A todo o momento
alguns desavisados entendem que podem interferir na condução de currículos
escolares sem terem uma base para falar no assunto. É natural que no Brasil o
assunto cultura africana tenha relevância. Porém é preciso lembrar que estamos
no Brasil, país multicultural onde convivem povos das mais variadas origens:
brancos, negros, amarelos, indígenas. No currículo escolar, no item formação da
população brasileira, sempre constou o estudo geral das características
básicas de cada povo, suas origens, traços étnicos, sincretismos e demais
influencias sejam religiosas (umbanda, quimbanda, candomblé, crendices, magias,
e superstições) ou de expressão cultural – linguística, artes, musica,
religião, culinária, etc.
África
não é um país. África é um continente com 30
milhões de km2 e uma população de mais de um bilhão de pessoas (estimativa de
2005) distribuída por 54 países independentes e outros. Falam-se inúmeras
línguas africanas, além do árabe, inglês, francês, português, castelhano.
A extensão
territorial do continente africano, as condições físicas e de distribuição
populacional abrange duas grandes unidades: a África a branca ao norte - formada por árabes, berberes, tuaregues, judeus e
descendentes de europeus, e a África negra
ou subsaariana onde vivem uma imensa variedade de grupos étnicos, cada um
com seus usos e costumes, sua língua e cultura.
Vivendo
e aprendendo: - Todo cidadão independente de sua
origem étnica cultural, afro descendente ou não, tem o direito de conhecer a
história do povo de sua origem. A busca dessa identidade é possível e depende
do interesse de cada um em particular. Querer impor isso à escola é abusar do
direito de ser impertinente ou praticar política demagógica.
Para o Brasil
vieram povos de várias regiões africanas. Destaque para: 1- cultura Sudanesa - ioruba
ou nagô – da Nigéria; os gegês ou daomeianos – do Daomé; os mina ou fantiachantis
da Costa do Ouro / Gana, além de outros da Costa do Marfim, Libéria, Serra
Leoa, etc.; 2- cultura Guiné – sudanesa
(islã) como os fulas, mandingas, haussás, tapas, etc. 3- cultura Bantos que
incluem os angola, congoleses além de outros da região de Moçambique. Uns eram mais
adiantados culturalmente; outros de índole mais arredia; os traços físicos é que tem permitido
estabelecer suas origens devido à forte mistura ocorrida durante a sua
introdução no país através do tráfico.
Pode-se perceber a
dificuldade para fazer um estudo de todos os povos em questão. Querer impor o
ensino da cultura africana nas escolas nesse contexto é inviável,
principalmente por ser um estudo para cursos especializados. Os traços gerais
já constam dos currículos.
Sugestão:
- que cada interessado aprofunde informações sobre grupos de seu interesse, de
forma individual ou em grupos de estudo. Pesquise e divulgue essas informações contribuindo
para o enriquecimento do acervo cultural da Nação brasileira. Basta consultar a
informação de qualidade existente na internet, em documentários de TV, livros e
revistas e em bibliotecas. Não há porque cobrar que a escola sirva o prato
pronto ao aluno.
Há também a possibilidade de intercambio cultural com os
diferentes países africanos – tanto ao vivo e a cores em viagens como através
dos consulados. Uma busca na internet pode abrir ‘n’ opções para quem realmente
quer melhorar e ampliar seus conhecimentos!
Concluindo: -A escola tem por
obrigação o ensino sistematizado de conteúdos básicos. A universidade mostra
caminhos. Cabe ao aluno segui-los ou não. A família tem um papel muito
importante na formação e informação das novas gerações sobre suas origens e
diferentes temas culturais. Falta desse vínculo afetivo tradicional familiar.
Aprendi muito ouvindo conversas em casa.
Sair da casca e
abrir-se para o conhecimento, caminhar com os próprios pés faz parte do
aprendizado!