Não contamineis
vossos corpos com bebidas ou drogas. Bebidas e drogas acompanham os povos
através dos tempos causando mais males do que benefícios. Ao ouvir pessoas,
como o ex-presidente FHC, dizer que é
preciso quebrar tabus em relação ao uso da maconha, chega a ser uma agressão à
inteligência, passando a mensagem de que educar, ensinar e conscientizar seria perda de tempo. A educação começa no
berço, em família, é reforçado pelo convívio social e pela religião e
complementada pela Escola de boa qualidade. Falas desse teor equivalem a
confessar a incapacidade de resolver o problema.
Cada povo tem seus
alimentos próprios, os melhores para eles; melhor dizendo: tinham! Hoje com as
facilidades nos intercâmbios comerciais há de tudo em todos os países que, se
não os produzem, podem importar. O tradicional Jejum no sétimo dia como forma
para que o corpo se recupere das más influencias, inclusive dos pensamentos, não
costuma ser obedecido nem mesmo quando a
pessoa adoece e se torna um caso da própria sobrevivência. Poucos se lembram de
se abster deste ou daquele alimento menos saudável. Bebidas e drogas,
infelizmente passaram a fazer parte dos hábitos de muitos indivíduos,
especialmente os jovens. Perderam as referencias sociais e as naturais, de
ordem instintiva.
Povos que vivem em
contato com a natureza sabem distinguir pelo olfato qual a fruta, folha, raiz
ou semente serve ou não como alimento. Conhecem também as propriedades
medicinais; os que possuem um organismo mais limpo de toxinas e entendem de
fisiologia a ponto de conhecer as necessidades especificas de acordo com o meio
em que vive, sabem identificar quais as melhores para si. Aliás, a natureza nos
fornece um cardápio anual, pronto e acabado para ser seguido. A concentração
nas cidades inibiu esses comportamentos racionais.
Se observarmos os
animais eles tem um conhecimento instintivo. Basta observar um cão ou gato, por
exemplo, que ainda não foi viciado pelos hábitos civilizatórios de seus donos.
Instintivamente caçam, escolhem folhas digestivas para mastigar e curar-se de
excessos alimentares, fazem jejuns e cuidam de seus propôs dejetos,
enterrando-os. Quando impedidos desse contato com o natural, adoecem – estão
até adquirindo doenças dos humanos...
Já os humanos dos
últimos 50 anos se comportam de forma
bem pouco ‘civilizada’ no descarte geral e se tivessem que enfrentar o
trabalho de coletar ou produzir o que
consomem, morreriam de fome ou intoxicados. Muitos hoje dependem de bolsas
esmola e cestas básicas, e estão felizes por receber produtos orgânicos, por
exemplo, cultivados à base de adubo ‘cama de galinha’... Não conhecem o verdadeiro
sabor natural do que consomem. (Nota:
esterco de galinheiro nunca era usado para hortas; este, após ser seco e
tratado, era espalhado no quintal longe de plantas que fossem destinadas a
produzir alimentos. Nas hortas era usado moderadamente o esterco de gado
bovino, devidamente tratado e misturado com palha, restos de outras plantas e
às vezes cinzas. O esterco de cavalos, após seco e tratado era usado só nos
jardins.)
Voltando ao
assunto, melhor um cardápio natural à moda de antigamente que não contamine o
organismo além de se beneficiar da água pura e do ar não poluído. Isso depende
de cada um.
Estamos em plena
quaresma cristã, vivendo o progresso civilizatório do século XXI. As tentações
pululam diante dos olhos – no momento são as guloseimas de chocolate: Ovos de
Páscoa saborosos e tentadores que mandam para o espaço as boas intenções de
qualquer regime. Nada é proibido, mas nem tudo nos convém.
Conheça um cardápio
anual de dois mil anos atrás de acordo com o que a Natureza oferecia e o homem
produzia:
1-
Cevada
– no mês de fevereiro; 2- Trigo – março – para que o pão de cada dia cuide do
corpo o ano todo; 3- uva ácida para que o corpo perca a gordura - abril; 4- em
maio, coletar a uva para que sirva o suco
sirva de bebida; 5- Junho - uva
passa, doce, seca ao sol e sirva de alimento durante o restante do ano; 6- em
julho e agosto – amêndoas e figos maduros – secar os que sobram para alimento
nos meses em que não há frutos. 7 – de setembro em diante usar ervas / verduras
que brotam após as chuvas, para purificar o sangue; leite e coalhadas.
Um
dia o homem aprenderá a lição e não mais contaminará seu corpo com drogas e
produtos antinaturais.
-
“O que era semente faz-se erva, e o que era erva faz-se espiga, do que é espiga
faz-se o pão, do pão quilo, do quilo sangue, deste semente, deste embrião,
deste homem, deste cadáver, desta terra, desta pedra.’ (Giordano Bruno –
Diálogos).