sexta-feira, 9 de outubro de 2015

A BHAGAVAD – GÎTA > ‘A SUBLIME CANÇÃO’ > RELIGIÃO E RELIGIOSIDADE

  
Introdução

Religião e Religiosidade > Não é uma Igreja, uma crença, um credo, uma sociedade dogmática, mas uma vida ética inspirada em experiências místicas. Religião é algo mais que as exterioridades do culto, dos ritos, das normas, dos preceitos declarados base da fé. Cada cultura tem suas formas de expressar sua religiosidade baseada em ensinamentos que se perpetuam através dos Mestres e seus seguidores.

A BHAGAVAD – GÎTA é um desses Códices milenares. Ela representa para os hindus, para os chineses, os japoneses e povos orientais em geral, mais ou menos o que o Antigo Testamento é para os Israelenses, o Novo Testamento para os Cristãos, e o Koran (Alcorão) para os muçulmanos.

A Bhagavad Gîta – ‘A Sublime Canção’ faz parte da volumosa Epopeia indiana da Mahabharat que abrange centenas de milhares de versos; ela, no entanto, contém apenas 770 versos distribuídos por 18 capítulos, o que equivale a um volume dos quatro Evangelhos cristãos.

Ela narra, em forma simbólica, a história evolutiva do ser humano, podendo por isso ser comparada aos primeiros capítulos do Gênesis que descrevem a transição do homem subconsciente (Éden) para o homem consciente (serpente) e abre a perspectiva para o homem atingir no futuro as alturas  do super-consciente  (poder superior ao da serpente). Este é um contexto esotérico, ao contrário do que as Igrejas ensinam aos exotéricos.

O poema resume-se num longo diálogo entre Arjuna (o homem profano) e Krishna (o Cristo). O jovem príncipe Arjuna vê usurpado o seu trono e resolve conquistá-lo pelas armas. Com espanto verifica que seus inimigos são todos seus parentes. 

Desanimado desiste da luta; - de que vale possuir o trono e não ter parentes?

Incitado por Krishna, Arjuna volta à luta. Quem é Arjuna? – é a alma humana; quem são os usurpadores? – são as faculdades inferiores do homem > corpo, mente, emoções, a personalidade, o ego.

A luta se dá então para dominar as potencias usurpadoras dessas faculdades que devem ser combatidas numa ‘guerra justa’.


No Gênesis – em texto paralelo diz que aquele novo poder nascerá nas profundezas do homem que ‘esmagará a cabeça da serpente’. Ou seja, o intelecto luciférico será superado pela razão Crística. Então surgirá o homem integral, cósmico, cristificado. 
Para M. Gandhi o Sermão da Montanha equivale aos ensinamentos do Bhagavad. (síntese do Cap. ‘A Bhagavad Gita na vida de Gandhi’ – Huberto Rohden – Fundação Alvorada)