Num gesto de
desprendimento e de coragem, Bento XVI anunciou que a partir do dia 28 próximo
o cargo que ocupa estará vago. Novo papa deverá ser eleito conforme a tradição
da Igreja, em um conclave. Especulações sobre o possível eleito apontam para
que seja um italiano, e os defensores da teologia da libertação esperam por sua
vez.
O papa Bento XVI é
o primeiro papa a renunciar em seiscentos anos; outros papas renunciaram no
passado; uns por vontade própria, outros por imposição, especialmente lá nos
primórdios da criação da Igreja Católica. Segundo o teólogo americano R.
MacBrien teriam sido seis os papas que deixaram o cargo. Cita os seguintes: 1-
Papa Ponciano (235 d.C), 2- Papa Silvério (537 d.C), 3- João XVIII (1009 d.C),
4- Bento IX (1045 d.C)- que após dois anos voltou ao cargo, 5- Celestino V
(1234 d.C), 6- Gregório XII (1415 d. C). E agora, Bento XVI (2013 dC).
Sua renúncia abre
caminho para novos rumos da Igreja Católica, que, inserida no contexto de um
mundo considerado moderno, teria que se adequar aos novos tempos, segundo a
opinião de alguns. A humanidade passa por grave crise de desestruturação da
família, uso de drogas, comportamentos altamente permissivos nos
relacionamentos, com a predominância de uma ética e uma moral excessivamente
liberal. Os egoísmos e o egocentrismo por parte de governos e governantes, que
usam e abusam do poder político e econômico, são, sem dúvida alguma, desafios
que deverão ser enfrentados pelo novo pontífice.
É necessária uma
nova postura, porém, a melhor solução não será rezando pela cartilha do
‘progressismo’ que confunde liberdade com libertinagem transformando tudo em
clube de amigos e associações para tudo, menos para a prática da verdadeira
espiritualidade. A verdadeira Moral que sempre existiu no mundo associada à
religião, sendo o código de conduta (bem agir) entre os homens, ditado por Deus
- (os Mandamentos de Deus) - tem sido substituída pelos códigos do viver em
sociedade.
É tempo de
mudanças, sim. É tempo de renovar. De mudar certas estruturas corrompidas e
construir o tão sonhado mundo do bem, que só terá sustentação duradoura se
alicerçado em princípios da Moral religiosa.
Embora a Igreja não
atribua fé canônica às Profecias de São Malaquias, vale a pena repetir aqui o
que ele diz nas suas profecias sobre o último papa (Petrus Romanus): - será
firme como uma rocha, empecilho último ao domínio Universal da Tecnologia sem
moral.
-‘In persecutione extrema
sacrae Romanus Eclesiae sedebit Petrus Romanus, qui pascent oves in multis
tribulationibus, qui bus transactis, civitas septicollis diruetur, et judex tremendus
judicabit populum’.
(‘Na
perseguição final à Santa Igreja Romana, ocupará o trono Pedro Romano que
apascentará o rebanho entre muitas tribulações; passadas estas, o juiz terrível
julgará os povos’- São Malaquias)