A seca prolongada e os problemas dela decorrentes nos grandes centros urbanos estão servindo para sacudir o marasmo e o comodismo de governos e população mal acostumada ao venha a nós...
Fala-se muito e
previne-se nada. Criam-se slogans e palavras assimiladas pelo publico sem a
correspondente ação. Ecologia, sustentabilidade, meio ambiente... - são algumas
dessas mensagens do mundo contraditório, onde se fala uma coisa e se pratica
outra. E as ‘ilhas de calor’ vão
surgindo, crescendo, complicando a vida de todos com a falta de água, energia,
transportes adequados, etc. - Já
desligou o ar condicionado? – quantas embalagens plásticas/mês você descarta? –
vai de carro ou faz caminhada?...
Podemos dividir o problema ambiental entre o
antes e o depois do: - ‘plástico’
descartável; - do carro que abarrota as ruas e polui as grandes cidades; - da
vida no campo e das atuais aglomerações urbanas, etc. A natureza é pródiga em
se refazer, basta deixar de limpar o quintal e ele se transforma numa pequena
floresta de acordo com os micronutrientes em seu solo, com o risco de até
‘onças’ aparecerem por lá. Por falar nisso, quantas ‘onças’(ouro) estarão
circulando pelos ventos apocalípticos propagados pelas campanhas politicamente
corretas em defesa do meio ambiente?
Ecologia
– Eco > repetição + logia > o que é
correto, racional; ou seja, é fazer eco (repetir) o que é certo, aquilo que é
próprio da natureza.
A ecologia surgiu
em meados do século XIX como um ramo da biologia para estudar os seres vivos em
sua relação com o meio ambiente onde se desenvolvem. Não era a prática de um
simples modismo, mas a própria dinâmica das sociedades produtivas e do acumulo
de problemas criados no uso dos recursos.
Na década de 80 do
século passado (XX), no auge dos movimentos alternativos, o assunto foi exposto
de forma radical visando uma mudança de hábitos de consumo, preservação de
recursos, combate à poluição (atmosfera, da água, e sonora) e ao uso dos
agrotóxicos, pregando inclusive uma redução da atividade industrial (produção
de carros) e extinção de algumas indústrias como a de produtos descartáveis
(plástico) e o uso da energia nuclear. O movimento visava uma clara mudança
social, econômica e política. O tempo passou, os lixões de descartáveis só
aumentaram e estão aí a poluir o ambiente de forma assustadora. - Carros? – são
produzidos em série aos milhares, abarrotando cidades no mundo todo, para, em
curto espaço de tempo, ser transformados em sucata...
-
“O homem mago, inventor, / perdeu o controle de sua razão;/ fazer Eco à Logia,
é ciência, é sabedoria, / para desligar a armadilha da destruição!”
Sustentabilidade
–
conceito >desenvolvimento sustentável como aquele capaz de atender as
necessidades das atuais gerações sem comprometer os direitos das futuras
gerações. (definição de 1980 – da
comissão nomeada pela ONU – dirigida pela ex-primeira Ministra da Noruega – Gro
Brundtland).
No
tempo do Cabriolé*: - Praticava-se Ecologia e
Sustentabilidade no tempo do Cabriolé quando tudo era sincronizado com o tempo
que tem hora de chover, hora de plantar, hora de colher, hora de rezar, hora de
festar e agradecer. Fim de colheita, fim de ano, fim de festa, fim de papo –
hora de o cavalo encilhar, o cabriolé tomar e para casa voltar.
No trote do cavalo
ia-se longe. Havia tempo para jogar conversa fora, visitar amigos, festejar,
fazer serestas, ouvir a natureza cantar seu canto afinado e harmonioso. Sem
poluição, produto da dita civilização...
Bons tempos...
Quando ainda não havia Petrobrás também não havia embalagens de plástico
descartável; todos os produtos eram acondicionados em recipientes reaproveitáveis
(papel, madeira, vidro, lata/zinco, louça, cerâmica, tecido, couro, etc.). O
lixo era de responsabilidade dos usuários que davam um destino adequado a cada
tipo de embalagem: reuso e ou devolução aos fornecedores. Os arqueólogos urbanos
atuais estão a descobrir cacos de cerâmica que foram enterrados junto aos
alicerces e calçadas na hora das construções ecologicamente corretas.
Esse tempo vai
longe... Muita coisa mudou. Hoje falta energia, falta água, falta respeito pelo
meio ambiente, pela verdade, pelo outro... Causas? – todos sabem, mas ninguém assume
responsabilidades.
Vive-se num
circulo de problemas ambientais,
políticos, econômicos e sociais. Fazendo aquele jogo de palavras, onde uma leva
a outra, temos:
Ecologia = Amazônia =
floresta = natureza = folclore = entidades tipo ‘Saci-Pererê’. Ele tem pito,
mas não fuma. Ele pita. Pito precisa de brasinha, brasinha tem no fogão a
lenha, lenha lembra árvore, lembra incêndio florestal; lembra Amazônia > Desmatamento, demarcação
de terras indígenas, MST, agronegócio, PIB – o do Brasil encerrou o ano no
vermelho – como o barrete do Saci-Pererê... É o circulo vicioso que se
perpetua. Vicio > bebidas, cigarros, drogas maconha, craque, cracolândia...
> fumaça, poluição, deterioração da vida, do meio ambiente, da civilização.
- Preâmbulo, na volta do tempo, uma cena dos tempos
do cabriolé: - Mecê pita? –
era a pergunta (educada) do caboclo de cócoras ou sentado no calcanhar, feita
ao companheiro de dois dedos de prosa, após o paciente preparo do cigarro de
palha, e antes de começar a fumar. Só depois de ouvir um ‘não brigado’..., é que ele dizia ‘licencinha... ’ e começava a soltar as baforadas
verificando se o vento estava a favor ou contra. Tudo ecologicamente correto...