Um
artigo do jornal El País – edição em português – exibia
sandálias havaianas como produto brasileiro. Certo. Brasileiríssimo! Nunca consegui
usar uma pelo motivo que já falei em outro artigo publicado há algum tempo. Refere-se
à memória olfativa do dia em que vi a primeira sandália feita num forno de
vulcanização lá no bairro do Tatuapé –SP – capital. Melhor dizendo, a primeira
sandália era um chinelo feito com a sola de sapato ao qual haviam sido acrescentadas
talas usando furos para fixá-las. No bate papo que assisti entre as pessoas da
casa e os visitantes amigos foi sugerido fazer o novo tipo de calçado com numeração variada; pouco tempo depois lá
estavam os primeiros exemplares sendo vendidos em lojinhas do bairro e feiras
livres. Ainda não eram coloridas e conservavam o forte cheiro de borracha
vulcanizada.
Bem, mas voltando ao Jornal em questão ‘EL País’,
eu preferia a edição em espanhol. Ela me permitiu recordar o linguajar usado em
casa na minha infância, com as mesmas expressões e construções que uma tradução
não consegue elaborar. O curioso é que, na última leitura do jornal em
castelhano, havia um artigo propondo que o Brasil adotasse o espanhol como língua
oficial juntamente com o português. E agora o jornal é apresentado em português
para o Brasil...
Reforma
ortográfica - Por falar em linguagem, o assunto
reforma ortográfica continua em debate e sua adoção oficial foi adiada mais uma
vez, agora para 2015. Novas propostas de alteração da escrita estão sendo apresentadas,
como por exemplo, a substituição de ‘ch’ pelo ’x’ – [ó Xente!] – Conheço esse
tipo de pronuncia da Galícia muito comum entre os portenhos, bem como certos
modismos adotados a partir da pronuncia andaluz. Os portenhos, por exemplo, gostam
de brincar com brasileiros mudando a pronuncia – se você usa o castelhano puro
eles se saem com a pronuncia andaluz ou galego. Se você usa o sotaque ‘portenho’
eles capricham no castelhano! Esses hermanos!
Temos que considerar que o português falado em
Portugal é bem diferente do português falado no Brasil. E, diga-se de passagem,
que os programas de TV - de auditório
tipo Chacrinha e de humor como os Trapalhões - influíram muito na linguagem e no comportamento dos
jovens. No texto de ontem falei da convivência das pessoas em praça pública
semanalmente (no Jardim), e falei da influencia da TV no comportamento depois
que passou a dominar nos lares.
Comentários sobre o uso do sinal de TV como
formador de opinião visando manter as pessoas ‘hipnotizadas’ não faltam. A programação
faria parte de um plano de dominação da mente humana. Tudo é possível. Sobre a
Internet - esta estaria agindo de forma a contrariar esse ‘plano’ de dominação.
Talvez por isso haja todo esse movimento de regulamentação dessa ferramenta. Pelo
que percebemos a internet mais parece coisa de aprendiz de feiticeiro.
Outro
tema
que me chamou a atenção: - A Holanda
pensa em cobrar de cada detento 17 Euros
ao dia. Já no Brasil, com bolsa para tudo, certamente nunca serão resolvidos os
problemas de prisões superlotadas...
E,
que falar dos mensaleiros apelando para doações de populares para pagar as
multas impostas pela Justiça? Assim não dá.
Preguiça com hora marcada
é desculpa; aqui a preguiça chega sem
aviso prévio...
-
“É mais difícil fazer caricaturas na Democracia que na ditadura, porque à
Democracia é preciso preservá-la. É preciso ser certeiro com a crítica e não
destrutivo. Poderei desenhar bem ou mal, mas antes de tudo sou um democrata”.
(Hermenegildo Sábat – caricaturista político argentino).