É surpreendente
como os burocratas da educação tem dificuldade para entender que as crianças
não são robôs. Os robôs, uma vez ‘alimentados’ com a informação, tem que retornar o conteúdo de forma automática e cronometrada. Crianças, não !
Segundo as novas
exigências que deverão vigorar para a alfabetização que deve ocorrer entre os 6
e 8 anos de idade, as crianças tem que apresentar resultados contado em
palavras/minuto. Escrever – ler – entender o texto dentro do tempo estabelecido
para cada idade é que vai determinar se a criança está ou não alfabetizada.
- Alooooô! – nossas
crianças são seres humanos, não máquinas para serem programadas para executar
tarefas correndo contra o tempo. Como ficam as crianças mais lentas, tímidas,
com dificuldades de dicção, e até com certos tipos de gagueira?
Os burocratas da
educação, mais uma vez demonstram a falta de vivencia e experiência do processo
educativo realizado numa sala de aula. O objetivo da alfabetização (ensinar a
ler, a escrever e entender o texto) ao ser confrontado com o resultado medido
por índices – no caso palavras/minuto - é contraproducente, pois cada criança
tem seu ritmo de aprendizado. No caso está nivelando todos como se eles
tivessem as mesmas habilidades e capacidades de aprendizagem, o que não é
verdade. Nivelar todos pela mesma régua
é um erro, especialmente no Brasil onde as diferenças regionais, culturais são
acentuadas, e onde, além do interesse ou
a falta dele em aprender, - por lei, a criança é obrigada a frequentar a escola
- muitas vezes elas não tem motivação
nenhuma para tal. Tem-se priorizado muito o atendimento às crianças com
deficiências e esquecem que todos têm algum tipo de dificuldade. A importação do
método de avaliação demonstra mais uma vez que esses burocratas estão
distanciados da realidade da nossa escola.
As exigências da
vida moderna têm jogado nas costas das crianças uma série de responsabilidades
que vão desde aulas extras de inglês, artes marciais, balé, natação, música, às
atitudes de reeducar os adultos (transito, meio ambiente, coleta seletiva,
etc.). Os brinquedos eletrônicos, celular, computador, e, pais cada vez mais
estressados tendo que fazer milagre para manter o status ‘classe C’ que o
governo lhes atribuiu, estão a distanciar cada vez mais pais e filhos. Só os
burocratas da educação não percebem que cobrar resultados das crianças como se alfabetização fosse uma gincana ou corrida de F1 só vai criar problemas,
não soluções no quesito alfabetização.