A cultura do sofrimento é difícil de assimilar.
Carma pressupõe reencarnação, outras vidas.
Não duvido desta possibilidade. Porém, problemas de
ordem – física, mental, psíquica – aqui e agora, têm outras explicações bem
atuais. A ciência genética explica muita coisa. Temos livre arbítrio,
inteligência, força de vontade para superar problemas de toda ordem.
Não lembro o nome de um livro que li sobre o perdão;
enfatizava o saber perdoar, não só aos outros, mas a si próprio. Dar-se uma
nova chance em vez de ficar cultivando o sofrimento ou resignar-se de que está
espiando um merecido castigo.
Não consigo entender um Deus tão duro. Qual o mérito
de uma pessoa que sofre por algo que acredita seja por conta de erros cometidos
em outra vida se não procurar mudar hábitos, comportamentos, melhorar seu
conhecimento, aproveitar oportunidades de mudar sua situação, entre outras
coisas?
Creio que toda e qualquer dificuldade é um desafio
para crescer, melhorar, aprender. Se há espíritos malignos, e há, sugando
energias dos humanos, por exemplo, a causa não está no carma, mas na fraqueza
de espírito da pessoa. Acreditar em Carma sem nada fazer para mudar a situação
é entregar o ouro para o inimigo. Condicionar a vida a essa crença não melhora
em nada a pessoa. E o capeta se diverte!
A uma pergunta sobre se seria ‘carma coletivo’ o que
correu em Santa Maria, não acredito que seja ‘carma coletivo’ só pelas coincidências
citadas. Dizem que a história se repete independente dos ‘atores’. É uma
espécie de sacudida de consciências anestesiadas.
No caso, entendo como uma lei de atração ou talvez o
tal ‘efeito borboleta’; tudo o que acontece tende a se expandir em ondas até se
esgotar a força do acontecimento; é como atirar uma pedra num lago; o tamanho
da pedra e a sua força vão determinar a intensidade das ondas a se propagar até
esgotar e voltar tudo a normalidade. Muito do que acontece hoje está sintonizado nas vibrações que se propagam no tempo e no espaço
de forma coletiva. Algumas pessoas são mais fortes, outras mais fracas e se deixam
envolver em situações que as levam a um desfecho previsível dada as
circunstancias que ocorrem. Tudo é previsível, como previsível era o triste
acontecimento na Bolívia durante uma partida de futebol onde um garoto foi
atingido de forma fatal por um sinalizador disparado pelo torcedor corintiano.
Temos certeza que não houve intenção de atingir fisicamente quem quer que
fosse. Mas atingiu. Havia o risco e foi permitido que o ato ocorresse – clubes,
organizadores do evento, segurança local, etc., etc., - foram omissos. Era previsível ali, como previsível também o
era na boate em Santa Maria, pois havia todos os elementos para acontecer uma
tragédia. Em ambos os casos o imponderável aconteceu devido a uma faísca. Esses
são dois exemplos recentes de acontecimentos ditos idiotas do coletivo. Como
idiotas sempre foram todas as guerras e confrontos entre seres humanos, não
importando o motivo que levou à destruição de seus semelhantes.
Lembramos as palavras de Pedro – (Epístola aos Efésios – A Armadura
de Deus- 10) - “Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do seu
poder.
Revesti-vos de toda armadura de Deus, para poderdes ficar firmes
contra as ciladas do diabo, porque a nossa luta não é contra o sangue e a
carne, e, sim, contra os principados e potestades, contra os dominadores deste
mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes.
Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais
resistir no dia mau, e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis.