quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

A ECOLOGIA e a SUSTENTABILIDADE - NO TEMPO DO CABRIOLÉ *

A seca prolongada e os problemas dela decorrentes nos grandes centros urbanos estão servindo para sacudir o marasmo e o comodismo de governos e população mal acostumada ao venha a nós... 

Fala-se muito e previne-se nada. Criam-se slogans e palavras assimiladas pelo publico sem a correspondente ação. Ecologia, sustentabilidade, meio ambiente... - são algumas dessas mensagens do mundo contraditório, onde se fala uma coisa e se pratica outra.  E as ‘ilhas de calor’ vão surgindo, crescendo, complicando a vida de todos com a falta de água, energia, transportes adequados, etc.  - Já desligou o ar condicionado? – quantas embalagens plásticas/mês você descarta? – vai de carro ou faz caminhada?...

Podemos dividir o problema ambiental entre o antes e o depois do: -  ‘plástico’ descartável; - do carro que abarrota as ruas e polui as grandes cidades; - da vida no campo e das atuais aglomerações urbanas, etc. A natureza é pródiga em se refazer, basta deixar de limpar o quintal e ele se transforma numa pequena floresta de acordo com os micronutrientes em seu solo, com o risco de até ‘onças’ aparecerem por lá. Por falar nisso, quantas ‘onças’(ouro) estarão circulando pelos ventos apocalípticos propagados pelas campanhas politicamente corretas em defesa do meio ambiente?

Ecologia –  Eco > repetição + logia > o que é correto, racional; ou seja, é fazer eco (repetir) o que é certo, aquilo que é próprio da natureza.
A ecologia surgiu em meados do século XIX como um ramo da biologia para estudar os seres vivos em sua relação com o meio ambiente onde se desenvolvem. Não era a prática de um simples modismo, mas a própria dinâmica das sociedades produtivas e do acumulo de problemas criados no uso dos recursos.
Na década de 80 do século passado (XX), no auge dos movimentos alternativos, o assunto foi exposto de forma radical visando uma mudança de hábitos de consumo, preservação de recursos, combate à poluição (atmosfera, da água, e sonora) e ao uso dos agrotóxicos, pregando inclusive uma redução da atividade industrial (produção de carros) e extinção de algumas indústrias como a de produtos descartáveis (plástico) e o uso da energia nuclear. O movimento visava uma clara mudança social, econômica e política. O tempo passou, os lixões de descartáveis só aumentaram e estão aí a poluir o ambiente de forma assustadora. - Carros? – são produzidos em série aos milhares, abarrotando cidades no mundo todo, para, em curto espaço de tempo, ser transformados em sucata...
- “O homem mago, inventor, / perdeu o controle de sua razão;/ fazer Eco à Logia, é ciência, é sabedoria, / para desligar a armadilha da destruição!”

Sustentabilidade – conceito >desenvolvimento sustentável como aquele capaz de atender as necessidades das atuais gerações sem comprometer os direitos das futuras gerações. (definição de 1980 – da comissão nomeada pela ONU – dirigida pela ex-primeira Ministra da Noruega – Gro Brundtland).

No tempo do Cabriolé*: - Praticava-se Ecologia e Sustentabilidade no tempo do Cabriolé quando tudo era sincronizado com o tempo que tem hora de chover, hora de plantar, hora de colher, hora de rezar, hora de festar e agradecer. Fim de colheita, fim de ano, fim de festa, fim de papo – hora de o cavalo encilhar, o cabriolé tomar e para casa voltar.
No trote do cavalo ia-se longe. Havia tempo para jogar conversa fora, visitar amigos, festejar, fazer serestas, ouvir a natureza cantar seu canto afinado e harmonioso. Sem poluição, produto da dita civilização...
Bons tempos... Quando ainda não havia Petrobrás também não havia embalagens de plástico descartável; todos os produtos eram acondicionados em recipientes reaproveitáveis (papel, madeira, vidro, lata/zinco, louça, cerâmica, tecido, couro, etc.). O lixo era de responsabilidade dos usuários que davam um destino adequado a cada tipo de embalagem: reuso e ou devolução aos fornecedores. Os arqueólogos urbanos atuais estão a descobrir cacos de cerâmica que foram enterrados junto aos alicerces e calçadas na hora das construções ecologicamente corretas.
Esse tempo vai longe... Muita coisa mudou. Hoje falta energia, falta água, falta respeito pelo meio ambiente, pela verdade, pelo outro...  Causas? – todos sabem, mas ninguém assume responsabilidades.

Vive-se  num circulo de problemas  ambientais, políticos, econômicos e sociais. Fazendo aquele jogo de palavras, onde uma leva a outra, temos: 
Ecologia = Amazônia = floresta = natureza = folclore = entidades tipo ‘Saci-Pererê’. Ele tem pito, mas não fuma. Ele pita. Pito precisa de brasinha, brasinha tem no fogão a lenha, lenha lembra árvore, lembra incêndio florestal;  lembra Amazônia > Desmatamento, demarcação de terras indígenas, MST, agronegócio, PIB – o do Brasil encerrou o ano no vermelho – como o barrete do Saci-Pererê... É o circulo vicioso que se perpetua. Vicio > bebidas, cigarros, drogas maconha, craque, cracolândia... > fumaça, poluição, deterioração da vida, do meio ambiente, da civilização.

- Preâmbulo, na volta do tempo, uma cena dos tempos do cabriolé: - Mecê pita? – era a pergunta (educada) do caboclo de cócoras ou sentado no calcanhar, feita ao companheiro de dois dedos de prosa, após o paciente preparo do cigarro de palha, e antes de começar a fumar. Só depois de ouvir um ‘não brigado’..., é que ele dizia ‘licencinha... ’ e começava a soltar as baforadas verificando se o vento estava a favor ou contra. Tudo ecologicamente correto...

*Cabriolé > carruagem leve de duas rodas, com capota móvel, puxada por um cavalo