Vivemos mergulhados num mundo repleto de sons, cores, valores,
formas, qualidades e uma infinidade de ‘surpresas’ que só as pessoas mais
perspicazes conseguem detectar. “Não dividir o que a Natureza Juntou’ – recomendava
Vidal de La Blache; ou ‘ A Natureza permite, o homem dispõe’ dizia Lucien
Lebvre em seus estudos geográficos. Realmente a ciência não para de se
surpreender com os detalhes que o maravilhoso mundo nos proporciona ver,
observar e sentir. E, o homem acha que pode ser o maestro de tudo. A natureza,
no entanto sempre tem algo a nos ensinar.
Em minha infância experimentei conhecer o ruído do mar usando
uma linda concha colorida que uma tia guardava fora do alcance das crianças.
Aquele marulhar, ou ruído constante de águas correndo ora mais forte ora mais
distante dependendo da posição da concha colada ao ouvido, ficou gravado na
memória. Era o barulho do mar tão distante(!). Mas...
O
barulho que ouvimos quando colocamos uma concha junto ao nosso ouvido não é o
oceano, mas sim o som do sangue correndo nas veias da orelha. Esse lembrete me
remeteu a uma observação que nos causou surpresa pela intensidade do ruído: ao
encostar o ouvido no travesseiro, vedando-o totalmente, o barulho da corrente
sanguínea soou como uma forte correnteza. Em alguns momentos parecia uma
tempestade. Faça o teste. Vai ficar surpreso!
Hoje
o plástico substituiu grande parte das embalagens de vidro. As embalagens
plásticas não degradáveis se tornaram um problema ambiental. O vidro demora um
milhão de anos para se decompor, o que significa que nunca se desgasta e pode
ser reciclado um número infinito de vezes. Ele não é tóxico e por isso não
prejudica o meio ambiente como o plástico feito a partir da ‘separação’ dos
componentes do petróleo. Aí está um exemplo da sábia recomendação: ‘não dividir
o que a natureza juntou...’
Você
sabia que devido à força da gravidade da Terra é impossível as montanhas serem mais
altas do que 15 mil metros? E, que, devido ao movimento da Terra, as altas montanhas
tem um lado mais alto e abrupto e o outro em declive mais suave e escalonado? E
que o planeta Terra recebe 100 toneladas de poeira cósmica todos os anos,
influindo-o em seu peso?
Dentre
as riquezas minerais, o ouro é o único metal que não enferruja, mesmo estando
enterrado no solo por milhares de anos. Ouro! O metal dos deuses. A riqueza
ambicionada por todos. Dizem que em tempos de calamidades e de necessidade
surgem quantidades imensas de ouro – seria a tal ouro alquímico produzido em
laboratório. Um grupo de cientistas canadenses descobriu uma bactéria capaz de
produzir ouro em poucos segundos. A Delftia
acidovorans solidifica o ouro liquido e cria estruturas sólidas parecidas
com pepitas com o objetivo de se proteger do ouro, um metal que pode ser fatal para esse tipo de
micro-organismo.
Muitos
são os exemplos de maravilhas da natureza que nossos olhos deixam de admirar
uma vez que estamos muito ocupados. Em geral estamos ocupados em nos defender
de alguma ameaça anunciada por pessoas que atingiram certos postos de comando
numa hierarquia política e social. Como esses ‘funcionários’ tendem a ser
promovidos até ao seu nível de incompetência, os resultados negativos atingem a
sociedade em todos os setores.
A Natureza
permite, o Homem dispõe – dentro de suas limitações, naturalmente. Toda jornada
por mais longa que seja, começa com o primeiro passo. E o estudo ainda é o
melhor caminho para realizar uma jornada de descobertas fascinantes. Não aceite
o prato pronto. Em geral ele vem contaminado com algum ‘conservante’ deletério.