sexta-feira, 5 de setembro de 2014

SEMANA DA PÁTRIA – 07/09/1822 – 07/09/2014 = 192 ANOS DE INDEPENDÊNCIA. MOMENTO HISTÓRICO REPUBLICANO.


Estamos em plena semana da Pátria, e as atenções estão concentradas em campanhas políticas. Parece que o tema, antes tão comemorado, está caindo no esquecimento. O que são 192 anos de Independência? – Menos de dois séculos e umas poucas gerações que se passaram na história nacional. Pode parecer pouco tempo, porém, para a atual geração, isso está tão distante, que se perdeu no passado. A história republicana, mais recente, com 125 anos,  pouco mais de um século, simplesmente é olhada como um conjunto de ensaio e erros do caminhar com as próprias pernas, correndo em todas as direções; é o retrato de uma Nação em busca de seu destino no conjunto mundial. Assemelha-se ao filho rebelde, que atingiu a maioridade e está a esbanjar festivamente um patrimônio que recebeu graciosamente.
Nossa Independência surgiu de uma reação de D. Pedro I – ato de rebeldia – aos novos decretos da corte portuguesa anulando as medidas político - administrativas que davam mais autonomia ao Brasil. A proclamação da Republica, é outro ato de reação para impedir medidas administrativas que contrariavam interesses particulares.
Vivemos uma independência republicana onde desde sua inauguração (15/011/1889) com o ato da proclamação da República pelo alagoano Marechal Deodoro da Fonseca – 1º. Presidente eleito e que renunciou - os governos se sucedem prometendo um Brasil paraíso: -  Presidentes são eleitos. Presidentes renunciam. Presidentes são depostos. Presidentes morrem no mandato. Presidente se suicida. Presidentes apegados ao poder querem se perpetuar na política esquecendo-se de que ninguém é insubstituível.
A rebeldia cometida pelos primeiros colonos  que deveriam ficar restritos às feitorias no vasto litoral onde podiam comerciar com os nativos as riquezas de interesse da metrópole -  ‘brasileiros’ eram os negociantes de pau-brasil -  criou este gigante chamado Brasil.
Isto não é uma aula de história. É um lembrete  de que o momento político eleitoral repete o discurso centenário com atores que se sucedem através do tempo. Falta ainda a convergência para um ideal de Nação realmente independente e livre; sem essa convergência  corremos o risco da desagregação da Federação onde o improviso continua a ser a regra.
É semana da Pátria um tanto esquecida pelos donos do poder. É hora de sair do zero, do voo cego, do fingimento histérico dos últimos 12 anos de governo e reconhecer que as bases da civilidade democrática devem ser o mérito e decência política. Basta de improvisação programática cuja única certeza do eleitor é que, uma vez no poder, o candidato/a será mais um na galeria de presidentes.
O Brasil precisa de mais um momento de rebeldia para libertar-se das amarras a que foi submetido por uma política estatal intervencionista, burocrática, predadora e incompetente.
É semana da Pátria... Falta um desafio.

- "Este personagem que se comporta como "herdeiro", goza o ócio florescente que lhe criaram gerações sem juventude vivendo em um tempo que todos creem capazes de realizar, mas não sabem o que realizar..." Ortega Y Gasset (A Rebelião das Massas).