segunda-feira, 1 de junho de 2015

REALIDADE DOS TÓXICOS : CARACTERÍSTICAS E EFEITOS


A Realidade dos Tóxicos é um livro que lança um brado de alerta em defesa do jovem vítima  da toxicomania, que em sua angústia e insegurança tenta adaptar-se às mudanças rápidas tanto da sociedade como de seu próprio desenvolvimento físico-psicológico, e busca um lenitivo nos psicotrópicos. E o pior é que essa fuga está na moda e, como já anunciava o Don Juan de Molière "tous les vices à la mode passent por vertus".
Sem ferir ou ofender, o texto obriga a meditar sobre o problema mundial dos tóxicos. De forma clara, objetiva aborda todos os tipos de tóxicos consumidos pela humanidade, suas origens, efeitos, repressão, nomenclatura, histórico, leis nacionais e internacionais, incidência, etc., abordando também os problemas da repressão, prevenção e reabilitação dos usuários.
Baseado em ampla bibliografia, a autora ( Maria Cândida Vergueiro Santarcangelo), já em 1973/74 traçou um quadro da realidade, que nas palavras do seu prefaciador, é agravado pela influencia exercida por intelectuais usuários.
Dos  ‘haxixe’, aos hippies, dos maconheiros, cocaleiros e usuários do peyot e outras drogas nativas ou cultivadas, às anfetaminas e aos barbitúricos, toda uma indústria sempre movimentou economias de países e também levou multidões à mais negra miséria moral onde o crime prolifera. 

Alguns itens abordados:
1-ÁLCOOL - talvez a mais antiga das drogas. O alcoolismo é um dos mais graves problemas médico-social do mundo. Ele desestrutura a atividade mental, levando inclusive à morte.

2-ÓPIO - Ligado às raízes culturais dos povos asiáticos desde há mais de 7 mil anos; chegou a proporções alarmantes na China, dominando toda a população, que se tornou escravizada pelo vício. O alto custo e a descoberta de outras drogas levaram a perda de espaço, mas ainda domina no Oriente Médio e sudeste asiático. Dele derivam a Morfina e a Heroína - provocam dependência e crises de abstinência.

3- COCAÍNA - alcaloide extraído da coca; altamente tóxico, cria dependência; foi um "vício elegante" na década de 1920; maiores produtores: Bolívia, Colômbia, Peru; de origem sul americana, passou a ser cultivado em outras regiões. As folhas da coca são usadas por nativos das tribos Chibchas, Aymará e Quíchuas, como uma forma de compensação alimentar. Já foi constatada a nocividade desse hábito que inibe a fome e cria um constante estado de subnutrição, o que leva o indivíduo a permanecer num baixo nível de vida por entravar sua capacidade de trabalho e de raciocínio.

4- MACONHA - provém das folhas e flores do cânhamo; sua origem é asiática tendo-se difundido pelo mundo pela facilidade de cultivo. Grupos intoxicados pelo haxixe (cânhamo) atacavam e espalhavam o terror e a violência na Idade Média. Seu uso produz alucinações; gera distorções de percepção, confusão mental, sonolência, irritabilidade e depressão; os usuários apresentam olhos avermelhados, faces contraídas, palidez, vômitos, náuseas, tonturas, distúrbios cardiovasculares, perturbações psicomotoras, etc.
Há várias espécies de cânhamo, umas mais tóxicas, outras nem tanto, daí muitos defenderem a sua liberação e outros condenarem. No Brasil foi introduzido pelos escravos africanos.

5- MESCALINA - extraído do cactus "peyotl" mexicano de onde os nativos o espalharam entre os apaches, cheyennes, comanches, sioux, etc.
 Estudiosos comparam os sintomas de seus usuários com o comportamento dos esquizofrênicos: alucinações visuais coloridas, distorções de imagens, ansiedade, irrealidade, podendo levar ao catatonismo e a paranoia. É um tóxico despersonalizante.

6- PSILOCIBINA - alcaloide extraído do "cogumelo mágico" do México. É usado em práticas religiosas entre os nativos. Provoca distúrbios de percepção, dos reflexos, nos estados de humor (euforia e angústia).

7 - LSD-25 - A dietilamida do ácido lisérgico, poderoso alucinógeno. Foi usado com finalidade terapêutica na psicologia e na psiquiatria no tratamento de alcoolismo e neuroses. Usuários o têm considerado como experiências místicas em busca de beleza e da espiritualidade, chegando alguns a divulgar seu uso entre universitários. É um tóxico que pode causar efeitos devastadores como alterações cromossômicas.

8 - Anfetaminas ou psicomiméticas amplamente usadas para intensificar a atividade intelectual e motora, estimula a vigília e modera o apetite, atuando diretamente no sistema nervoso central; seus efeitos podem ser de ordem somática e psíquica.

9 - Barbitúricos - hipno-sedativos de uso controlado; e Tranquilizantes - ação miorrelaxante sob orientação médica; podem criar dependência.


Nota: Este é mais um texto que fez parte do Shvoong.com, e por sua importância informativa decidimos transcrevê-lo na íntegra no blog; quando este livro foi escrito ainda não havia drogas que hoje dominam como o crack, por exemplo, e o problema era bem menor do que atualmente.