Ao   som da trilha sonora de "Embarque nesse Carrossel" relembramos nosso tempo   de estudante. Uma é a lembrança em especial, de patriotismo, com o hasteamento   da Bandeira Nacional com o canto do Hino na frente da escola. Uma cerimônia mais   simples, mas muito significativa era da Bandeira hasteada na porta da sala onde   o comparecimento dos alunos havia sido de 100%; certos dias todas as classes   ostentavam sua bandeira na porta. Motivo de orgulho.
A   escola como conhecemos é uma criação de um momento histórico da sociedade   européia do século XVII e XVIII. Cada época e cada Nação adotam ou adaptam o   modelo de escola e seus currículos de acordo com o momento histórico que   vive.  
O   conceito de Pátria independente adotado pelo Brasil com a Proclamação da   República, onde o cidadão tem seus direitos assegurados pela Constituição, teve   início nos Estados Unidos e foi seguida pela França. Foi visando a defesa desses   princípios de Pátria, de Liberdade, de Família, de responsabilidade dos   indivíduos, que a disciplina de Educação Moral e Cívica objetivou ao ser   incluída nos currículos plenos escolares (1° e 2° graus) do país, em 1°/09/1969,   através do Decreto Lei 869.
A   disciplina também fazia parte do currículo mínimo exigido, respeitadas as   diversidades regionais.
Anteriormente   à essa Lei, os princípios e valores éticos, morais, religiosos e cívicos faziam   parte dos conteúdos ensinados e da vivência escolar, através de disciplinas   como: história, geografia, religião, música, literatura, etc. Os livros de   leitura (Antologias) continham textos de autores nacionais e clássicos, onde a   Pátria, a cultura, as personalidades, etc. tinham espaço - e vinham acompanhados   com pequenas biografias ilustrativas. A música dava ênfase a cantos folclóricos   e aos hinos pátrios. Os cadernos de uso escolar traziam impresso na 4ª capa além   de símbolos nacionais, ou figuras da República, a letra dos Hinos: Nacional, da   Proclamação da República, da Bandeira, da Independência e a Canção do   Expedicionário. 
A   cerimônia de Hasteamento da Bandeira Nacional, e as datas cívicas eram dias   especiais de comemoração e festividades. Havia um conjunto de ações e   informações sobre civismo, valores éticos e morais que levavam à formação de   cidadãos de bem, respeitosos, livres e   independentes. 
Havia   disciplina, respeito, estudo, vontade de aprender, de participar por parte dos   alunos em todas as atividades escolares.
Críticas   direcionadas ao período em que vigorou o regime militar no Brasil em relação a   introdução da EMC como disciplina curricular não tem o menos sentido.   
Cabe   aos historiadores escrever de forma isenta os fatos como eles ocorreram, e   qualquer interpretação particular de quem não vivenciou a realidade escolar da   época é mera especulação.
A escola e os currículos escolares fazem parte da nossa cultura democrática que devemos preservar.
Aos   que confundem liberdade com desrespeito às regras e à disciplina estão   precisando de umas lições de EMC! É, por exemplo, uma lástima, que   representantes dos estudantes (UNE), que deveriam dar o bom exemplo, estejam   envolvidos em malversação de recursos públicos, enquanto milhares de estudantes   sofrem as conseqüências do descaso para com o ensino de   qualidade.
Queremos   uma escola de qualidade. Eu tive o privilégio de estudar num tempo em que a   Escola e o Professor eram símbolos de saber, patriotismo, e de respeito onde os   valores eram, não só ensinados, mas também   vivenciados.