terça-feira, 29 de janeiro de 2013

FALTA A GOTA D'ÁGUA QUE FAÇA TRANSBORDAR A PACIÊNCIA REPRESADA


A cada catástrofe que comove a opinião pública, pensamos: - é a gota d’água. O tempo passa, a própria imprensa engaveta o tema até a próxima tragédia anunciada e, de gota em gota, um oceano de horrores vai se acumulando.
Enquanto os políticos medíocres continuarem predominando nos quadros governamentais assistir-se-á ao mesmo triste e deprimente espetáculo da ‘guerra’ urbana não declarada: no Brasil o número de mortes de vítimas inocentes ultrapassa as estatísticas de mortes em países em conflito declarado. Eles foram eleitos pelo voto popular, gabam-se. Só que o voto que receberam na maior parte das vezes já é um voto desmoralizado quando o votante é do tipo: -‘Dê-me pão e chama-me de bobo’ – (dame pan y llamame de tonto – como dizem os espanhóis). Ainda não se apercebeu que é ele quem ajuda a manter no poder os corruptos.
A ficha limpa resultou em algo como substituir um corrupto por outro contaminado pela corrupção que o próprio sistema alimenta – tem até fila de espera (!).
Não basta ficha limpa. Não basta excluir os corruptos e deixar que prossiga o mesmo sistema em que o político profissional só está preocupado com o processo eleitoral, com as alianças entre partidos, em conchavos com todo tipo de mercenário em busca de vantagens. Programas de governo? Ele tem (?). Tem assessores. Tem gabinetes. Tem altos salários. Tem intensa vida social junto às bases e correligionários. Trabalhar? – bem, aí já é querer demais... Estão ocupados demais em admirar os regimes ditatoriais corruptos e  sanguinários.
A corrupção não é privilégio do nosso país. É o mal que aflige as Nações em geral. Se quisermos soluções duradouras, não basta retirar a ‘maçã podre’ do cesto de maçãs, como diz o professor de economia, Prof. Antonio Argadoña – blog – El País – 27-01-13.  “Hay que entrar a fondo en La legislación, las instituiciones y La cultura social y económica”.
Não é necessário destruir tudo para recomeçar. Um bom começo é acabar com a burocracia  burra, agilizar as administrações, responsabilizando cada um pela função que ocupa; é preciso dar um novo rumo ao país sem cair na armadilha do discurso de que – ‘já avançamos muito, mas tudo demanda tempo... ’ – isso é conversa de político acomodado ao seu muito confortável cargo ‘vitalício’.
Não podemos menosprezar o que temos, que não é pouco em termos de riquezas materiais e de população, para continuar deixando à mercê de pessoas inescrupulosas.
Do velho mundo surgem algumas vozes prontas a arejar as mentes emboloradas que ainda querem continuar a viver o tempo do colonialismo predatório, em benefício próprio. Cabe à Nação brasileira determinar o que deseja; os partidos políticos que estão dando as cartas desejam se manter no poder... A paciência pode ser grande, mas não infinita.
Quem assume um cargo público é responsável por todos seus atos e dos seus subordinados também...