Parece que foi ontem em que se comemorava o quarto
centenário de São Paulo com festividades que movimentaram todos os paulistas
numa homenagem ao bravo povo que, com
sua força de trabalho e determinação, caminhou
à frente mostrando caminhos, vencendo obstáculos, conquistando seu espaço, construindo
uma Nação.
A pujança de São Paulo de hoje tem história. Em nossa
homenagem à cidade de São Paulo citamos pequeno trecho extraído do livro “Raposo
Tavares – O Botas de Sete Léguas” (inédito) – de nossa autoria.
"Século
XVII. Planalto de Piratininga. Vila de São Paulo.
Entre
colinas e vales do planalto, em meio aos cursos d’água do rio Tietê e
Tamanduateí, e próximo às aldeias indígenas subsiste um aglomerado de cento e
poucas rudes casas de taipa, um colégio de padres e a igrejinha ao centro.
Cerca de mil e quinhentas almas povoam a vila. É noite. Meia dúzia de homens
armados de mosquetões mede a largas passadas as desertas ruas da vila, montando
guarda. Tudo está às escuras. Menos uma casa. Lá, à luz de um lampião, está
reunida a segunda geração de mamelucos, procurando uma solução para os
problemas que afligem a população. É uma geração lutando pela sobrevivência.
Lutando pela manutenção da posse da terra.
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Ou
vai muito longe ou não vai. Ou afronta todos os perigos e todas as insídias da
selva ou fica placidamente em casa. É das terras paulistas que partem quando
decidem partir.
“Terra
paulista! Do teu ventre de mãe, fecundo e são, veio a alma que realizou a
nacionalidade. De ti proveio o homem que defrontou a natureza, peito a peito, e
que a venceu e dominou a facão e a fé!
Tu
deste geografia ao Brasil. Essa terra que aí se estende, e se esparrama, não
apenas pelas florestas vencidas e rios vadeados. Mas, sobretudo, pelas
sepulturas de teus filhos.
Foi
sob o teu céu, sob os farrapos das tuas neblinas, ao amplo iluminar dos teus
sóis, que a América brasileira afirmou as suas primeiras liberdades. De ti
partiram todas as potências da nossa formação!
Tu
presidiste os destinos da Família; marcaste o nome, a propriedade, o Lar!
Em
teu seio a alma das mulheres, os olhos das crianças, as bênçãos dos velhos,
acompanharam, comovidamente a arrancada ruidosa de Raposo Tavares, mergulhando
as raízes da sua raça, o ferro rude e rubro da força, pelos rios, pelas terras,
pelo mar! E choraram a agonia de Paes Leme, vendo-o morrer sozinho no deserto -
corpo em febre, as mãos enclavinhando junto ao peito, as suas esmeraldas. E
esperaram a volta de outros que também não voltaram!
Terra
paulista! Berço de gigantes de Botas de Sete Léguas! Terra dos Bandeirantes!”
Parabéns
São Paulo. Muitos outros anos de vida
produtiva, progresso e realizações em prol da Nação Brasileira. Que o
reconhecimento dos teus filhos que ora desfrutam do progresso que construíste,
se traduza em muita Paz e harmonia entre todos, independente dos problemas que
tiverem que enfrentar. Se há alguma coisa feita é porque alguém, com seu
trabalho e dedicação, o produziu. Que cada
um faça sua parte.