quarta-feira, 2 de abril de 2014

O VERDADEIRO TRATADO DE PAZ É O ASSINADO NO FORO INTIMO - A PAZ É UM ATRIBUTO DO SER HUMANO


Vivemos o momento do monólogo. O não diálogo ganhou terreno em todos os setores. O retrato de um país gigante, com riquezas mil, está obscurecido por uma ruidosa guerra de todos contra todos, como se o poder democrático fosse exclusividade de quem grita mais alto, intimida mais, faz mais conchavos políticos, desrespeitando a Lei e a ordem Constitucional. Assiste-se a uma onda de comportamentos egoístas, individualistas que rasgaram o contrato social e tentam impor sua ruidosa presença à revelia da Ordem e do Progresso – lema, que, diga-se, a bem da verdade, eles já tentaram retirar quando assumiram o poder.
Ao parar para meditar sobre os comportamentos contraditórios onde a palavra e a ação não combinam, procuramos uma leitura que lance um pouco de luz ao mundo mergulhado em conflitos. É preciso cultivar a paz, não só ao nosso redor, mas principalmente dentro de nós.
Encontramos em ‘O Sermão da Montanha’ (H. Rohden) uma interpretação que vem ao encontro dos anseios de muitas pessoas. Qual é o verdadeiro significado da palavra PAZ?

O homem é por essência um ser a caminho de si mesmo: procura consciente ou inconscientemente realizar-se em todos os níveis, biológica, mental e espiritualmente. Sofre todo tipo de obstáculo criado pela ignorância, desinformação, desamor e desunião consigo mesmo e com seus semelhantes. No capitulo ‘Bem Aventurados os Pacificadores’ – (pag. 55) o autor diz:
- ‘A palavra latina ‘pacificare’ da qual é derivada ‘pacificus’, é composta de duas radicais (e o mesmo acontece em grego): ‘pax’ e ‘facere’, isto é, paz e fazer. Pacificador (em latim pacificus) é, pois, aquele que faz a paz, é um fazedor de paz, um homem que possui em si a força creadora de estabelecer ou restabelecer um estado ou atitude permanente de paz no meio de qualquer campo de batalha.’ E prossegue: - ‘Não é, em primeiro lugar, aquele que restabelece a paz entre as pessoas ou grupos litigantes, mas sim aquele que estabelece e estabiliza a paz dentro de si mesmo. Aliás, ninguém pode ser verdadeiramente pacificador de outro se não foi pacificador de si mesmo’.
- ‘O grande tratado de paz tem que ser assinado no foro intimo do Eu individual antes de ser ratificado no foro externo das relações sociais.’
-‘Quando o homem tolera a si mesmo graças a uma profunda paz de consciência todas as coisas e pessoas do mundo são toleráveis; mas quando o homem de consciência insatisfeita, não tolera nem a si mesmo, nada lhe é tolerável. O remédio está em corrigir o sujeito e isto pressupõe uma sinceridade muito difícil e rara.’

Hoje, casualmente, abrindo links em um jornal da Costa Rica encontrei uma mensagem do Papa Francisco (02-04-2014); o tema que fez parte da audiência na Praça de São Pedro foi sobre a catequese matrimonial. O que ele diz aos casais se aplica à vida diária, profissional, política em qualquer parte do mundo e pode ajudar a uma convivência de paz e de entendimento entre todas as pessoas.

O artigo sob o titulo: “El Papa dice que cuando un matrimonio discute 'no hace falta llamar a la ONU' – lembra com bom humor que tudo se resolve com três palavras mágicas:  “perdón”, “gracias” y “por favor”. 
O verdadeiro tratado de Paz é assinado no for íntimo...