A América Latina de há tempos procura seu 'norte'. As recentes noticias do descontentamento de alguns governos em relação à mudança do Presidente do Paraguai,em particular por parte de governos do MERCOSUL Argentina, Uruguai e Brasil - chama a atenção por contrariar o princípio de autodeterminação dos povos e não ingerência nos assuntos internos dos países. A aliança externa para fortalecer o desenvolvimento regional nada tem a ver com assuntos internos particulares.
Alguns mais radicais especulam sobre um possível movimento conspiratório contra os interesses regionais. Exagero de interpretação, pois os países são Nações livres, independentes, tem legislação própria e não precisam curvar-se ante ninguém. Basta exercerem sua atribuições no contexto regional e internacional. O MERCOSUL é uma associação entre países livres e independentes, voltados para o Atlântico por tradição tem ligação direta com a União Européia de onde todos eles se originaram e herdaram sua cultura.
Uma mudança no continente americano, como uma possível Aliança do Pacífico englobando o México, Colômbia, Peru e Chile, formando um novo bloco regional de livre circulação de pessoas e bens - voltados para o Pacifico parece que incomodou aos governantes dos países do Atlântico.
A América Latina é imensa. Tem uma diversidade física e geoeconômica marcantes estendendo-se desde o hemisfério Norte México, até o extremo Sul da Argentina/Chile na Patagônia. Muito natural que os países voltados para o Pacífico, especialmente os países Andinos queiram formar alianças de interesse regional.
Uma nota jornalística diz: - Surgiu uma novidade no mapa político e econômico da América Latina: México, Colômbia, Peru e Chile uniram-se com o objetivo de dar plena liberdade às suas empresas e aos seus 215 milhões de habitantes para transitar, estudar, trabalhar, movimentar capitais e fazer negócios sem precisar de licença prévia dos governos locais. É o que prevê a Aliança do Pacífico, o novo bloco regional cuja criação foi anunciada na semana passada pelos presidentes Felipe Calderón (México), Juan Manuel dos Santos (Colômbia), Ollanta Humala (Peru) e Sebastián Piñera (Chile). Está prevista a adesão do Panamá e da Costa Rica no segundo semestre.
Os aspectos geopolíticos relevantes regionais como, por exemplo, o México, a Colômbia, o Panamá e a Costa Rica são países bi-oceânicos, com saídas para o Pacífico e o Atlântico. Além disso, os integrantes da Aliança têm economias abertas, baseadas em acordos bilaterais de comércio com China, EUA, União Européia, Japão, Coréia, Taiwan, Cingapura e os principais centros econômicos do Oriente Médio. Muito natural que queiram unir-se para melhor gerenciar interesses nacionais. Se considerarmos que o eixo internacional da economia que antes dominava no Atlântico agora domina no Pacífico, eles não podem se prender a querelas regionais. Quanto aos demais países são suficientemente grandes e ricos em particular o Brasil que por si só já formam um bloco, que se bem administrado poderá proporcionar riquezas a todos seus cidadãos.
Melhor fariam em cuidar da casa antes de pensar em impor seus pontos de vista aos vizinhos.
Os movimentos sociais que embarcam nessas teorias conspiratórias acabam sendo na verdade anti-sociais, pois estão a perder o bonde da história. Retórica não constrói nada. A degradação política que se verifica é muito pior do que qualquer possível conspiração externa.
- "Visão sem ação é sonho; ação sem visão é pesadelo" (ditado japonês).
- "O segredo do sucesso está em tomar boas decisões. Para tomar boas decisões precisamos de Experiência. E ela só se adquire através das más decisões."- E, principalmente, saber para onde quer realmente ir.