Graças
às novas tecnologias nos informamos a cada segundo, e também o esquecemos
imediatamente, pois se há liberdade de expressão, não significa que devamos ter
que pensar sobre o que acabamos de ouvir. O jogo de palavras é o que mais
importa.
Assim
são as ‘Carminhas’ da vida fora das telas. Há muitas... Desde a pobre vítima do
meio em que vive às loucas de conveniência provocando transtornos de toda
espécie. O tema da novela global que tem dominado as atenções de muitos e
provocado comentários do público, dá a medida clara de que as pessoas sentem
necessidade de emoções fortes negativas para se entreter e canalizar suas
frustrações. Muitas, certamente se identificam com diferentes personagens, ou
vêem nos personagens pessoas da própria
família ou vizinhos e conhecidos. São pessoas comuns da vida real. E quando
falo em ‘Carminhas’ não estou me referindo apenas ao sexo feminino. Tem muito
barbado que se inclui no estereótipo.
Até
que ponto isso importa? Dizer que toda realidade é simbólica e que é difícil
ver o que vemos como realmente é? Que tudo não passa de encenação?
A
linguagem corporal é explorada ao máximo na profissão de ator/atriz. Faz parte
da profissão. Hoje até os políticos e no mundo empresarial ela é usada para
criar uma imagem perante o público. As distorções na percepção do real tornam-se
evidentes pelo acúmulo de informações apresentadas, o que dificulta a percepção
da realidade. Um dia as máscaras tendem a cair.
A
Carminha da novela existe na vida real. Ela é uma verdadeira artista fora das
telas. Há as de conveniência capazes de representar com maestria o papel mais
favorável aos seus projetos de vida. É freqüente ouvir referências a essas
‘artistas’: ‘essa aí é esperta; ela sabe viver’; ‘fulana é uma oportunista’;
‘ela é que é inteligente’; ‘é uma safada’... Ou ainda: ‘é uma coitada... sofreu
muito na infância’, etc. Com isso, as ‘Carminhas’ da vida vão apelando até para
a loucura, a chantagem emocional e levando vantagem conforme os ventos sopram.
Sua forma de se expressar enganadora está a merecer um tratamento de choque. Urgente!
Todos têm o direito de se expressar. Usar de artimanhas para se sair bem, já é
safadeza pura.
Seja
qual for o fim da Carminha e dos Tufões é preciso refletir sobre as formas de comunicação
utilizadas. Comunicar não deve ser apenas falar, mas é necessário saber o que
se quer dizer, ou não.