OS ANIMAIS - AMIGOS DOS HOMENS
Gosto de animais e acho todos uns fofos. Já tive bichinhos de estimação
enquanto era possível mantê-los livres e soltos, pois residíamos no campo. Aprendi
que cada um é cada um e que temos que respeitar suas individualidades, e que os
bichos selvagens ficam bem em seu ambiente natural e, alguns, especialmente nas
fotos... A convivência
sempre foi pacífica e, muitas vezes, divertida.
Conversar com eles é possível e nem sempre é preciso usar de palavras. Sabemos que eles pensam, tem
sentimentos, tem inteligência e capacidade de raciocínio, linguagem própria,
etc.; eles entendem nossas ondas mentais, as captam com precisão, e à sua moda dão
a resposta. Creio
que eles entendem melhor nossa linguagem do que nós a deles; mas muitas vezes
dá para perceber, por exemplo, quando eles resolvem nos ‘dar uma bronca’...
A proteção dos
animais tornou-se uma neurose; outros continuam com o hábito de compará-los com
os humanos, nem sempre de forma cordial.
Imaginem a possível opinião deles, a
começar pelos que mais conhecem a figura humana:
Um Cão e um Gato pacificamente dorminhocando no cantinho da
varanda. O Cãozinho diz:
- Assim não dá;
chamam-nos de seu melhor amigo e depois nos usam para projetar seu complexo de
inferioridade. É preciso ser compreensivos com eles e ter uma paciência!
- Miau... – responde o gatinho: - Acho que na verdade eles
gostariam de estar em nosso lugar, serem livres, independentes,
auto-suficientes... Durma com um barulho
desses.
O Papagaio, ao lado, acordou e retrucou: - Currupaco! Não
vi, não ouvi, não sei de nada, não me comprometam.
Dona Abelha atarefada, continuou com
zunindo entre as flores da jardineira ao lado, coletando néctar, pólen, fazendo
mel e cera, ignorou o assunto; sua relação com o bicho homem era ajudar no
equilíbrio da natureza. Ela estava cumprindo com sua parte há mais de 50 mil
anos! Já o
homem...
Entre as folhas secas do jardim, operosa Formiga, do alto
de sua autoridade, discursou em formigues: - Todo mundo fala muito, citando-me
como exemplo e fica o dito pelo não dito.
Tarde modorrenta > a Cigarra soltou a voz: - ‘Cantar é minha função cósmica. Quem
canta seus males espanta. ’
Um Rato curioso, farejando perigo, perguntou:- ‘Falando de quem? – do homem? Estou
confuso! Nosso DNA é tão parecido...
Bem. Faz de conta
que é tudo muito natural como natural é o bicho preguiça, a lesma, a tartaruga
e o cágado continuarem devagar e sempre... Cada um no seu elemento. Só falta
aos humanos se darem conta de quem são no contexto da história e aprendam com
os ditos irracionais a serem mais humanos.
Cenas em alta –
Cena 1 - Família reunida na sala; pai e mãe brincam com o cãozinho. Jogam um bastão para ele pegar. Cada vez que cumpre a tarefa é
acarinhado e recebe um petisco. O filhinho isolado observa.
Cena 2 – o garotinho deixa a sala. Ninguém nota sua
ausência.
Cena 3 – o garotinho volta à sala engatinhando com um
pequeno bastão na boca; aproxima-se dos pais imitando o cãozinho. É afastado...
> O cãozinho o consola.
Fim!
Por onde andará o bicho papão, o ‘Paparulho’ – aquele que
assustava as crianças na hora de dormir?