Ontem falamos sobre o artigo
‘Global
Leaders Miss Chance of a Lifetime’ (B. Lomborg) que aborda as metas propostas
pelos lideres mundiais
para reduzir da pobreza no mundo. O tema ‘pobre’ & ‘pobreza’ tornou-se uma bandeira de políticos,
religiões, ONGs, grupos sociais, temas de novelas, literatura, e é também o
tema do Premio Nobel de Economia - ‘Consumo e Pobreza’ do escocês Angus Deaton
- que aborda o assunto sob três aspectos: 1-
como os consumidores distribuem seus gastos em diferentes produtos; 2-
quanto da renda é gasta e quanto é poupada; e 3- como medir e analisar melhor o
bem estar e a pobreza. Tudo depende das escolhas de cada um; ou seja, se
escolhe bem ou mal os valores disponíveis.
Antes de prosseguir, um pequeno parêntesis; -
Transcorria o ano de 1994 e era um dia frio e chuvoso em São Paulo; uma amiga
ao voltar da faculdade nos relatou que, ao passar em frente a um prédio, viu um
morador de rua abrigado sob a marquise; penalizada, parou e lhe ofereceu uma
ajuda para que fizesse uma refeição. Para sua surpresa ele recusou dizendo:
‘-precisa não, dona; para hoje eu já tenho’.
Sem querer ser impertinente
pergunto: - O que é ser pobre? – O que é pobreza?
Dirão que - Pobre é aquele que não tem o necessário
à vida; ou – aquele cujas posses são inferiores à sua condição social. Mas há
também os pobres de inteligência, ou mal dotados, pouco favorecidos. A
expressão ‘pobre-diabo’ é em referencia a pessoa insignificante, sem
importância, sujeito sem personalidade e inofensivo. Tem também o pobretão ou o
pé-rapado. E ainda existe o ‘pobrete’ – pessoa digna de compaixão; há o pobre
orgulhoso, o pobre de espírito, o pobre acomodado que amarrou o boi na sombra,
o pobre profissional (vai-se mais longe pedindo do que dando...), o pobre com
vergonha na cara, etc.
Em contrapartida temos os ‘Ricos’ – aqueles que
possuem muitos bens materiais ou coisas de valor – são os Tios Patinhas da vida
- ; e são ‘ricas’ as pessoas providas
abundantemente de bens imateriais como inteligência, conhecimentos, etc.
Os ‘Rico-Homens’, por exemplo, eram fidalgos de alta
linhagem e grandes haveres materiais, que, no começo da monarquia portuguesa,
guerreavam pelo Rei. Tinham insígnias e bandeiras próprias que os distinguiam
socialmente. Em geral eles exerciam altos cargos ou funções públicas, civis ou
militares, isto porque eram donos de riquezas que lhes permitia ajudar nos
interesses do governo. Foi o que ocorreu quando da colonização do Brasil, os
donatários, os governadores gerais, os vice-reis eram escolhidos exatamente por
possuírem fortunas próprias que lhes permitia exercer cargos de importância na
colônia, e assim ajudar nos interesses do Reino. Na história brasileira, temos
a figura do príncipe holandês Mauricio de Nassau que, durante o período
canavieiro no Nordeste, utilizou sua própria fortuna para modernizar e
embelezar a cidade de Recife.
Ricos e pobres sempre existiram e existirão não só
no Brasil como em todos os países do mundo, sejam capitalistas, socialistas,
comunistas, comuno-capitalista... Pobreza não está no bolso. A pior está na
cabeça de governantes medíocres que usam e abusa do poder econômico para
esconder sua falta de caráter, respeito e amor a Pátria. Isso é uma afronta
contra os cidadãos que trabalham e sustentam a máquina estatal.
Pobreza! O PT, por exemplo, que se apresenta em nome
da classe trabalhadora, açambarcou uma fortuna imensa, entre doações ‘legais’,
caixa dois, três..., verbas do fundo partidário - ‘legais’, propinas de altos
negócios com governos ‘amigos’... O
Petrolão é apenas uma amostragem dessa prática.
– Onde foi parar toda a fortuna desviada dos cofres
públicos brasileiros pelo governo do PT? Os tais empréstimos do BNDES que foram
aplicados em obras em outros países voltarão aos cofres públicos brasileiros? E,
dizer que, no passado, Simon Bolívar fez suas campanhas de libertação das
colônias Iberas (Colômbia, Bolívia, Peru, Venezuela) visando criar um bloco
forte para fazer frente ao vizinho gigante (Brasil) que poderia expandir suas
fronteiras e dominar a região... O Foro de São Paulo foi criado para que? Quem
está abocanhando quem?
As desigualdades sociais continuam dominando no país, em todo o continente americano e no mundo. A pobreza é algo mais que falta de bens
materiais. ‘O dinheiro é um bom criado,
mas um mau senhor’ (Francis Bacon). O olho gordo interessado em cifrões e
lucros, associado à mão grande que abocanha recursos públicos, cultivam o
terreno para que a miséria nunca acabe de verdade e justifique o discurso
político dos ‘pais dos pobres’.
Encerrando: Um lembrete
> “Anota isto, irmão: O irmão menor
tem que ser pobre e elegante ao mesmo tempo. Limpeza e ordem e beleza são os atributos
de quem venera a cadeira em que senta, a mesa em que come e a roupa que veste.
Um verdadeiro pobre é um nobre. Os vulgares não são pobres. A cortesia não é para
com as pessoas, para com as coisas também...” (Extraído do Manifesto Ecológico
de S. Francisco de Assis - ano 1140)