O
encontro no Panamá dos países do continente – 34 representantes compareceram - pode representar uma reorganização política e
econômica da região. Não só Cuba, mas também a Venezuela, Argentina, México,
Brasil terão a partir de agora novas
responsabilidades em relação ao Continente.
O não gostar de muitas coisas chamadas de ‘imperialismo americano’ dos
USA, não impede o reconhecimento da importância do país como o garantidor das
liberdades e dos direitos individuais e das Nações bem como ser um fiel na
balança comercial e consequente desenvolvimento regional. Ninguém pode ignorar
que ele tem sido o porto seguro para que a humanidade não mergulhe na escuridão
sem esperanças do mundo em conflito.
A
Guerra Fria acabou... As estratégias agora são outras: - ‘Nossas nações devem libertar-se dos velhos argumentos, devemos
compartilhar a responsabilidade do futuro. Essa mudança é um passo decisivo
para toda a região’. ‘Podemos virar a
página’... ‘Os Estados Unidos não serão reféns do passado’... – declarou o presidente dos
Estados Unidos, Barack Obama.
O
novo ensinando ao velho que a vida continua. Ficou implícito que a guerra
continua sob outra forma, com outras estratégias e resultados e que o passado
retrógrado que Cuba representa não tem mais sentido, especialmente o
comportamento truculento dos reféns da ignorância onde quem pensa diferente vai para a cadeia. Raul
Castro presidente de Cuba, presente pela primeira vez à Cúpula das Américas fez
um discurso batendo na tecla das lembranças de todos os embates políticos e
conflitos do governo por mais de meio século, para depois reconhecer que ‘É preciso apoiar Obama, é um homem honesto’.
Seu posicionamento, no entanto continua a
indicar que o caminho ainda será longo, pois Cuba entende que é ‘preciso
continuar lutando e aperfeiçoando o socialismo’ (sic).
Os
motores da economia regional dependem do petróleo. E os países produtores, patinam
com uma economia à beira da recessão, entre eles o Brasil mergulhado até o
pescoço no escândalo do Petrolão.
Uma
nova ordem latino-americana é possível. Sem esquecer que nas sombras continuam as
práticas do bolivarismo radical e o Foro de São Paulo. Isso levará tempo. A figura
do país imperialista do norte cultivada por mais de meio século não será
apagada da mente retrograda do caudilho caribenho. Ninguém é perfeito. A escola
da vida ensina lições amargas e muitos são incapazes de aprender.
Na
cúpula das Américas no Panamá, neste fim de semana, dois mundos se encontraram:
um civilizado e um que parou no tempo. Precisou nascer um presidente para que
as peças do jogo político fossem movimentadas. Recuperar a auto-estima da Nação
vai ser uma tarefa demorada.
Liberdades
individuais só são plenas quando cada cidadão puder exercer seus direitos e
cumprir seus deveres participando na vida social, política, econômica e
religiosa de forma construtiva e respeitosa sem sofrer nenhum tipo de cerceamento
ou manipulação ideológica. Isso vale para todos os simpatizantes de governos
ditatoriais da América Latina, inclusive os brasileiros, onde o discurso é um e
a prática é outra. Como diria Goethe: “Dominar é fácil. Reinar é difícil”. É
isso que os governos latinos precisam
aprender.
Liberdade
com responsabilidade – essa deve ser a norma de vida a ser cultivada para
conquistar uma nova ordem na América Latina.