segunda-feira, 15 de setembro de 2014

AS QUATRO ESTAÇÕES DO ANO JÁ NÃO SÃO COMO ERAM... COMO TAMBÉM O USO DO CONHECIMENTO GEOGRÁFICO (!)


Inverno, veranico, estiagem, clima desértico, a primavera vai chegar... É o serviço de meteorologia a dizer uma coisa e as árvores e os pássaros a exibir outra realidade. Flores amarelas das sibipirunas e dos Ipês cobrem as calçadas e ruas com um lindo tapete colorido. Alegres Maritacas alternam o espaço dos telhados com urubus (!). Os Beija-flores acenam às janelas querendo dizer alguma coisa. Sabiás e bem-te-vis cantam alegremente e Jandaias passam em bandos.
Ao longe ouvimos política anunciada em alto-falantes em ritmo de carnaval – não dá para levar a sério. Será efeito do sol escaldante com umidade do ar abaixo do desejável?  
- O Kalaari é aqui! A forte e prolongada seca que atinge boa parte do país tem sua origem nas massas de ar do outro lado do Atlântico. Elas  circulam a grande altitude, motivo pelo qual  não conseguem captar a umidade dos oceanos. Vamos fazendo nossa parte umidificando o ambiente e aguardando as mudanças climáticas no seu tempo. Tudo tem seu tempo.
Uma boa noticia: a camada de ozônio está se recompondo. É o que dizem os cientistas empenhados em medidas de proteção ao meio ambiente e do controle de produtos aerossóis responsáveis pela destruição do ozônio nas altas camadas da atmosfera. A camada de ozônio desde o final dos anos 70  vinha se tornando cada vez mais fina; estima-se  que foi a partir de 1987 com o acordo entre os países para eliminar progressivamente os CFCs – emissores de cloro e bromo – que destruíam as moléculas suspensas no ar, começaram a diminuir os níveis desses elementos em atitudes de 30 / 50 milhas. O buraco na camada de ozônio também estaria diminuindo. Vamos fazendo nossa parte...
Duas explosões solares preocupam os cientistas: O sol mais uma vez entrou em atividade extra, jogando pelo espaço ondas magnéticas que estão a atingir o planeta. Nada grave para a vida humana... Apenas aumentará o espetáculo das luminescências boreais.
Uma brincadeira de criança era apostar corrida para chegar a um ponto determinado  antes dos raios solares nos atingirem; ou simplesmente ficar estáticos observando a luz solar caminhar em nossa direção depois do sol surgir na linha do horizonte. Nossa maior riqueza consistiu em poder usufruir desses espetáculos da natureza. Eram experiências simples, intransferíveis como olhar a linha do horizonte, respirar o ar puro e correr contra o vento, ou deixar-se envolver pela densa neblina que subia do rio, ou ir ao encontro da luz do sol...
Era o início de uma jornada de estudos geográficos com múltiplas opções de conhecer o mundo em que vivemos e suas relações com o universo. Geografia é muito mais do que nomear rios e afluentes, países e capitais, descrever acidentes geográficos. E muito menos um instrumento ideológico de promoção de discórdia e ódio entre povos e nações.
O ENSINO DE Geografia – ela  é uma ciência abrangente que vai da Astrofísica à organização dos espaços no Planeta Terra, incluindo o ser humano e suas  inter-relações como o meio em que vive . Há algum tempo que ouço noticias sobre a forma errada do ensino dessa disciplina no currículo escolar – classificada de ciências humanas - e usada como instrumento de doutrinação e incentivo ao confronto.  Essa nota dissonante precisa ser repudiada de todas as  formas, pois estão roubando de nossos jovens, cuja personalidade ainda está em formação,  a oportunidade de viver o mundo de descobertas que só a informação correta pode oferecer. Todos os espaços geográficos são passíveis de conservação, planejamento, reorganização, cabendo ao geógrafo a pesquisa sob todos os aspectos (físicos, geoeconômicos, antropogeográficos, etc.,) para que haja coerência na ocupação, exploração e no aproveitamento de diferentes paisagens naturais ou já modificadas pelo homem. Sem ideologismos do ‘politicamente correto’.

Nota -  Após a década de 1970 surgiu a necessidade de uma reformulação dos conceitos geográficos. Surge então a Geografia Crítica. O francês Yves Lacoste foi um desses críticos da Geografia Tradicional - para ele a geografia é uma prática social em relação à superfície terrestre. Preocupa-se com uma geografia atuante caracterizada pelo interesse e pela análise dos modos de produção, e das formações sócio-econômicas.

Entre suas publicações, com preocupação marxista, reformula o conceito de espaço geográfico que passa a ser mais abrangente - É o local onde se processa a história dos homens numa sociedade rural ou urbana, de forma dinâmica. Publicações como ‘A Geografia’ (in Chatelete, F – Ed. ‘A Filosofia das Ciências Sociais ‘(1‘973)- o autor se ocupa em discutir ‘espaços de conceituação’ correspondentes a níveis de análises diferentes cuja articulação proporcionaria a explicação da organização do espaço. Em 1976 publica pequeno volume : ‘A GEOGRAFIA SERVE DE INICIO, PARA FAZER A GUERRA’; e funda a Revista  ‘Herodote’ com temas de interesse estratégicos, geografia e ideologia’ dirigida ao publico, para possibilitar às pessoas ‘saber pensar o espaço’, para nele ‘saberem se organizar, para saber combater, na defesa de seus interesses quanto ao espaço’