Com Ministros da Previdência a confessar que nada
entendem da pasta e com a criação de um Banco para empréstimos aos aposentados,
o que estava ruim tornou-se péssimo. Na última década o poder aquisitivo dos
aposentados teve significativa perda no poder de compra em relação ao valor da contribuição
paga durante anos; essa perda é de cerca de 50%. Brigando na justiça, quem se havia aposentado
pelo teto conseguiu uma revisão. Os demais que recebem acima do salário mínimo
amargam as perdas. E, como todos sabem, muitos acabaram endividados, pois foram
fisgados pelo miraculoso plano de financiamento consignado com desconto em
folha concedido aos aposentados. Um negócio da China para o governo! Com os primeiros
resultados do julgamento dos réus do Mensalão surgiram as primeiras
manifestações sobre a necessidade de uma revisão geral de como tem sido
utilizada a Previdência nos últimos anos em prejuízo dos aposentados,
beneficiando Bancos, Governo e partidos políticos.
Transcrevo abaixo
parte do texto publicado no blog Reinaldo Azevedo: - “O que há por trás da
frenética movimentação de Lula nas eleições municipais? Medo de virar réu nos
outros processos do Mensalão!” -
1
– Banco no mensalão – O banco está envolvido no escândalo:
É que, segundo a denúncia do mensalão, que resultou no maior processo criminal da história do Supremo Tribunal Federal, o banco BMG teria participação no esquema criminoso, repassando vultosas quantias ao Partido dos Trabalhadores, sob o disfarce de empréstimos bancários. Veja-se o que diz trecho da acusação (fl. 17 da denúncia): “Também foram repassadas diretamente pelos Bancos Rural e BMG vultosas quantias ao Partido dos Trabalhadores, comandado formal e materialmente pelo núcleo central da quadrilha, sob o falso manto de empréstimos bancários.” (grifo nosso). E mais. Conforme consta à fl. 182 do relatório da Polícia Federal, divulgado recentemente pela imprensa, a perícia contábil detectou cinco “empréstimos” milionários feitos, entre 2003 e 2004, pelo Banco BMG ao PT e mais três empresas que teriam participado do mensalão.
É que, segundo a denúncia do mensalão, que resultou no maior processo criminal da história do Supremo Tribunal Federal, o banco BMG teria participação no esquema criminoso, repassando vultosas quantias ao Partido dos Trabalhadores, sob o disfarce de empréstimos bancários. Veja-se o que diz trecho da acusação (fl. 17 da denúncia): “Também foram repassadas diretamente pelos Bancos Rural e BMG vultosas quantias ao Partido dos Trabalhadores, comandado formal e materialmente pelo núcleo central da quadrilha, sob o falso manto de empréstimos bancários.” (grifo nosso). E mais. Conforme consta à fl. 182 do relatório da Polícia Federal, divulgado recentemente pela imprensa, a perícia contábil detectou cinco “empréstimos” milionários feitos, entre 2003 e 2004, pelo Banco BMG ao PT e mais três empresas que teriam participado do mensalão.
A
denúncia do mensalão afirma que o BMG foi beneficiado com operações financeiras
decorrentes de empréstimos bancários feitos a segurados do INSS, mediante
consignação em folha de pagamento. Veja-se o que diz a inicial da Ação 470, em
trâmite no STF (fl. 18 da denúncia): ‘Ficou comprovado que o Banco BMG foi
flagrantemente beneficiado por ações do núcleo político-partidário, que lhe
garantiram lucros bilionários na operacionalização de empréstimos consignados
de servidores lhe garantiram lucros bilionários na operacionalização de
empréstimos consignados de servidores públicos, pensionistas e aposentados do
INSS, partir de 2003, quando foi editada a Medida Provisória nº 130, de
17.09.03, dispondo sobre o desconto de prestações em folha de pagamento dos
servidores públicos e também autorizando o INSS a regulamentar o desconto de
empréstimos bancários a seus segurados’.
2)
Empréstimos consignados
Lula e o então ministro da Previdência, Amir Lando, enviaram quase 11 milhões de cartas a segurados da Previdência instando-os a tomar empréstimos para desconto em folha de pagamento — o BMG era um dos bancos que faziam esse tipo de operação. A Procuradoria da República do Distrito Federal move uma ação de improbidade administrativa contra Lula e Lando por conta dessas cartas, que foram consideradas ilegais. O custo da produção e postagem foi R$ 9.526.070,54.
Lula e o então ministro da Previdência, Amir Lando, enviaram quase 11 milhões de cartas a segurados da Previdência instando-os a tomar empréstimos para desconto em folha de pagamento — o BMG era um dos bancos que faziam esse tipo de operação. A Procuradoria da República do Distrito Federal move uma ação de improbidade administrativa contra Lula e Lando por conta dessas cartas, que foram consideradas ilegais. O custo da produção e postagem foi R$ 9.526.070,54.
3
– Medidas administrativas
Lula tomou medidas administrativas e legais para favorecer o BMG. Inicialmente, só bancos pagadores de benefícios, como CEF, poderiam operar o empréstimo consignado. O então presidente mudou a regra para beneficiar um dos bancos do mensalão. Escreve o procurador:
Lula tomou medidas administrativas e legais para favorecer o BMG. Inicialmente, só bancos pagadores de benefícios, como CEF, poderiam operar o empréstimo consignado. O então presidente mudou a regra para beneficiar um dos bancos do mensalão. Escreve o procurador:
A
empreitada deu tão certo que, segundo o Tribunal de Contas da União, apesar de
o banco BMG ser muito pequeno, pois tinha apenas 10 agências e 79 funcionários
na área operacional, fez mais empréstimos a segurados do INSS do que Caixa
Econômica Federal com suas mais de duas mil agências. A título exemplificativo,
até meados de 2005, a gigante Caixa
Econômica havia celebrado 964.567 contratos de empréstimos a segurados do INSS,
faturando R$ 2.380.992.632,75. Por outro lado, o minúsculo BMG fez bem mais,
apesar de ter iniciado a operação vários meses após a Caixa (…). Celebrou
1.431.441 contratos de empréstimos do mesmo perfil financeiro, com faturamento
de R$ 3.027.363.821,06, isso até agosto de 2005.
4
– Processo -relâmpago
O procurador transcreve um trecho de uma ação de improbidade administrativa que aponta supostas irregularidades na relação do BMG com o governo:
O procurador transcreve um trecho de uma ação de improbidade administrativa que aponta supostas irregularidades na relação do BMG com o governo:
O
Relatório de Auditória do TCU datado de 29/09/2005, produzido nos autos do TC
014.276/2005-2, verificou que o “o BMG foi a instituição financeira cujo
processo ocorreu de forma mais célere. Foram 5 dias entre a publicação
do Decreto no 5.180 [que permitiu a bancos privados operar O
crédito consignado] e a manifestação de interesse. E 8 dias entre a
manifestação de interesse e a celebração do convênio. Via de regra, são
no mínimo dois meses de tramitação processual. O BMG também foi a única
instituição financeira não pagadora de benefícios a aposentados e pensionistas
do INSS que celebrou convênio antes da adequação da norma interna do INSS ao
Decreto no 5.180/2004.
Integra do texto – ver blog Reinaldo Azevedo
(21-10-2012).