Em nossa cultura a
cruz está associada ao cristianismo e como instrumento de suplicio. Esse
símbolo é utilizado impresso ou representado em sua forma de dois madeiros com
diversas modalidades de disposição dos braços incluindo a figura do crucificado
e com legendas. Como peça decorativa, joia ou de significado artístico e
religioso, a Cruz acompanha o ser humano desde tempos remotos. Está na coroa de
reis e rainhas, em emblemas de Nações e instituições, na cúpula de Igrejas, se
constituem em majestosos Cruzeiros ou em singelas marcas à beira de estradas. O
próprio homem, ao abrir os braços torna-se o próprio símbolo como o é o Cristo
Redentor no alto do Corcovado no RJ.
Porém, a cruz é um
símbolo que antecede em muito o cristianismo. Esse símbolo está presente em
todas as culturas da antiguidade, tanto do Velho Mundo, do Oriente e na América
entre os povos Indígenas, com significados outros que não o do suplicio e da
crucificação. Foi no início do século oito,
no tempo de Adriano, que a Cruz foi adotada com o simbolismo do homem na cruz
em substituição da antiga representação do Cristo como o Cordeiro.
Nas Igrejas
primitivas somente a cruz era usada em sua forma simples, ou associada com o
Carneiro; nelas havia um pavimento em forma de grande mosaico com um circulo
próximo à porta de entrada. O centro era marcado pelo cruzamento de duas
linhas, e era nesse ponto que o neófito deveria fazer sua primeira prostração;
ele indicava a Rota – daí a leitura feita com as quatro letras: Rota, Taro,
Tora, Ator. > O Caminho.
Seu significado
muito anterior está relacionado com a direção dos quadrantes: Norte, Sul,
Leste, Oeste. Também com os quatro elementos: Fogo, Ar, Água, Terra.
O
Símbolo da Cruz e sua representação: - a mais simples
representação é de dois braços como a Cruz de Lorena, ou de Carava. Há também a
Cruz Florescida cujos braços terminam em forma de flor de Lis. A Cruz Gamada –
Suástica (dextra); a cruz Latina que tem um braço maior que o outro. A cruz
grega com quatro braços iguais; a Cruz Vermelha sobre fundo branco > símbolo
de neutralidade de ambulâncias conforme a Convenção de Genebra. A Cruz de Malta
(São Jorge) com quatro braços iguais que se alargam nas extremidades; a cruz de
Santo André em forma de ‘X’; a Cruz de Santo Antonio em forma de ‘T’.
A
Cruz de San Benito representada numa das faces da Medalha
é acompanhada com a inscrição de letras sintetizando uma fórmula para
exorcismo. A cruz de San Benito é usada como proteção segura contra os
malefícios e manifestações demoníacas.
No braço vertical
temos as letras C. S. S. M. L. e na horizontal as letras: N. D. S. M. D. cujo
significado é: Vertical > ‘Cruz Sancta Sit Mihi Lux, Non Draco Sit Mihi
Dux’.
Na faixa oval que circunda a cruz estão as
iniciais das palavras do exorcismo e da pregação: - ‘Vade Retro Satana, Nunquan
Suade Mihi Vana; Sunt Mala Quae Libus, Ipsa Venena Bibas”. (Retrocede Satanás!
Não me persuadas com coisas vãs. Bebe tu mesmo teus venenos. AMÉM.)
Na figura
ilustrativa da Medalha e Cruz de San Benito que acompanha o texto do livro “Regla
Del Gran Patriarca de San Benito’ – (cp. VIII – Madrid -1885) notamos que as
letras estão dispostas de forma a indicar o sinal da cruz feito pelo exorcista:
começa ao alto com o V. e aí termina com o A
de Amém. Seguem as letras em ordem contrária --- B. V. I. (Bebe tu teus
venenos) ditos após as palavras em frente ao braço esquerdo da cruz: L. Q. M.
S. R. (parecem estar embaralhados, porém estão na sequencia do movimento feito
pelo exorcista); estes são seguidos de outros símbolos abaixo e à direita. Portanto o V (Vade) do
inicio tem ao lado o A (Amém) fim da bendição.
Nos quatro ângulos
temos as letras: C. S. P. B. > Cruz de Padre San Benito.
Todos os símbolos
religiosos, através dos tempos, foram sagrados para muitas pessoas ocultando o
verdadeiro simbolismo esotérico. Eles nos remetem a um ponto de convergência da
crença Universal de que há algo mais do que esta vida e que é essa a meta de
todo ser humano.