Estamos
a uma semana da eleição numa corrida desigual na disputa pelo poder. Ainda haverá debates e as pesquisas
encomendadas, como se isso fosse decisivo diante do quadro político partidário
confuso e de pouco ou nada de concreto a se esperar, pelo menos das duas
candidatas em maior evidencia.
De minha parte me reservo o direito de ignorar
as repetidas pesquisas. Torço por uma eleição limpa onde o eleitor não se sinta
constrangido a votar neste ou naquele candidato e que sua escolha seja
respeitada.
Até
domingo, muita coisa ainda pode acontecer. O mercado financeiro inquieto reage
mal às pesquisas de uma possível vitória da atual presidente para mais 4 anos
de mandato.Vive-se um momento de graves denuncias – delações premiadas –
pesando diretamente sobre o governo no poder desde 2002. É o escândalo na
Petrobrás envolvendo pessoas de confiança do ex-presidente Lula e da atual
presidenta Dilma. A alegação de que não sabia de nada não convence. A outra
candidata em evidencia, que, com a queda do avião que matou o ex-candidato Eduardo
Campos assumiu a vaga, trás na bagagem muita coisa a ser explicada sobre o acidente.
A
pergunta que temos a fazer é – se, quem está no poder há tanto tempo não fez o
que deveria ter feito, o fará nos próximos 4 anos? Desculpem a comparação, mas
às vezes a candidata à reeleição se comporta como aquela adolescente que, de
última hora, promete se comportar direitinho para ganhar o tão desejado
presente... - Mas, frases (em dilmês)
como por exemplo: ‘O meio ambiente é sem dúvida nenhuma, uma ameaça ao desenvolvimento
sustentável’ dita no encontro em Copenhagen- 2009 – são de envergonhar a
nação; certamente os tradutores devem ter procurado dar uma interpretação
palatável... Porém, sua recente fala na ONU condenando os ataques aos
terroristas e recomendando o diálogo (sic) não deixou dúvidas de que parou no tempo.
Ela que preside um país onde a violência só faz crescer, as cadeias estão
superlotadas, e onde já se pratica degola de presos, deveria resolver esses graves
problemas em casa antes de ir dar
conselhos lá fora.
O
comportamento dos políticos que em ano eleitoral esquecem suas obrigações e
partem para a campanha tem que ser coibido.
Em que mundo vivem os políticos? Que
mundo novo, com distribuição de riquezas
- dos outros – esperam construir quem só pensa em termos econômicos? É
um comportamento de quem ainda está na
primeira infância e entende que pobre é aquele que não tem alguma coisa que
ele/ela tem.
A fala de uma jovem indígena da etnia Caingangue me chamou a
atenção. Ela disse que a presidente pensa que eles (índios) precisam de casa de
alvenaria, luz elétrica, chuveiro quente, mas eles não precisam de nada disso;
eles precisam ser eles mesmos. É isso que os governantes ainda não entenderam,
não só em relação aos povos indígenas, mas também ao cidadão comum que, à
revelia de quem quer que esteja no poder, têm direitos de construir seu mundo,
seu patrimônio, seus valores, sem constrangimentos ou imposições totalitárias e
de subserviência.
O mais importante é saber usar as riquezas de
ordem material, intelectual, espiritual que cada um recebe e ter liberdade para
crescer e usufruir de suas conquistas pessoais. Ser pobre não é desonra. A
maior pobreza é a falta de moral que permeia os altos escalões governamentais a
enganar cidadãos cuja ingenuidade os torna presas fáceis da propaganda. E, aí é
com se diz no popular: - ‘um dia tudo vai para as cucuias... ’