sexta-feira, 10 de abril de 2015

SEGURANÇA ALIMENTAR – BRASILEIRO COME DEMAIS? - AS DIETAS E OS PROGRAMAS SOCIAIS.


À falta de autocrítica, para não falar em humildade, o tema alimentação x pobreza x programas sociais tem sido explorado no país através de uma chantagem emocional e de doutrinação das pessoas. Os mentores dessa falácia começam pela propagação de uma mentira maior do que a outra.
Fazer o bem sem olhar a quem. E ‘quem dá aos pobres empresta a Deus’ são prática corrente desde os tempos bíblicos  entre todos os povos.  Sempre houve ricos e pobres. Proprietários e sem terra. Ninguém passava fome por não ser dono de um pedaço de terras. A alimentação era prioridade em todas as comunidades urbanas e ou rurais de que se tem noticias. Era tradição não só no passado, mas até bem recentemente o costume de, após a colheita, abrir os campos  para que os menos favorecidos coletassem o produto deixado.

Quem tem farelos? – por exemplo, no tempo de vacas magras os cavalariços reinóis encarregados de cuidar dos ginetes saiam em busca de farelos (a parte grosseira da farinha de trigo) para alimentar os animais; sabe-se que muitas vezes esse era o único petisco que os serviçais dispunham para seu próprio alimento.  Eram tempos difíceis para todos. Havia até contos ilustrativos ensinando a viver com o pouco: - ‘Com o coração de uma pulga, sabendo prepará-lo dá para alimentar um regimento inteiro’ – dizia um desses refrões. Ou,  Pão e água, mais temperos: alho, azeite, sal e vinagre eram suficientes para passar o dia no campo trabalhando. Podia-se fazer um Gaspacho no calor, ou um caldo no inverno. Frutas secas, nozes, castanhas completavam o farnel.

Quando por várias vezes ouvi de europeus referencias à quantidade de alimentos consumidos por pessoa/dia no Brasil, não fiquei muito surpresa, pois já conhecia hábitos alimentares lá no velho mundo, inclusive  a dieta Mediterrânea hoje tão valorizada.

Brasileiro come demais!  frase dita por uma médica italiana de passagem pelo Brasil na década de 70 do século passado chamou minha atenção. E, brasileiro exagera em quantidade de produtos consumidos de uma vez – observação de uma francesa. A médica em questão, apesar de pertencer à família de posses do norte da Itália comentou que no tempo de guerra, às vezes passavam o dia com uma xícara de chá ou, na melhor das hipóteses, um copo de vinho no inverno. Pão, biscoitos e às vezes queijo eram produtos raros usados poucas vezes na semana.

Já havia convivido com pessoas de origem alemã e húngara, provenientes da Europa pós guerra mundial, e sabia das restrições alimentares sofridas, além dos traumas que haviam marcado suas vidas para sempre. Não eram pessoas lamurientas, não. Estavam mais para caladas e só raramente deixavam escapar uma ou outra observação sobre as restrições e os horrores vividos. Normalmente eram comedidos nos seus hábitos alimentares.
- Porque estou a falar sobre isto?   - porque cada vez que ouço políticos falar em miséria, fome, pobreza e programas de resgate de ‘milhões’(!) de pessoas da miséria e da pobreza extrema aqui no Brasil, sinto dúvida sobre a veracidade dos números e dos programas ditos sociais. Que eu saiba no país se produz muito além da capacidade de consumo; o descarte/dia de alimentos é gigantesco. Num país considerado paraíso tropical só passará fome quem for muito preguiçoso ou acomodado. Atualmente o Estado usa o assunto para fazer cortesia com chapéu alheio, uma vez que, não produz, mas monitora tudo e todos os que trabalham e produzem para depois fazer seus ‘programas sociais’ com interesses políticos de poder. Seu papel  regulador para garantir a segurança alimentar inexiste.

Sou do tempo em que o cidadão era livre para trabalhar, produzir  riquezas, comercializar seus produtos, e, nas cidades e nos municípios, não havia a tal pobreza e miséria trombeteada pelo Governo atual. Os que eram realmente incapazes de prover seu sustento sempre foram atendidos pela família, pela sociedade civil e pela Igreja.

 Dietas - Come-se muito e muitas vezes ao dia, e de forma errada. Essa é a verdade. Sempre haverá pobres e ricos, pois cada um, dentro de seus limites, interesses e capacidades de trabalho irão ter resultados diferentes. A sociedade atual é diferente daquela de meio século atrás. Muitas modernidades – especialmente produtos industrializados estão disponíveis com forte apelo comercial que desperta o desejo de consumo com graves prejuízos para a saúde na maior parte das vezes;  o que eu quero dizer é que, se ‘o peixe morre pela boca’, o mesmo ocorre com o comilão que se empanturra com gulodices desnecessárias e que são prejudiciais à saúde: Diabetes, colesterol alto, AVC,  obesidade, etc.

Na verdade não é o que se come que faz bem, mas o que se deixa de comer. É o que ocorre com todas as dietas, inclusive a dieta Mediterrânea.
Repetimos aqui o que intimamente todos devem saber: - cada um é livre e do uso dessa liberdade vai depender a colheita; em primeiro lugar é responsável por si, pelos seus atos, suas decisões, inclusive a de ajudar a quem precisa sem olhar a quem. Ajudar a quem precisa, sim. Carregar nas costas NÃO!