Cada um tem um
fragmento da verdade sobre a eterna pergunta: quem sou, de onde venho, para
onde vou. As religiões, cada uma se baseia nesses fragmentos. Os pesquisadores
no plano relativo acham apenas aquilo que procuram – ou seja – ouvem os ecos da
própria voz. Acham o que esperam encontrar, pois há mais ou menos verdade nas
teorias que lhes agradam. Ninguém acha a verdade por inteiro. Daí o grande
número de seitas, religiões, crenças, cultos, escolas esotéricas e filosóficas questionando
umas às outras. Não só no Ocidente como no Oriente também.
Para entender o que
há de verdade ou de mera superstição é preciso estudar, ouvir argumentos dos
outros e não misturar informações a respeito das grandes verdades espirituais.
Deuses falsos de
superstições cultivadas por mentes em estágios diferentes de desenvolvimento
existem a granel em todos os lugares e tempos, incluindo o deus do bem e do
mal, e até o moderno ‘deus’ do consumismo e da lascívia em nome de um falso bem
estar material a reinar em um novo templo babilônico de liberdade
individualista produzido pela vida vazia e inútil.
O erro das seitas e
das escolas em conflito é que querem limitar Deus e excluir alguns homens. A
grande maioria dos seguidores das diferentes religiões e correntes de
pensamento conserva nomes e formas exteriores das práticas, mas só aceita a
parte do ensinamento que lhe convém e satisfaz sua maneira de viver.
O ensino esotérico
(interior) e o exotérico (exterior) são adaptados conforme os interesses particulares.
Deixar de lado os antigos preconceitos não é repudiar o diferente; é ter uma
mente pronta, aberta ao conhecimento para receber a verdade intuitivamente.
Vemos que ao redor
de tudo há uma cadeia de causas e efeitos. Essas causas retrocedem até o Absoluto.
O segredo está em que tudo começa e acaba no Absoluto (!)
As verdades que
promanam do Absoluto são sentidas intuitivamente pelas pessoas de acordo com
seu estágio espiritual. Não podemos querer que um individuo com um espírito
primário para o qual o som do batuque tribal ressoa no seu ser desde o berço,
de um momento para outro se enleve com os acordes celestiais de um hino
produzido por inteligências em sintonia com as altas esferas universais.
Todos estão no
caminho. Mas em estágios muito diferentes. Enquanto formadores de opinião,
lideres políticos e religiosos, educadores e governantes permanecerem
ignorantes às verdades desses estágios de desenvolvimento individual teremos o
‘conflito’ racial, social, religioso, cultural sendo cultivado e usado de forma
ideológica com fins pouco nobres, quando não criminosos. A separatividade é
natural, porém não regra para exclusão, e sim para compreensão sem preconceito
e respeito pelo outro.
Despertar a
consciência das pessoas é o segredo para uma convivência social harmoniosa e
feliz. Cada um é responsável por si em primeiro lugar. Do seu empenho em
aprender e ensinar é que devem derivar as mudanças para melhor e não para pior
como vem ocorrendo. É preciso acabar com esse péssimo hábito de estar apontando
o dedo para o outro antes de se olhar no espelho – seu melhor professor.
A ‘escola’ da vida
tem sido deformada pela propagação enganosa do que seja uma vida feliz. Fico
indignada que um meio de comunicação como a TV esteja sendo usado para
ressaltar o lado obscuro da sociedade e dos indivíduos. Com tanta coisa bonita,
boa e de nível elevado para ser mostrado preferem irem à exaustão com o
negativo. Mentes fracas, de índole menos pacífica são, sim, influenciadas e
podem cometer atos de violência para também aparecer nas manchetes. Qualquer
psicólogo pode constatar o que estou dizendo. A psicologia das multidões é
outro tema a ponderar. O que um não faz sozinho, faz no meio de uma turba sem
controle ao menor sinal de perigo ou de incitação por uma ordem emitida no
momento adequado e promover desordem, violência e desrespeito e outras atitudes
anti-sociais.
