quarta-feira, 15 de abril de 2015

A GUERRA FRIA - ANTECEDENTES E FATOS DO PERÍODO: 1945 – 1980 (Texto Didático).


 

            O encontro no Panamá – VII Cúpula das Américas – trouxe à baila o tema ‘Guerra Fria’. Libertar-se das amarras do passado, construir novas relações, virar a página... meio século depois.
O texto: “A Guerra Fria – Antecedentes e fatos do Período” de caráter didático fez parte do Shvoong.com - é uma abordagem dos acontecimentos,  principais lances políticos do pós segunda Guerra Mundial (1945) e a distensão a partir de 1980 entre as potencias e países envolvidos.

Antecedentes – A Segunda Guerra Mundial terminou com a rendição incondicional das potencias do Eixo. Os vencedores ditaram medidas drásticas como ocupação dos territórios de nações vencidas e punição dos chefes nazistas considerados criminosos de guerra.
Ao mesmo tempo, o mundo que enfrentou o conflito unido, dividiu-se em dois blocos com interesses diversos, concepções diferentes de sociedade e de democracia.
As duas potencias em destaque: União Soviética e Estados Unidos aglutinaram à sua volta as Nações que defendiam os mesmos interesses políticos e sociais.

O confronto – como consequência dessa divisão começaram a surgir lutas ideológicas que foram transpondo fronteiras e influenciando povos na Ásia, América e África. O desnível econômico entre os pobres e os ricos, acentuado pelo panorama mundial pouco favorável, serviu para incentivar protestos e lutas por melhores condições de vida e emancipação política.
O entendimento havido entre a Rússia e as Nações ocidentais durante o grande conflito ocorrido na Europa, terminaram com o fim da Guerra. A partir daí começaram a surgir tensões entre as duas potencias que dominavam armas nucleares. Os EEUU não viram com bons olhos a anexação dos territórios bálticos pela URSS. Esta por sua vez desconfiava dos EEUU que insistiam em conservar as bases aéreas e navais instaladas durante a guerra e de estabelecer outras para defesa regional.
A esse crescendo de tensões que, convencionou-se chamar de ‘Guerra Fria’, onde a espionagem e contra-espionagem de ambas as partes (KGB X CIA) foram destaque, se agravou a partir de 1946 quando houve um levante comunista na Grécia, obrigando o rei a agir usando o exercito para dominá-lo. Isto ocorreu com a ajuda dos EUA – sob a presidência de H. Truman. O ‘caso de Berlin’ aumentou a tensão: - em julho de 1948 os russos decretaram o bloqueio de Berlin Oriental e os americanos responderam com uma ponte aérea a fim de abastecer o setor ocidental da cidade isolada. Essa disputa levou os países a se aglutinarem em torno de uma ou da outra potencia. Do lado ocidental o agrupamento foi em bases econômicas e militares; entre os orientais em bases políticas, econômicas e militares.
Os EUA para atender aos aliados europeus arrasados durante a guerra criou o ‘Plano Marshall’ (1948) e foi assinada a Carta do Atlântico Norte (França, Inglaterra, Bélgica, Holanda, Luxemburgo, Dinamarca, Islândia, Itália, Noruega, Portugal, Canadá e Estados Unidos), e a OTAN.
A URSS criou o plano ‘Kominform’ (1948) – constou de um plano de cooperação política com o bloco oriental; em 1949 – o plano de cooperação econômica - o ‘Comecon’; em 1955 formou a aliança militar com os países da ‘Cortina de Ferro’. O Pacto de Varsóvia transformou Moscou em sede do comando das forças armadas de todos os países a ela relacionados.

A distensão teve início após a morte de Stalin. As intransigências foram sendo postas de lado, e a URSS passou a participar com as nações – França, Inglaterra e Estados Unidos - do debate (Conferencia de genebra – 1955) de vários itens como diplomacia, participação em conferencias de desarmamento, reunificação da Alemanha, redução das barreiras leste-oeste para turismo, comércio e informações.

Entre os lances da ‘Guerra Fria’ houve a crise dos mísseis em Cuba (1962) que quase levou a um conflito nuclear entre URSS e Estados Unidos. A interferência direta ou indireta permanece latente e a Rússia não esconde seu desejo de ampliar sua influencia e presença no mundo ocidental especialmente no Caribe.

A corrida armamentista teve uma trégua e a cooperação em projetos espaciais é uma realidade. Esta teve inicio após a assinatura de um tratado de desarmamento entre Estados Unidos (presidente Ronald Reagan) e Rússia (M. Gorbachev) em 1989. A guerra do Golfo em 1991 marcou um novo momento de trégua. Havia um novo interesse em comum: a conquista do espaço e a possibilidade do encontro com seres de outras civilizações. - ‘Em nosso encontro em Genebra, o presidente dos Estados Unidos disse que se a Terra estivesse diante de uma invasão por extraterrestres, os Estados unidos e a União Soviética juntariam forças para repelí-la’ – era importante a convivência pacifica, o desarmamento nuclear e defender os interesses comuns da ‘civilização humana’- (M. Gorbachev – 1987).


Conclusões - A porta para uma coexistência pacifica tem sido mantida aberta, especialmente após as reformas na União Soviética promovidas por M. Gorbachev em 1980. Entre essas medidas estão a independência dos países do Leste Europeu hoje integrados na União Européia à qual a Ucrânia tentou sua aproximação e gerou o conflito com a anexação da Criméia à Rússia (2014). A ‘Guerra Fria’ acabou. Os conflitos não. Uma nova ordem política e econômica  com novos armamentos mais sofisticados continua em curso e as tensões se deslocam pelo planeta.