quarta-feira, 27 de março de 2013

ÁGUA – MUITA RETÓRICA E POUCA AÇÃO EFICIENTE


Pelo predomínio das águas oceânicas acumuladas na superfície da Terra, Azul é a cor do planeta visto desde o espaço. Os oceanos ocupam 71%  da superfície do globo. Isso equivale a 371 milhões de km2 ! Ainda há mais água em suspensão na atmosfera, nas grandes bacias hidrográficas, nos lagos, mares, lagoas, fontes. E, escondidos no subsolo e a grandes profundidades temos os lençóis aquíferos  e a água primordial ou juvenil, esta, que ainda está em formação.
O que mais me encanta é a profusão de águas que brotam em altas montanhas e escoam encostas abaixo em busca de um local para se acomodar – teoricamente, pois o ciclo hidrológico é uma constante. Nessa circulação permanente, as águas sobem e descem ao sabor das massas de ar que  parecem brincar formando e desfazendo nuvens, distribuindo chuvas e as secas também... Secas a castigar algumas regiões. Em outras chove. E como chove! O planeta terra por momentos se transforma num planeta água. Se as temperaturas caem, cai neve ao montes. É o clima que, usando o elemento água, mantém a humanidade em suspense – seja pela falta seja pelo excesso do precioso líquido H2O.
Pelo tempo que o ser humano vive no planeta já deveria ter adotado medidas mais eficientes de adaptação aos extremos climáticos que não são novidade para ninguém.
Água, elemento vital para a humanidade e todos os seres vivos, existe numa quantidade razoável. Pelas estimativas há 13.6 bilhões de km3 (!) no planeta. 97,2% desse volume estão concentrados nos Oceanos. Os glaciais contêm 2,15%.
O total de água em precipitação em terra firme é de  113.000 km3, assim distribuído: - água em evaporação, 72.000 km3;   fluxo liquido de água doce = 41.000 km3/ao ano. As precipitações, se distribuídas equitativamente pelo globo,  seriam de 30 cm. Naturalmente esse ciclo de circulação das águas  não é igual por toda a superfície.
A constante ameaça de que vai faltar água não tem razão de ser. Fomos ver algumas estatísticas sobre o consumo de água por cidadão. Considerando que a água doce disponível geograficamente acessível é de 32.900 km3, e, feitas as deduções entre o que é captado e o que escoa, as pesquisas indicam que cada cidadão tem a sua disposição 5.700 litros de água ao dia. A água usada não desaparece como querem fazer crer os ambientalistas. Ela é usada (irrigação, produção de energia, uso industrial, uso doméstico, etc.) e volta ao meio ambiente indo fazer parte do ciclo hidrológico: evaporação, lençóis subterrâneos, rios, fontes, oceanos, etc.
É considerada irrecuperável a água que evapora pela transpiração das plantas; ela na verdade não deixa de existir, ela apenas muda de forma.
Quanto à irrigação das lavouras comerciais estaria estabilizado o seu uso em 2 mil litros/pessoa – isso significa que a cota de 5.700 litros/dia por pessoa em parte é fornecida através dos alimentos produzidos de forma mais eficiente; eles podem chegar a pessoas onde não há a possibilidade de produzir alimentos por falta de chuvas. Tudo depende de planejamento e de logística.
Os pessimistas se esquecem das técnicas de dessalinização das águas dos oceanos. Hoje apenas 0,2% de água é dessalinizada para uso humano ou de irrigação. Também há tecnologia para extrair água do ar.
Falta, na verdade, uma boa gestão no uso dos recursos naturais. Boa administração é o segredo. O desperdício por parte da população aliado à má administração pública é que são motivos de preocupação. De que adiantam os progressos científicos se os administradores públicos só pensam em política. A poluição das águas e o abastecimento das regiões assoladas pelas secas só não é resolvida por falta de vontade política.
Crise de água? Não! Há muita retórica e pouca ação eficiente.

*Água Juvenil ou Telúrica: - água de origem magmática que ainda não faz parte do ciclo hidrológico. Segundo Suess, as águas juvenis se formam a partir do lento e contínuo processo de desprendimento de gases do interior do planeta. (Dic. Geológico-Geomorfológico – A. T. Guerra)