o mar. A umidade na atmosfera é alta devido à evaporação constante da água na superfície dos oceanos, da águas dos rios e lagos. Como ela se distribui e volta em forma de chuvas tem apresentado irregularidades cujas causas são desconhecidas segundo os climatólogos.
O ciclo hidrológico é constante. Temos a evaporação, a precipitação (chuvas, neve, granizo, garoa, neblina, sereno, orvalho...) e a infiltração que vai abastecer os lençóis subterrâneos, que  alimentam fontes e nascentes. Para novamente evaporar e precipitar.
Algo está confundindo os climatólogos que não acertam com as causas da seca prolongada no Sudeste neste ano (2014). Até as nascentes do Rio São Francisco na serra da Canastra (MG), secou. O nível dos reservatórios da Cantareira que abastecem a cidade de São Paulo está baixo e começa a comprometer o abastecimento. É o aquecimento global! Dizem uns. Outros acusam sobre o mau uso dos recursos hídricos, a  falta de planejamento, o  excesso de consumo e desperdício. Todos  tem razão e nenhum tem o direito de apontar o dedo para o outro.
Os cidadãos terão que aprender a conviver com os extremos climáticos que não obedecem a decretos nem leis humanas. A ampla  faixa de instabilidade  de convergência das massas de ar, que ora se deslocam mais para o norte ou mais para o sul, e que podem permanecer estacionadas por largos períodos sobre a região, acompanha  aproximadamente a linha do trópico de Capricórnio;  por motivos ignorados pelos climatologistas não dá para se determinar as causas que influem no comportamento das massas de ar nessa faixa, nem como fazer previsões.
As  mudanças climáticas são um fenômeno mundial e extrapola nosso tempo cronológico. Elas são uma constante na história do planeta. Já falei sobre o assunto em outros textos. O que eu me lembro de ouvir contar de secas, geadas negras, tempestades tipo tornados, chuvas catastróficas de granizo, inundações etc. - na região sudeste, ocorreram num tempo em que não havia nem sistema de previsão meteorológico nem imprensa para noticiar ao vivo e a cores.
A natureza segue seu curso – como os rios. Segue ciclos, como os rios que surgem de nascentes e  passam por: - uma fase chamada de ‘juventude’,  ‘maturidade’ quando atingem o equilíbrio na calha por onde correm, e ‘senilidade’ – quando a água começa a escassear – podendo desaparecer. A água, no entanto continua a existir, só que a nascente mudou de lugar, ou o curso foi desviado por causas geológicas.  Tudo está em constante movimento. Falemos do Rio São Francisco: a calha ocupada pelo rio é o fundo de vale que sofreu um afundamento (Rift – Valley ou vale de deslocamento tectônico) – ou seja, se formou pelas forças de tensão e de compressão; foram essas forças que, com a falha da cachoeira Paulo Afonso, desviou o curso do rio que, inicialmente corria para o norte. Os movimentos geológicos, mesmo imperceptíveis, podem influir no desvio de cursos de água ou provocar o afundamento de nascentes que poderão reaparecer a quilômetros de distancia.  Na natureza nada é definitivo. Um detalhe que poucos sabem é que a Natureza passa por diversas fases. Corresponde ao que o geógrafo W. Morris Davis chama de ciclo vital por que passa o relevo de uma região, ou mais especificamente à evolução que modifica as características de uma rede hidrográfica.
Há outros elementos que influenciam nos climas e não estão sendo levados em conta. Além dos já conhecidos fenômenos El Niño e La Niña, nas altas camadas da atmosfera têm a Anomalia Magnética do Atlântico Sul que se movimenta (0,3º.  – a 0,5º. - rumo oeste)  e exerce sua influencia nos climas e nos deslocamentos das massas de ar.  Sua influência afeta a Ionosfera desde a Cordilheira dos Andes até a África do Sul no sentido oeste-leste, e toda a América do Sul, de Norte ao Sul. Esta anomalia magnética é produzida por um "mergulho" no campo magnético terrestre na região do Atlântico Sul, uma vez que o centro do campo magnético terrestre está deslocado em relação ao centro geográfico por 450 km, conforme estudos do Laboratório de Pesquisas em Geomagnetismo do IAE (no Paraná). Esta anomalia pode diminuir o escudo protetor da Terra contra os prótons do sistema intergaláctico e solar e apresentar um ciclo de 1.200 anos semelhante a outros ciclos já observados no passado: Ex. O Período Minóico – clima quente – (cerca de 1.400 a.C), o Período Romano – clima quente- (cerca de 25 a.C) e o período Medieval de clima favorável ocorrido aproximadamente a 1.000 d.C –  representam ciclos com periodicidade de cerca de 1.200 anos. Na sequencia das observações foi possível registrar essa mesma periodicidade de ciclos de 1.200 anos nos climas quentes europeus.

Como vemos, o assunto extrapola as fronteiras da ação humana. Resta ao homem aprender a se adaptar as condições mesológicas. Muitos países já adotam medidas inteligentes de uso e reuso do precioso liquido – a água. E, até já há tecnologia para extrair água do ar... A solução chama-se adaptação.