Em ‘A Geografia
serve, de início, para fazer a Guerra’ (Yves Lacosta – 1976), após ter feito
uma revisão das posições da geografia clássica francesa, apresenta uma nova
conceituação de espaços; desenvolve o tema de interesse geográfico para
possibilitar às pessoas “saber pensar o espaço”, para nele “saberem se
organizar, para combater”, na defesa de seus interesses quanto ao espaço
social. David Harvey (1973) se ocupa sobre a natureza da teoria, a do espaço, a
justiça social e o urbanismo além de apresentar uma avaliação sobre os modos de
produção, valor de uso, valor de troca, com base na teoria conceitual do
pensamento marxista.
Ainda hoje, a
geografia humana baseada na ideologia marxista desenvolvida por geógrafos na
década de 50 e seguintes, encontra adeptos e praticantes radicais da ‘ocupação
de espaços’ como forma de fazer justiça social, cuidar dos pobres, lutar contra
a opressão dos ricos. Seus representantes na ativa são o MST, os Movimentos de
Sem Teto, os defensores da demarcação de terras indígenas – ONGs – e inúmeras
organizações internacionais que agem nos países de terceiro mundo, como a CMI,
os Ambientalistas, os defensores dos animais, os abortistas, etc., com o lema de ‘preservar o planeta para o
futuro’ !!!
As novas gerações
que foram capturadas pelo pensamento desses geógrafos ‘humanista’ saem por aí a
desfiar teorias como o que vimos recentemente em declarações do grupo ‘Fora do
Eixo’ = ‘O lugar genérico ou específico, não tem o significado de uma coleção de objetos
ou eventos empiricamente observáveis, mas é um repositório de significado que
encarna a experiência e as aspirações das pessoas’(sic). E, ‘movimento, obras
de arte, edifícios e cidades são lugares (geográficos) porque podem organizar o
espaço como centros de significado’ – eles seguem o conceito de uma
geografia fenomenológica, uma ciência social – humanista que utiliza as
categorias da ‘intuição’ e da ‘intencionalidade’ das ações humanas às quais se devem
acrescentar as de evidencia e do mundo-da-vida como experiência imediata. Isso leva
à critica das abstrações da ciência quando estiverem baseadas em dados da consciência
sem um significado claro, e sem a fundamentação da experiência.
É esse o tom do
discurso que vem sendo martelado na formação das novas gerações que se
distanciam do mundo real dos fenômenos naturais e se deixam iludir por utopias
de um mundo justo, bom, onde todos são iguais. Esquecem que toda a beleza do
universo está exatamente na sua diversidade infinita. Que o quadro Natural físico do planeta em que vivem faz parte da
fenomenológica da qual estão sendo alienados enquanto ‘pensam’ o mundo que desejam.
Em síntese. A repartição
do homem sobre a terra, os estabelecimentos humanos, os recursos terrestres, o
produto do trabalho, dos valores econômicos, da circulação e dos centros
urbanos estão todos intimamente relacionados com a Natureza – o meio natural. O
que vale para uma região não vale para outra. Os dados naturais: relevo, tipo
de solos, geologia, climas, flora e fauna, hidrografia, recursos minerais,
tipos de sociedades humanas, etc. formam grandes paisagens ou regiões, e, o que
vale para uma região, não vale para outra. Os homens com sua capacidade de
adaptação podem e devem se adaptar ao meio, em vez de querer transformar esse
meio ao seu gosto. A Natureza tem suas leis próprias. O homem tem valores que
estão sendo negligenciados e descartados, e a própria vida destruída e a inteligência
desestruturada.
A guerra contra o
ser humano que ocupa espaços que
interessam a grupos que se escondem sob a capa da justiça social, está
declarada. O avanço das teorias de uma geografia humana humanista de inspiração
em ideais marxistas é uma realidade. Os jovens são as primeiras vítimas. Pensar é preciso. Só pensar não resolve. As ações
devem ser coerentes com o planeta em que vivemos e com os valores que dão
dignidade ao ser humano.