Talvez seja por
ingenuidade ou por comodismo, mas o povo acata o que lhe apresentam tipo ‘prato
pronto’. Não haverá planeta para tanto lixo, afirmam categoricamente os
ambientalistas. Temos que concordar com eles, pois não estamos vendo nenhum
movimento que realmente mude a direção para a qual começamos a caminhar há meio
século.
Lixo às toneladas é
produzido diariamente no mundo inteiro e até no céu também. Lixo, poluição
ambiental, degradação do meio ambiente, até criancinha da escola já sabe o
discurso. Mas, o que fazer com tanto lixo? Quais as causas de haver tanto lixo?
Como começou a produção em série e no atacado de tanto lixo? Hoje falarei só do
lixo das embalagens plásticas para produtos de rápido consumo.
Quando vemos
embalagens descartáveis se acumulando, não só nas periferias das cidades, mas
ao redor de casas humildes em comunidades (indígenas e quilombolas) que dizem
querer preservarem os costumes, começamos a perceber a que ponto de
desorganização chegou o mundo dito ‘civilizado’.
Sem saudosismos,
porém com o objetivo de informar às novas gerações que o estilo de vida de meio
século atrás era ecologicamente correto, e que se viva bem, me proponho falar
do assunto e dar ‘um puxão de orelhas’ nos ouvidos moucos dos ambientalistas em
geral e nas autoridades em particular.
Não basta procurar
os culpados na ponta final da cadeia produção – consumo – descarte. É preciso ir à origem – sua produção!
Dizem que uma das
causas é o crescimento urbano. A grande concentração de pessoas em cidades que
cresceram desordenadamente por falta de um planejamento e do senso de responsabilidade das
autoridades não são os principais culpados. No caso, faltou também a educação
das pessoas que saíram de uma estrutura rural ou semi-urbana e foram para um
ambiente totalmente diverso, longe de quintais, hortas, pomares, agricultura
doméstica, etc., tornando-se dependentes de outro esquema de vida. Passaram a
viver ‘como Deus manda’... Naturalmente elas vão consumir produtos adquiridos em feiras, supermercados, e descartar no lixo
tudo o que não lhes serve mais, a começar pelas embalagens plásticas.
O Brasil produz
5,5% do lixo mundial e só recicla 13%; a grande maioria das pessoas não sabe o
que é coleta seletiva; os governos têm-se limitado a coletar e amontoar em
algum lugar tudo o que é descartado – os lixões. São constatações óbvias de
pessoas que já nasceram consumindo produtos embalados em plásticos descartáveis
– inclusive as fraldas que, se eles não usaram, seus filhos usam – entendem que
as soluções para tanto lixo é: reciclar, reutilizar, reduzir e repensar.
Prefiro ficar com o
repensar. Sessenta anos atrás as compras vinham embaladas em: sacos de tecido, cestos
de palha e fibras naturais, papel, garrafas e litros de vidro retornáveis,
lata, madeira, etc., tudo reciclável, reaproveitável, ou descartável sem
contaminar o meio ambiente. O mais
racional é repensar sua produção eliminando o plástico da cadeia produtiva de
lixo; um bom começo é só parar com a fabricação de embalagens para os produtos
de curta validade como as bebidas e os alimentos industrializados. Sabemos
que isso contraria interesses econômicos. Mas até eles acabarão engolidos pelo
lixo se não houver uma rápida mudança de rumos.
A matéria prima
utilizada no fabrico de plástico tem outras utilidades industriais e as
indústrias podem se adequar. Já se sabe que incinerar não é solução. Reciclar,
só vai mudar de lugar e de utilidade por algum tempo esse lixo. Mais dia menos
dias será descartado novamente. Aí, as previsões de que o planeta não vai
comportar tanto lixo, será realidade. Restará um planeta com montanhas de
restos de tudo!
Mudar de rumo é
preciso. Basta dar um primeiro passo. Todos sairão ganhando.