terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

UMA ANÁLISE FRIA SOBRE O AQUECIMENTO GLOBAL – TEORIZAR É FÁCIL - ALGO ESTÁ MUDANDO. A palavra chave é ADAPTAÇÃO!


Moro num país tropical e estamos em pleno verão. Chove e faz frio no planalto central do Brasil – é o ‘inverno’ local. Noticias de seca no SE e no Nordeste exibindo reservatórios vazios e populações atingidas pela falta d’água são manchetes diárias nos noticiários. Mas ainda não é o fim do mundo... Informações de moradores da capital paulistana garantem que não é toda essa tragédia que se conta. Parece que tem muito repórter com vocação para dramatização.
Em busca de informações mais confiáveis, li “ O Futuro Climático da Amazônia” – Antonio Donato Nobre -  não me convenceu. O assunto climático e as irregularidades verificadas no comportamento de modelos considerados estáveis têm levado aos pesquisadores falar e escrever considerando apenas um ou dois elementos do clima, tirando conclusões com algumas imprecisões. E o debate tem-se concentrado no papel da floresta Amazônica e nas emissões do CO2. Elaborar teorias é fácil. Com o devido respeito pela equipe que elaborou o relatório citado, faço minhas as palavras do prof. de Geografia Física em anotação à margem de uma prova  nossa, cujo tema era “Causas do desaparecimento dos Dinossauros” – a nota dizia: ‘Tese de autoria da aluna’. Com alguns dados concretos dá para usar a imaginação e escrever uma tese sobre qualquer assunto.

 Nosso objetivo não é criticar por criticar. É chamar a atenção para um universo mais amplo do que simples medições de temperaturas e de CO2 na atmosfera. Novos encontros para debater o clima já estão sendo marcados. E por antecipação já se sabe que será apenas para elaborar novos documentos de intenções que serão ou não cumpridos pelos países signatários.

A seca no Sudeste preocupa, mas se sabe oficialmente que houve uma alteração cronológica nos períodos sazonais locais. Estudos indicam que entre 1941 e 1970 o trimestre mais chuvoso na região sudeste era de novembro/dezembro/janeiro a fevereiro/março; em 2005 passou para dezembro/janeiro a fevereiro/março.  O período seco ia de maio/junho/julho/agosto e em 2005 passou para julho/agosto/setembro. (relatório do INP). Já se passaram dez anos e dá para perceber ‘no ar’ que houve alterações na distribuição de chuvas e não está chovendo onde costumava chover – causas: diversas, inclusive as ‘ilhas de calor’.

Nas minhas buscas sobre o assunto encontrei um artigo (O aquecimento Global não é o vilão da crise hídrica em São Paulo) publicado no site da Revista Veja com entrevista do meteorologista e professor da USP Augusto José Pereira Filho; ele apresenta dados de estudos meteorológicos e climáticos realizados recentemente. Em síntese informa que o fenômeno da seca em São Paulo não é motivado pelo homem, nem pelo desmatamento da Amazônia (esta é uma dádiva do oceano Atlântico), nem pelas emissões de CO2, mas pelas condições naturais (a era geológica atual e os movimentos das massas atmosféricas) – se não há formação de nuvens, não haverá chuvas. Há um conjunto de fatores que se somam e causam as anomalias climáticas. Em Janeiro/2014 choveu acima da média em São Paulo; os dados apresentados pelos noticiários como sendo inferiores à média sofreram influencias locais e não correspondem ao volume real de chuvas no período. Refere-se também às ‘ilhas’ de calor que influenciam as condições climáticas nas concentrações urbanas e aos ciclos de chuvas com intervalos de 5 a 10 anos. O CO2, por exemplo, não é o vilão do aquecimento global, mas a base para que haja vida no planeta; tem um ciclo próprio anual: aumenta no inverno e diminui no verão. E afirma que o problema está nas nuvens sobre as quais não há estudos e medições confiáveis de sua distribuição no globo. Fala também nas variações do movimento da Terra em relação ao Sol que modificam a quantidade de nuvens e de gelo, a circulação da atmosfera e dos oceanos, etc.

Pessoalmente tive a oportunidade de conhecer os longos dias de verão desde o pampa argentino, passando pelo planalto meridional, região central e o calor úmido amazônico, bem como sentir a diferença entre o calor sufocante de praias no litoral carioca e paulista até as amenidades de altitudes serranas. Houve algumas mudanças, sim, por conta de ‘n’ fatores, porém nada que comprometa a vida no planeta como insistem dizer. Mas alguns fenômenos de secas na Amazônia, por exemplo, são históricos como o das  calmarias em alto mar como está registrado desde as viagens do tempo das caravelas e que impediam as massas de ar úmido chegar à região.
Algo está mudando gradativamente. A palavra chave é ADAPTAÇÃO! O maior problema é a falta de vontade política e de gestores capazes de elaborar uma política urbana racional.
O que o clima-tempo não fizer para destruir o mundo, os políticos conseguirão!  - A nova sugestão é a de se fazer a transposição de 1% da água do rio Amazonas (sic) para solucionar a falta d’água nos períodos de seca no SE... – mais uma obra faraônica para justificar o uso de vultosas verbas publicas.