segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

CUBA NORMALIZA AS RELAÇÕES ENTRE A ILHA E OS SEUS EXILADOS

No dia 14 de Janeiro teve início a permissão de saída de cidadãos cubanos em viajem ao exterior. O ir e vir agora parece já ser uma realidade. Os exilados cubanos, em número de 2,5 milhões, também poderão voltar à ilha sem restrições. Eles representam uma esperança econômica para suprir as carências em que a ilha mergulhou após o fim da ajuda soviética de U$S3. 000 anuais. Só no ano passado os exilados cubanos remeteram a expressiva cifra de U$S 2.500 a parentes e amigos.Outra causa dessa mudança de rumo na política cubana é que   a ilha passa por uma gritante falta das classes sociais que encarem as reformas necessárias propostas por Raul Castro. Cuba não tem campesinos, trabalhadores industriais, empreendedores, micro  empresários,   profissionais liberais suficientes para dinamizar a economia local – em síntese, falta a força de trabalho produtiva, que gera riquezas e permite a circulação de bens e serviços normais em uma economia de livre mercado, pois esta foi sufocada pelo regime comunista. A estrutura sócio-econômica criada pela revolução foi um sistema de destruição dos valores em todos os níveis: salários, produção, além de transformar a população em uma massa amorfa, despersonalizada e alheia ao que seja trabalho produtivo, acomodada a um salário desemprego de 20 dólares mensais. Inclusive as atividades que exigem especializações como a de médicos, por exemplo, não  tem salários dignos.As prioridades determinadas por Fidel Castro para evitar a desintegração do Estado e salvaguardar os gastos em educação e saúde foram as determinantes do gigantesco déficit fiscal que desencadeou a hiperinflação, afundou os salários reais, e consequente desaparecimento do peso cubano, além de comprometer o comércio exterior.
A salvação para reverter o caos parece vir exatamente dos cubanos-americanos. Hoje eles integram a elite da sociedade americana.Esse contingente de cubanos que vivem nos EEUU possui 140.000 empresas, muitas delas de médio e grande porte, algumas de caráter internacional. Isso representa uma renda per capita de 70 mil dólares/ano e muitos desses cidadãos têm formação universitária o que lhes confere status na pirâmide educativa do país em que vivem.O cálculo é de que esta comunidade cubano-americana esteja apta a remeter e investir na ilha um valor muito superior ao que remeteram no ano passado; talvez cinco vezes mais num prazo  curto, o que não deixa de ser um bom motivo para liberar e normalizar as relações entre a ilha e os cubanos no exílio; no ano passado 500.000  deles  estiveram em visita a parentes e amigos injetando dólares na economia local. O processo de integração entre as duas populações cubanas pode representar uma real mudança de qualidade de vida da população em um país sufocado por uma ditadura por tantos anos. É um fato para ser comemorado, sem dúvida alguma. Não é sem tempo. Resta saber que punição merece um ditador que levou seu país a esse estado – ‘rodillas em tierra’-  desrespeitando os mínimos direitos humanos de seus cidadãos.