quarta-feira, 22 de abril de 2015

TUPI - LÍNGUA ASIÁTICA - ESTUDOS COMPARATIVOS


Resumo do livro “Tupi – Língua Asiática – Estudos comparativos’ > estudo linguístico comparativo do Tupi e línguas do Oriente antigo de autoria do estudioso e pesquisador Luiz Calda Tibiriçá membro vitalício do Conselho Técnico do Instituto Paulista de Arqueologia.

O Prefácio apresenta o autor e seu trabalho na área de pesquisa minuciosa para demonstrar a antiguidade e a origem asiática da Língua Tupi. Ele estudou cerca de 75 idiomas das Américas permitindo a anexação ao contexto das línguas nativas; conviveu com os índios Terena, Guaicuru e Chiriguana, e a partir de 1960 passou a realizar a pesquisa detalhada sobre as línguas nativas da América.

Na Introdução fala sobre a extensão da região ocupada pelos Tupis - encontrando-se tribos pertencentes a esta família linguística desde o Suriname, passando pelo Brasil, Paraguai, Argentina, Uruguai, Bolívia, Peru e Equador.
Antigamente também influenciou a região do Caribe e Sudeste dos Estados Unidos.

O Tupi é uma língua que persiste há séculos. No Brasil foi assimilado, mas legou ao europeu toda riqueza de seu vocabulário em uma variedade de nomes da flora e fauna, instrumentos de caça e pesca, pratos típicos, utensílios, além do linguajar cotidiano.
 O Tupi-Sumeriano se deu na Mesopotâmia e Vale do Indo há milhares de anos. Supõe que esse povo tenha migrado para a América sem ter alterado a linguagem, mas enriquecendo-a com os contatos com o antigo Maia ou proto-sino e aculturado levemente com o chinês e o japonês.

A explicação que ele dá aos estudiosos quanto aos estágios primitivos das tribos Tupis é que apesar de sua origem Sumeriana, eles regrediram ao se instalar num mundo novo exuberante onde a subsistência se tornou mais fácil e a agricultura perdeu importância. Viviam em grupos de até 100 indivíduos com hábitos nômades, ficando em torno de seis anos num mesmo local. A observação e uso dos recursos naturais tornou-se mais importante para eles; pouco importavam construções mais sólidas ou fortificações. Criou fábulas para sua recreação e convívio pacífico com outros grupos. Deixou influências em todas as línguas da América do Sul e algumas da América do Norte ( Chiapanena, família Uto-asteca, a Hoka e o Catawba, dialeto Sioux da Carolina do Sul). Cita o "Lexique Sumérien-Français" de Hilaire de Brenton e o "Pequeno Vocabulário Tupi-Português" do Padre Lemos Barbosa para exemplificar similaridade entre o Sumeriano e o Tupi, citando 100 vocábulos idênticos ou quase idênticos nas duas línguas.
Através de consultas a várias bibliotecas em São Paulo, o autor catalogou cerca de 600 dialetos ameríndios, oceânicos, asiáticos, africanos além de antigas línguas européias como a celta, etrusca e o antigo norueguês, além da basca, da húngara, finlandesa, etc. Também coletou vocábulos da acádica-sumeriana, assíria, babilônica, hebraica, fenícia, hitita, etc. O autor aceita a hipótese de Hilari de Barenton de que o Sumeriano é a mãe de todas as línguas e, portanto do Tupi e de muitas outras da América indígena. Chama a atenção para a importância que os Tupis atribuíam à Astronomia, conhecendo e nomeando as estrelas de primeira grandeza, constelações, etc., concluindo que deveriam ter sido grandes navegadores.

O trabalho está dividido em duas partes:
I-Parte - Vocabulários Comparativos Sumeriano Tupi - Inicia demonstrando as correspondências fonéticas entre as duas línguas, e depois divide a pesquisa em:
a) Fenômenos e elementos da Natureza (36 vocábulos );
b) As partes do corpo ( de 37 a 74 vocábulos);
c) nomes de pessoas e parentes ( de 75 a 104) - lembrando que em Tupi todos os nomes de parentes são acompanhados do sufixo "yra" (diminutivo carinhoso) que corresponde as sufixo "erh" do chinês e provém do "ir" (pequeno) sumeriano; e "in" usado como vocativo;
 d) Partículas e elementos gramaticais ( 105 a 194);
e) Substantivos, Verbos, Adjetivos fundamentais das línguas Sumeriana e Tupi (195 a 392 itens) - lembra que alguns termos não constam do Vocabulário Sumeriano-Francês, mas constam nos idiomas assírios e hebraicos com raízes indo-europeias e no velho Sânscrito, em relações indiretas.
Considera a mescla de idiomas falados na Baixa Mesopotâmia (assírio, caldaico, hitita, médico, etc.) que teriam derivado a língua dos árias que transpuseram o Indo dando origem ao Tupi, Maia, Chinês, etc. Cita exemplos dessas influências (item 393 a 426 ).
II- Parte - Aculturações do Tupi com o Maia, Chinês e Japonês - A migração para leste se deu após a estruturação da língua herdada do acádico-sumeriano; nessa migração fez novos contatos com outros povos, aculturando-se com o Maia, o Chinês e principalmente com o Japonês.
Considera o Maia como uma língua do Velho Mundo por estar ligada: a) ao acádio-sumeriano; b) sul semítico; c) ao bato - sudanês, e dialetos indo-europeus, ao ugro-fino, dravídico, ao sino-tibetano e ao japonês. Apresenta uma relação de 96 vocábulos exemplificando sua conclusão sobre o Maia.
Encerra o assunto chamando a atenção para certas influências do japonês sobre o Tupi, no passado remoto, destacando vocábulos de nomes de animais da fauna americana; os Tupis teriam nomeado animais para eles desconhecidos com termos arcaicos de sua língua só conservados no nipônico. 
Exemplos Comparativos do Tupi e a Língua Sumeriana: (abrev. port. = português; sum. = sumeriano; t. = tupi ) >
- Aurora (port.,) = alala (sum.) = arara (t);
Chuva (port.) = am (sum.) = ama-ana (t);
Mão (port.) = mu (sum.) = mó/mbó (t.) ;
Corvo (port.) = aribu (sum.) = urubu (t.) ;
Rio (port.) = i (sum.) = y (t.);
Coisa pequena (port.) = mir-in (sum.) = mir-i (t.);
Mosca (port.) = ur (sum.) = uru (t.);
 Habitação (port.) = uk (sum.) = uca / óca (t.);
 Pai (port.) = pa (sum.) = pa-í (papai em tupi ) pa-i-é (pajé - idem).
Muralha (port.) = kal / kar (sum.) = o-caia (cercado em tupi) = car (celta);
terra (port.) = ibbi (sum.) = yby (t.)


Acompanha vasta bibliografia incluindo dicionários e gramáticas de diversos povos ( assírios, hebreus, sumérios, línguas africanas, europeus, asiáticas) e  estudos dos indígenas do continente americano realizados por pesquisadores desde os primeiros contatos com os nativos.