Inverno,
veranico, estiagem, clima desértico, a primavera vai chegar... É o serviço de
meteorologia a dizer uma coisa e as árvores e os pássaros a exibir outra
realidade. Flores amarelas das sibipirunas e dos Ipês cobrem as calçadas e ruas
com um lindo tapete colorido. Alegres Maritacas alternam o espaço dos telhados
com urubus (!). Os Beija-flores acenam às janelas querendo dizer alguma coisa.
Sabiás e bem-te-vis cantam alegremente e Jandaias passam em bandos.
Ao
longe ouvimos política anunciada em alto-falantes em ritmo de carnaval – não dá
para levar a sério. Será efeito do sol escaldante com umidade do ar abaixo do
desejável?
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O Kalaari é aqui! A forte e prolongada seca que atinge boa parte do país tem
sua origem nas massas de ar do outro lado do Atlântico. Elas circulam a grande altitude, motivo pelo
qual não conseguem captar a umidade dos
oceanos. Vamos fazendo nossa parte umidificando o ambiente e aguardando as
mudanças climáticas no seu tempo. Tudo tem seu tempo.
Uma boa noticia: a camada de ozônio
está se recompondo. É o que dizem os cientistas empenhados em medidas de
proteção ao meio ambiente e do controle de produtos aerossóis responsáveis pela
destruição do ozônio nas altas camadas da atmosfera. A camada de ozônio desde o
final dos anos 70 vinha se tornando cada
vez mais fina; estima-se que foi a
partir de 1987 com o acordo entre os países para eliminar progressivamente os
CFCs – emissores de cloro e bromo – que destruíam as moléculas suspensas no ar,
começaram a diminuir os níveis desses elementos em atitudes de 30 / 50 milhas.
O buraco na camada de ozônio também estaria diminuindo. Vamos fazendo nossa
parte...
Duas explosões solares
preocupam os cientistas: O sol mais uma vez entrou em atividade extra, jogando
pelo espaço ondas magnéticas que estão a atingir o planeta. Nada grave para a
vida humana... Apenas aumentará o espetáculo das luminescências boreais.
Uma
brincadeira de criança era apostar corrida para chegar a um ponto
determinado antes dos raios solares nos
atingirem; ou simplesmente ficar estáticos observando a luz solar caminhar em
nossa direção depois do sol surgir na linha do horizonte. Nossa maior riqueza
consistiu em poder usufruir desses espetáculos da natureza. Eram experiências
simples, intransferíveis como olhar a linha do horizonte, respirar o ar puro e
correr contra o vento, ou deixar-se envolver pela densa neblina que subia do
rio, ou ir ao encontro da luz do sol...
Era
o início de uma jornada de estudos geográficos com múltiplas opções de conhecer
o mundo em que vivemos e suas relações com o universo. Geografia é muito mais
do que nomear rios e afluentes, países e capitais, descrever acidentes
geográficos. E muito menos um instrumento ideológico de promoção de discórdia e
ódio entre povos e nações.
O ENSINO DE Geografia –
ela é uma ciência abrangente que vai da
Astrofísica à organização dos espaços no Planeta Terra, incluindo o ser humano
e suas inter-relações como o meio em que
vive . Há algum tempo que ouço noticias sobre a forma errada do ensino dessa
disciplina no currículo escolar – classificada de ciências humanas - e usada
como instrumento de doutrinação e incentivo ao confronto. Essa nota dissonante precisa ser repudiada de
todas as formas, pois estão roubando de
nossos jovens, cuja personalidade ainda está em formação, a oportunidade de viver o mundo de descobertas
que só a informação correta pode oferecer. Todos os espaços geográficos são passíveis de conservação, planejamento,
reorganização, cabendo ao geógrafo a pesquisa sob todos os aspectos (físicos,
geoeconômicos, antropogeográficos, etc.,) para que haja coerência na ocupação,
exploração e no aproveitamento de diferentes paisagens naturais ou já
modificadas pelo homem. Sem ideologismos do ‘politicamente correto’.
Nota - Após a década de 1970 surgiu a necessidade de
uma reformulação dos conceitos geográficos. Surge então a Geografia Crítica. O francês Yves Lacoste foi um desses críticos da Geografia Tradicional - para ele a
geografia é uma prática social em relação à superfície terrestre. Preocupa-se
com uma geografia atuante caracterizada pelo interesse e pela análise dos modos
de produção, e das formações sócio-econômicas.
Entre suas
publicações, com preocupação marxista, reformula o conceito de espaço
geográfico que passa a ser mais abrangente - É o local onde se processa a história dos homens numa sociedade rural
ou urbana, de forma dinâmica. Publicações como ‘A Geografia’ (in Chatelete, F – Ed. ‘A Filosofia das Ciências Sociais
‘(1‘973)- o autor se ocupa em discutir ‘espaços
de conceituação’ correspondentes a níveis de análises diferentes cuja
articulação proporcionaria a explicação da organização do espaço. Em 1976
publica pequeno volume : ‘A GEOGRAFIA SERVE DE INICIO, PARA FAZER A GUERRA’; e funda
a Revista ‘Herodote’ com temas de
interesse estratégicos, geografia e ideologia’ dirigida ao publico, para
possibilitar às pessoas ‘saber pensar o espaço’, para nele ‘saberem
se organizar, para saber combater, na defesa de seus interesses quanto ao
espaço’.