quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

A ALFABETIZAÇÃO E OS BUROCRATAS DA EDUCAÇÃO


É surpreendente como os burocratas da educação tem dificuldade para entender que as crianças não são robôs. Os robôs, uma vez ‘alimentados’ com a informação, tem que retornar o conteúdo de forma automática e  cronometrada. Crianças, não !
Segundo as novas exigências que deverão vigorar para a alfabetização que deve ocorrer entre os 6 e 8 anos de idade, as crianças tem que apresentar resultados contado em palavras/minuto. Escrever – ler – entender o texto dentro do tempo estabelecido para cada idade é que vai determinar se a criança está ou não alfabetizada.
- Alooooô! – nossas crianças são seres humanos, não máquinas para serem programadas para executar tarefas correndo contra o tempo. Como ficam as crianças mais lentas, tímidas, com dificuldades de dicção, e até com certos tipos de gagueira?
Os burocratas da educação, mais uma vez demonstram a falta de vivencia e experiência do processo educativo realizado numa sala de aula. O objetivo da alfabetização (ensinar a ler, a escrever e entender o texto) ao ser confrontado com o resultado medido por índices – no caso palavras/minuto - é contraproducente, pois cada criança tem seu ritmo de aprendizado. No caso está nivelando todos como se eles tivessem as mesmas habilidades e capacidades de aprendizagem, o que não é verdade.  Nivelar todos pela mesma régua é um erro, especialmente no Brasil onde as diferenças regionais, culturais são acentuadas, e onde,  além do interesse ou a falta dele em aprender, - por lei, a criança é obrigada a frequentar a escola -  muitas vezes elas não tem motivação nenhuma para tal. Tem-se priorizado muito o atendimento às crianças com deficiências e esquecem que todos têm algum tipo de dificuldade. A importação do método de avaliação demonstra mais uma vez que esses burocratas estão distanciados da realidade da nossa escola.
As exigências da vida moderna têm jogado nas costas das crianças uma série de responsabilidades que vão desde aulas extras de inglês, artes marciais, balé, natação, música, às atitudes de reeducar os adultos (transito, meio ambiente, coleta seletiva, etc.). Os brinquedos eletrônicos, celular, computador, e, pais cada vez mais estressados tendo que fazer milagre para manter o status ‘classe C’ que o governo lhes atribuiu, estão a distanciar cada vez mais pais e filhos. Só os burocratas da educação não percebem que cobrar resultados das crianças como se alfabetização fosse uma gincana ou corrida de F1 só vai criar problemas, não soluções no quesito alfabetização.