Os momentos que antecedem
tragédias causadas pela natureza sempre são precedidos por uma calmaria. Os
animais, com um sentido mais apurado que o humano, são os primeiros a perceber.
Recente foto do planeta Terra
feita pela NASA mostrava uma calmaria incomum dominando a atmosfera terrestre –
as nuvens amontoadas sobre as áreas ciclonais não davam sinal de qualquer tipo
de movimentação. Um fenômeno ainda não observado pela ciência. Dias depois o
sul do Brasil teve a presença de ventos superiores a 200 km/h devastando
Xanxerê e outras regiões do estado de Santa Catarina. O que se sabe realmente
sobre o mecanismo das massas de ar?
Quando a terra treme devastando
regiões – no momento o Nepal é a principal vítima – vulcões lançam cinzas e
fogo ao espaço (Cubalco no Chile); uma avalanche desce as encostas de um Everest,
nada resta a fazer ao homem, a não ser se proteger e contabilizar vitimas e prejuízos.
Portas se fecham; outras se
abrem. É o ciclo da vida, da morte e do renascer sob o comando dos elementos:
Ar, Água, Fogo, Terra.
O Sol brilha para todos. A brisa
gélida dará lugar ao calor aconchegante de novas oportunidades, novos caminhos,
novos aprendizados. Restarão escombros, cinzas, lama junto com as lembranças do
que se foi.
A mente humana lança um olhar
para o imaginário, diante da impotência para enfrentar os deuses irados: – Terão
sido Vulcano (?), Eolo (?) os autores de tanta destruição; ou serão as Moiras que
estão a realizar seu trabalho traçando os destinos de cada um: Cleto > a
fiandeira puxa o fio da vida de um fuso que segura; Láquesis > enrola o fio
da vida e sorteia aqueles que devem morrer; Átropos > corta o fio da
Vida. Enquanto Horas (Eunômia =
Disciplina, Dique = Justiça e Irene =
Paz) anotam no registro cósmico o resultado do trabalho.
Nada disto vai reconfortar das
perdas que cada um sofreu nestas recentes tragédias. Há vidas, centenas,
milhares de vidas em suspense. Será o fim dos sonhos para muitos neste mundo de
ilusões.
Resta a certeza de que sempre
haverá um amanhã. Quando portas se
fecham, janelas se abrem no limiar da caminhada. O eterno aprendizado
prossegue. Que Léthe nos ajude a todos a
esquecer o sofrimento para renovar as forças e poder prosseguir na jornada sob
o signo da sorte (Moros).
É tempo de oração e de
meditação sobre a brevidade da vida e sobre a fragilidade do ser humano. Muita paz
a todos os aflitos do momento.