A cada catástrofe
que comove a opinião pública, pensamos: - é a gota d’água. O tempo passa, a
própria imprensa engaveta o tema até a próxima tragédia anunciada e, de gota em
gota, um oceano de horrores vai se acumulando.
Enquanto os
políticos medíocres continuarem predominando nos quadros governamentais
assistir-se-á ao mesmo triste e deprimente espetáculo da ‘guerra’ urbana não
declarada: no Brasil o número de mortes de vítimas inocentes ultrapassa as
estatísticas de mortes em países em conflito declarado. Eles foram eleitos pelo
voto popular, gabam-se. Só que o voto que receberam na maior parte das vezes já
é um voto desmoralizado quando o votante é do tipo: -‘Dê-me pão e chama-me de
bobo’ – (dame pan y llamame de tonto – como dizem os espanhóis). Ainda não se
apercebeu que é ele quem ajuda a manter no poder os corruptos.
A ficha limpa
resultou em algo como substituir um corrupto por outro contaminado pela
corrupção que o próprio sistema alimenta – tem até fila de espera (!).
Não basta ficha
limpa. Não basta excluir os corruptos e deixar que prossiga o mesmo sistema em
que o político profissional só está preocupado com o processo eleitoral, com as
alianças entre partidos, em conchavos com todo tipo de mercenário em busca de
vantagens. Programas de governo? Ele tem (?). Tem assessores. Tem gabinetes.
Tem altos salários. Tem intensa vida social junto às bases e correligionários.
Trabalhar? – bem, aí já é querer demais... Estão ocupados demais em admirar os
regimes ditatoriais corruptos e
sanguinários.
A corrupção não é
privilégio do nosso país. É o mal que aflige as Nações em geral. Se quisermos soluções duradouras, não basta
retirar a ‘maçã podre’ do cesto de maçãs, como diz o professor de economia,
Prof. Antonio Argadoña – blog – El País – 27-01-13. – “Hay que entrar a fondo en La legislación, las instituiciones y La
cultura social y económica”.
Não é necessário destruir tudo para recomeçar. Um bom começo é acabar com
a burocracia burra, agilizar as administrações,
responsabilizando cada um pela função que ocupa; é preciso dar um novo rumo ao
país sem cair na armadilha do discurso de que – ‘já avançamos muito, mas tudo
demanda tempo... ’ – isso é conversa de político acomodado ao seu muito
confortável cargo ‘vitalício’.
Não podemos menosprezar o que temos, que não é pouco em termos de
riquezas materiais e de população, para continuar deixando à mercê de pessoas
inescrupulosas.
Do velho mundo surgem algumas vozes prontas a arejar as mentes
emboloradas que ainda querem continuar a viver o tempo do colonialismo
predatório, em benefício próprio. Cabe à Nação brasileira determinar o que
deseja; os partidos políticos que estão dando as cartas desejam se manter no
poder... A paciência pode ser grande, mas não infinita.
Quem assume um cargo público é responsável por todos seus atos e dos seus
subordinados também...