Analfabetismo em alta! Eles estão conseguindo. Entre a promessa de um ‘Um
Brasil Alfabetizado’ e a realidade temos um descaso, ou melhor, dizendo, um
programa de desmonte do que funcionava em educação, agindo a pleno vapor.
Portanto, para nós que acompanhamos todo o processo de ‘modernização’ do ensino
público neste país, não é nenhuma novidade esse resultado. Suponho que muito do
que foi feito, o foi com muito boas intenções. Os resultados são o oposto do
desejado; conseguiram emburrecer uma geração toda com efeitos difíceis de serem
corrigidos em curto prazo. Além das escolas sucateadas, professores
desvalorizados, mais a errônea política de inclusão com crianças indo cada vez
mais cedo para a escola, a escola para todos financiadas com ‘bolsas’
improdutivas, proibição dos pais educarem seus filhos em casa, etc., temos a
nova pedagogia priorizando comportamentos e ignorando ou menosprezando
conhecimento de conteúdos. Há alguns anos vi na internet uma convocação de
professores para ir fazer cursos em Havana (!). Aprender o que, lá? Português é
que não era. Já ouvi o ministro da educação acenar com a possibilidade de
importar professores... Bem, cada um é livre para fazer de sua vida o que
quiser. No entanto, em matéria de educação ninguém tem o direito de impor conceitos
e valores contrários às tradições de nossa Pátria.
A seguir citamos algumas das alterações no processo educativo que hoje
colhe os frutos do aumento do analfabetismo, até na Universidade. Professores de
etapas superiores, ou se dedicam a ensinar o básico que deveria ter sido
aprendido pelos alunos desde o primeiro ano escolar, ou baixam o nível dos
conteúdos das diferentes disciplinas.
- A frequencia do aluno passou a contar pontos na avaliação. Resultado negativo:
o aluno passou a se desinteressar pelas aulas; bastava estar de corpo presente.
- Uso do conceito (ótimo, bom, regular, péssimo) em vez de nota de zero a
dez.
- Trabalhos em grupo. Se por um lado ‘socializa’ e motiva uns, os
preguiçosos são os privilegiados sem nada fazer a não ser, muitas vezes
fornecer o papel para escrever o trabalho.
- Fim do exame de admissão – ao ginásio e colegial – um desafio que
exigia estudo e dedicação para vencer etapas. Alunos gostam de desafios. Eles precisam
de motivações.
- Adoção de provas com questões de múltipla escolha: assinale com um ‘X’
a resposta correta. (nota: - ‘X’ era a assinatura do analfabeto... aí está o
resultado!). Neste item observamos que em Didática a recomendação é de reforçar
o conceito do certo, correto; numa prova de múltipla escolha há 4 questões
erradas e uma certa. A falta de maturidade da criança e do jovem tende a criar
confusão mental diante das sutilezas das propostas apresentadas. Em geral o
aluno acaba chutando a resposta e muitas vezes, acerta. Isso não traduz
conhecimento.
- Aprovação automática, fim da avaliação continuada e tarefas para
realizar em casa. Aluno que não tem que dar retorno do que lhe foi ensinado tende
a relaxar e se acomodar, especialmente aqueles que não têm um acompanhamento em
casa por parte dos pais.
- Currículos escolares têm sido alterados, para pior. Exemplos: A) fim do
ensino de latim – básico para o aprendizado e entendimento da língua pátria. B)
Dicionário (pai dos burros) está esquecido ou foi definitivamente aposentado. O
conhecimento do vocabulário de cada disciplina é básico para um bom
aprendizado. C) A aceitação de linguagem errada com a desculpa que faz parte da
realidade do aluno impede a assimilação de outros conhecimentos e de outras
realidades que podem fazer a diferença na sua formação profissional. D) Uso de livros
didáticos padronizados – tipo apostilas descartáveis e de baixa qualidade. E, o
fim de leitura dos clássicos que permitem uma ampliação do universo de idéias e
do uso da linguagem, trouxe um empobrecimento geral à escola pública.
Para finalizar, o professor tem sido pressionado para aprovar mesmo que o
aluno não saiba o conteúdo ensinado nas diferentes disciplinas. Resumo: o aluno
que se acomodava e se aproveitava das novas facilidades tinha que ser
promovido, pois caso contrário o Professor com maior número de alunos reprovados
perdia suas férias fazendo cursos de reciclagem.
- O que você faria? Submeter-se- ia ou mudaria de profissão?
Há lições que custam caro!