Pelo predomínio das
águas oceânicas acumuladas na superfície da Terra, Azul é a cor do planeta
visto desde o espaço. Os oceanos ocupam 71% da superfície do globo. Isso equivale a 371
milhões de km2 ! Ainda há mais água em suspensão na atmosfera, nas grandes
bacias hidrográficas, nos lagos, mares, lagoas, fontes. E, escondidos no
subsolo e a grandes profundidades temos os lençóis aquíferos e a água primordial ou juvenil, esta, que
ainda está em formação.
O que mais me
encanta é a profusão de águas que brotam em altas montanhas e escoam encostas
abaixo em busca de um local para se acomodar – teoricamente, pois o ciclo
hidrológico é uma constante. Nessa circulação permanente, as águas sobem e
descem ao sabor das massas de ar que
parecem brincar formando e desfazendo nuvens, distribuindo chuvas e as
secas também... Secas a castigar algumas regiões. Em outras chove. E como
chove! O planeta terra por momentos se transforma num planeta água. Se as
temperaturas caem, cai neve ao montes. É o clima que, usando o elemento água,
mantém a humanidade em suspense – seja pela falta seja pelo excesso do precioso
líquido H2O.
Pelo tempo que o
ser humano vive no planeta já deveria ter adotado medidas mais eficientes de
adaptação aos extremos climáticos que não são novidade para ninguém.
Água, elemento
vital para a humanidade e todos os seres vivos, existe numa quantidade
razoável. Pelas estimativas há 13.6 bilhões de km3 (!) no planeta. 97,2% desse
volume estão concentrados nos Oceanos. Os glaciais contêm 2,15%.
O total de água em
precipitação em terra firme é de 113.000
km3, assim distribuído: - água em evaporação, 72.000 km3; fluxo liquido de água doce = 41.000 km3/ao
ano. As precipitações, se distribuídas equitativamente pelo globo, seriam de 30 cm. Naturalmente esse ciclo de
circulação das águas não é igual por
toda a superfície.
A constante ameaça
de que vai faltar água não tem razão de ser. Fomos ver algumas estatísticas
sobre o consumo de água por cidadão. Considerando que a água doce disponível
geograficamente acessível é de 32.900 km3, e, feitas as deduções entre o que é
captado e o que escoa, as pesquisas indicam que cada cidadão tem a sua
disposição 5.700 litros de água ao dia. A água usada não desaparece como querem
fazer crer os ambientalistas. Ela é usada (irrigação, produção de energia, uso
industrial, uso doméstico, etc.) e volta ao meio ambiente indo fazer parte do
ciclo hidrológico: evaporação, lençóis subterrâneos, rios, fontes, oceanos,
etc.
É considerada
irrecuperável a água que evapora pela transpiração das plantas; ela na verdade
não deixa de existir, ela apenas muda de forma.
Quanto à irrigação
das lavouras comerciais estaria estabilizado o seu uso em 2 mil litros/pessoa –
isso significa que a cota de 5.700 litros/dia por pessoa em parte é fornecida
através dos alimentos produzidos de forma mais eficiente; eles podem chegar a
pessoas onde não há a possibilidade de produzir alimentos por falta de chuvas. Tudo
depende de planejamento e de logística.
Os pessimistas se
esquecem das técnicas de dessalinização das águas dos oceanos. Hoje apenas 0,2%
de água é dessalinizada para uso humano ou de irrigação. Também há tecnologia
para extrair água do ar.
Falta, na verdade,
uma boa gestão no uso dos recursos naturais. Boa administração é o segredo. O
desperdício por parte da população aliado à má administração pública é que são
motivos de preocupação. De que adiantam os progressos científicos se os
administradores públicos só pensam em política. A poluição das águas e o
abastecimento das regiões assoladas pelas secas só não é resolvida por falta de
vontade política.
Crise de água? Não!
Há muita retórica e pouca ação eficiente.
*Água Juvenil ou Telúrica: - água de origem magmática que ainda não faz
parte do ciclo hidrológico. Segundo Suess, as águas juvenis se formam a partir
do lento e contínuo processo de desprendimento de gases do interior do planeta.
(Dic. Geológico-Geomorfológico – A. T. Guerra)