A capacidade cognitiva do indivíduo é 50% inata e 50% adquirida.
“O que somos hoje é conseqüência do que fizemos ontem ou do que fizeram conosco” (Bergson).
O aprendizado implica na modificação do pensamento seja formal ou informalmente adquirido.
A criança na primeira infância, na segunda e na terceira infância tem capacidade para aprender coisas novas aumentando até à maturidade.
Na primeira infância até os dois anos ela já é capaz de reconhecer as primeiras figuras simples de objetos e animais. Aos três anos sua imaginação e criação aliado ao desenvolvimento motor já lhe permite o uso do lápis de cor, massa de modelar, brinquedos de montar e desmontar. O livro, gravuras, instrumentos musicais, representações dramáticas, fantoches, etc. podem ser incluídos nas suas atividades. A leitura e o cálculo podem ter início sendo que aos cinco anos ela já começará a ter um vocabulário simples. Os textos devem ser simples e com mais figuras que estimulam a imaginação. Elas retêm detalhes da história ouvida e corrigem quem lhe repetir ou história de forma modificada, ou que omitir detalhes ou acrescentar outros.
Aos seis anos (fase pré-escolar) muitas crianças já estão alfabetizadas e se esforçarão em transmitir os conhecimentos adquiridos tentando ler textos novos. Daí a importância do livro infantil.
Até a puberdade a criança permanece animista. Todos os seres animados ou inanimados têm vida – daí a criança conversar com seus brinquedos, com a mesa ou com a cadeira, com os animais, etc.
A leitura em companhia de adultos (tão esquecida pelos pais) transmite à criança segurança, pois terá mais facilidade para lidar com as emoções: medo do escuro, de bruxas, personagens maus, animais ferozes...
À medida que vai crescendo (com dez ou mais anos de idade), seu gosto tende a se identificar com o mundo “real” e começa a se interessar por personagens em histórias de aventuras e de mistério; os animais agora são amigos seus.
Às vezes as crianças maiores com irmãos mais novos voltam naturalmente a se interessar por contos e livros da primeira e segunda infância. É normal e representa uma pausa saudável.
O conto de fadas é terapêutico porque a criança encontra sua própria solução através do que ela observa em relação à estória e os seus sentimentos e conflitos decorrentes do crescimento. Ele não determina o que fazer ou qual a melhor escolha. A criança entende a linguagem dos símbolos. Exemplo: o significado do número três nos contos de fada representa as pessoas. O Um é a própria criança em sua relação com o mundo. O Dois é o grupo de duas pessoas: pai e mãe. O Três é o Um contra os Dois, ou seja, a criança em relação aos pais. Um conto com essa simbologia ajuda a criança de forma inconsciente, a se relacionar melhor.
A poesia e o teatro de fantoches, jogos, cantos e as canções representam grande importância no crescimento intelectual equilibrado e saudável.
Nem todas as crianças têm a sorte de ter uma infância voltada para este desenvolvimento natural.
Infelizmente há escola para tudo. Menos para formação de pais. Desestruturada e desautorizada, a família vem perdendo espaço como base ou porto seguro da criança exatamente nos primeiros anos de vida. E isso se reflete no seu aprendizado e no desenvolvimento intelectual, com prejuízos para o equilíbrio emocional. Cada vez mais cedo a criança perde suas referencias familiares mergulhando num mundo materialista ateu que só oferece “necessidades” descartáveis.