Ao ver cidadãos,
que costumeiramente despejam discursos acusatórios, de dedo em riste, como se
este, lança fosse, percebemos que é um caso típico de personalidade neurótica.
Aquela pessoa que não recebeu disciplina no momento certo... O momento atual,
não só no país, mas em outras nações há exemplos gritantes de personagens que
decidiram que as democracias têm que ser segundo seu modelo ditatorial e
tirânico. Em nome da igualdade, eles se impõem para dominar e esmagar as
individualidades, e ai de quem discordar!
O que leva uma
pessoa a enganar os outros e ficar furioso quando ele se sente enganado, ou é
contrariado em seus desejos? Parece que a inveja é a mola propulsora da prática
que o indivíduo desajustado considera como desejável para conseguir o que quer,
com um mínimo de esforço, mesmo que seja com uma fraude; é o que se chama de ‘to get by’.
Essa ambição
desmedida leva a uma desestruturação de si próprio. O que começa errado na
formação de um caráter compulsivo pode levar à necessidade premente de
conquista de glórias, não importa através de que meios.
Um indivíduo
neurótico, embora muitas vezes aparente normalidade, quer por que quer ser o
que não é, mas desejaria ser. O pior é que ele insiste em que os outros é que
devem se ajustar a ele. É assim que surgem ditadores, governos ‘punitivos’,
crimes em série contra indivíduos ou contra a humanidade, massacres como os
recentes nas escolas americanas e brasileiras também. O chavismo na Venezuela,
a ditadura cubana, na Coréia do Norte, a
luta na Síria... - onde o apego ao poder é irracional são exemplos típicos.
E, como o exemplo
vem de cima, jovens não tão jovens, se comportam de forma anti-social como o
recente caso dos skatistas na Praça Roosevelt, um espaço público destinado ao
lazer convívio público de todos os cidadãos e não um grupo em particular como
eles acham.
O que fazer? - Segundo
Karen Horney (Neurose e Desenvolvimento Humano) as neuroses são condicionadas
por fatores culturais, e particularmente por fatores circunstanciais que
impedem o livre crescimento durante a infância; a pessoa passa a se defender de tudo
e de todos e cria uma imagem auto-idealizada para si. Chega à irracionalidade,
ao endeusamento, ao desejo de derrotar o adversário e fica furiosa quando se
sente enganada – traída, ou prejudicada. Isso explica, mas não justifica a
tirania que insiste em exercer.
Diz a autora em Vias da Terapêutica Psicanalítica:-
‘ Não é possível ‘curar’ o caminho errado tomado pelo
desenvolvimento de um indivíduo’. Porém apresenta alguns caminhos de
tratamento para superar um processo de neurose já em andamento.
a)Direcionar
o indivíduo para novas atitudes para que ele descubra suas potencialidades
reais a fim de poder desenvolvê-las, afastando-se das ilusões e fantasias
cultivadas em sua mente.
b) Abandonar
o falso orgulho e a hostilidade pelo desenvolvimento da autoconfiança.
c) Encarar,
de frente, os conflitos; a atitude de defesa permanente impede a dificulta
qualquer solução.
d) Conscientizar-se
de que só ele, através de sua força de vontade é que pode lidar com seus
problemas; isolar-se e cultivar suas neuroses só agrava o problema.
Em síntese: Tudo
passa pela Educação!!!
Sempre haverá
circunstancias adversas nas relações humanas. Quando a elas se somam uma
cultura de violência, fragmentação da família, apelos mundanos através de
ilusões que só o dinheiro pode lhes proporcionar, por exemplo, o indivíduo que
se julga injustiçado fará de tudo para suplantar, destruir, humilhar, atropelar
e até matar seus semelhantes. Comporta-se como a serpente que só se acalma
quando, ao picar a vítima, descarrega o veneno que se formou nas glândulas
acima das presas. No caso da serpente, a imobilidade salva a vítima; já no
convívio social é necessário contra-atacar para anular os efeitos maléficos
dessas pessoas desajustadas.
“As palavras são anões. Os exemplos são
gigantes”. (provérbio suíço).