No sótão de rica mansão vivia uma
alegre e ativa comunidade de ratos e ratazanas, que quando não estavam
desgastando os aguçados dentes roendo, roendo, roendo... , estavam repondo as
energias comendo, comendo, comendo...
A visita diária à dispensa era uma
festa entre queijos e uma variedade de quitutes saborosos cujos odores atingiam
todos os recantos da vivenda. A qualquer hora, fartos banquetes eram saboreados
com tranquilidade pelos gulosos moradores do sótão.
Um dia, mudou-se para a mansão um gato
malhado de fino faro, salto ágil e
certeiro. O pânico se estabeleceu entre a rataria. Todos os dias algum membro
caia nas garras do bichano. Depois de satisfeito, ele costumava subir ao
telhado para repousar e tomar sol até que a fome o despertasse, induzindo-o a
nova caçada.
Num desses intervalos, os ratos
convocaram uma reunião para discutir o problema:
- Como livrar-se do intruso?
O velho e experiente Dr. Ratão, instalou e presidiu
a concorrida Assembléia dos ratos.
Após muitos debates chegaram à
conclusão de que, diante de um inimigo mais ágil e forte, o melhor era usar uma
estratégia – amarrar um sino ao pescoço do gato; assim, quando ele se
aproximasse, o sino faria ruído e eles teriam tempo para se esconder.
Sob aplausos, a proposta foi aprovada
pela maioria dos presentes. Teve inicio a segunda parte do plano. Primeiro
conseguir um sino. Rapidamente alguns ratos mais fortes conseguiram trazer até
a mesa da Assembléia um reluzente sino encontrado na mesa da sala de jantar da
vivenda. Resolvida esta parte, o Dr. Ratão procedeu à inscrição de voluntários
para executar a tarefa.
Como ninguém se apresentou para executar
a segunda parte do plano – amarrar o sino no pescoço do bichano -, o Dr. Ratão
deu inicio à chamada dos presentes.
- Sr Fulano...
- Desculpe, mas sou muito jovem; isso
é tarefa para alguém mais experiente.
- Sr. Ciclano...
- Desculpe! Eu tenho uma ninhada de
filhotes para criar.
- Sr. Beltrano...
- Já estou muito velho e sofro de
dores reumáticas... Desculpem.
Um a um ia dando sua desculpa e se
retirando da sala. A sala começava a ficar vazia.
O ronronar e o miado do bichano se
espreguiçando no alto do telhado provocaram a debandada geral. Até o Dr. Ratão
saiu correndo perdendo os óculos.
A Assembléia dos ratos estava
encerrada por falta de quorum.
Moral
da história:
- Na hora do perigo cada um pensa
primeiro em salvar a própria pele.
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Nota: este texto já estava pronto
quando a presidente Dilma falou aos jornalistas sobre o Petrolão e o
engavetamento de CPIs culpando o governo FHC pela corrupção na empresa. Francamente,
o PT está no poder há 12 anos e não fez nada para impedir? – não venha dizer
que não sabiam de nada, pois pelo que já veio a público o PT e seus aliados
foram amplamente beneficiados com recursos da Petrobrás em conluio com as
empreiteiras. A fala foi de uma irresponsabilidade
sem limites, um verdadeiro jogo para acabar com os valores éticos e
democráticos.