Introdução
Religião e Religiosidade > Não é uma
Igreja, uma crença, um credo, uma sociedade dogmática, mas uma vida ética
inspirada em experiências místicas. Religião é algo mais que as exterioridades
do culto, dos ritos, das normas, dos preceitos declarados base da fé. Cada
cultura tem suas formas de expressar sua religiosidade baseada em ensinamentos
que se perpetuam através dos Mestres e seus seguidores.
A
BHAGAVAD – GÎTA é um desses Códices milenares. Ela
representa para os hindus, para os chineses, os japoneses e povos orientais em
geral, mais ou menos o que o Antigo Testamento é para os Israelenses, o Novo
Testamento para os Cristãos, e o Koran (Alcorão) para os muçulmanos.
A Bhagavad Gîta – ‘A Sublime Canção’ faz parte
da volumosa Epopeia indiana da Mahabharat que abrange centenas de milhares de
versos; ela, no entanto, contém apenas 770 versos distribuídos por 18
capítulos, o que equivale a um volume dos quatro Evangelhos cristãos.
Ela narra, em forma simbólica, a história
evolutiva do ser humano, podendo por isso ser comparada aos primeiros capítulos
do Gênesis que descrevem a transição do homem subconsciente (Éden) para o homem
consciente (serpente) e abre a perspectiva para o homem atingir no futuro as
alturas do super-consciente (poder superior ao da serpente). Este é um
contexto esotérico, ao contrário do que as Igrejas ensinam aos exotéricos.
O poema resume-se num longo diálogo entre Arjuna (o homem profano) e Krishna (o
Cristo). O jovem príncipe Arjuna vê usurpado o seu trono e resolve conquistá-lo
pelas armas. Com espanto verifica que seus inimigos são todos seus parentes.
Desanimado desiste da luta; - de que vale possuir o trono e não ter parentes?
Incitado por Krishna, Arjuna volta à luta.
Quem é Arjuna? – é a alma humana; quem são os usurpadores? – são as faculdades
inferiores do homem > corpo, mente, emoções, a personalidade, o ego.
A luta se dá então para dominar as potencias
usurpadoras dessas faculdades que devem ser combatidas numa ‘guerra justa’.
No Gênesis – em texto paralelo diz que aquele
novo poder nascerá nas profundezas do homem que ‘esmagará a cabeça da
serpente’. Ou seja, o intelecto luciférico será superado pela razão Crística.
Então surgirá o homem integral, cósmico, cristificado.
Para M. Gandhi o Sermão
da Montanha equivale aos ensinamentos do Bhagavad. (síntese do
Cap. ‘A Bhagavad Gita na vida de Gandhi’ – Huberto Rohden – Fundação Alvorada)