As tétricas imagens do programa eleitoral do PT exibido no horário politico do dia 15/05 me
remeteram a um passado onde os cidadãos não viveram o caos que hoje temos, nem a
insegurança generalizada das últimas décadas.
Passado é passado, e o que eu
conheci não tem nada a ver com a imagem de medo, nem de raiva no olhar das
pessoas como as que eles apresentaram no programa politico – para assustar e
intimidar o eleitor. A vida como eu conheci num passado não tão remoto assim, e
da qual tenho saudade, seria uma benção se desse para traze-la de volta, pois
há muitos exemplos que deveriam ser aplicados atualmente.
O objetivo deste texto não é necessariamente uma
critica, mas uma oportunidade de contar às novas gerações como se vivia sem
MST, MTST, black bloc, balas perdidas,
cracolândias, e sem propaganda politica obrigatória, isso há meio século.
Família - em primeiro lugar quero ressaltar que havia
Família constituída de pai, mãe, filhos,
netos/as, avós, bisavós, tios/tias,
primos/as... Mesmo enfrentando dificuldades ou diferenças entre si, formavam
uma egrégora com sólidos laços afetivos.
MST – Havia os sem terra – pessoas que realmente queriam
trabalhar a terra, e para tal não necessitavam ser proprietários e arcar com
todos os encargos e custos de uma propriedade . Eles negociavam o uso de um
espaço (uma quarta de terra, por exemplo) onde, em sistema de rotação de
culturas plantavam gêneros de produção rápida como: feijão, batata doce,
batatinha, amendoim, milho, milho de pipoca, cebola, alho, abóbora e outros. O acordo com o proprietário era por um ou dois
anos em parceiras como meieiros, terceiros e até arrendatários por um valor
fixo pelo uso da terra. Em geral moravam na cidade; nos intervalos dos
trabalhos nessa terras eles faziam empreitadas de roça de pastos, capina de
lavouras e colheitas de café, por exemplo. A colheita era para consumo e venda
direta em feiras na cidade ou de porta em porta.
As leis trabalhistas aliadas a inúmeras formalidades
burocráticas inviabilizaram a participação do pequeno proprietário nessa
relação de trabalho e uso do solo. Resultado – os sem terra foram excluídos da
cadeia produtiva que visava o seu sustento e independência econômica. Hoje os
politizados sem terra do MST com certeza não aceitariam essa relação de uso
social do solo produtivo, pois significa ter que assumir responsabilidades e
arcar com o trabalho sem patrão para garantir uma renda chova ou faça sol.
Os Pobres e os Moradores de rua – não havia moradores de rua, nem
favelados, nem ‘dimenor’ cometendo crimes. Havia pobres, porém eram pessoas que
se esforçavam para ter um ganho seu de forma honesta sem esperar pelo ‘maná
caindo do céu’, nem pelo pai Estado.
O Estado, a Igreja e a Sociedade eram
solidários com os menos necessitados, menores sem família, idosos, doentes. Havia
escolas não só nas cidades, mas na área rural também. Entidades e clubes
sociais também davam sua contribuição para garantir uma vida sem miséria.
Bem antes do começarem a aparecer os ‘salvadores da
pátria’, havia liberdade de ir e vir, respeito ao próximo, ética nas relações
pessoais e sociais, segurança, livre iniciativa, tudo regido pela retidão de
caráter e exemplo dos mais velhos.
É bom aprender a olhar para o passado sem medo, pois
ninguém sabe o dia de amanhã. Vivemos num mundo material de ilusões que pode se
eclipsar mais rápido do que se imagina. O núcleo familiar será o melhor reduto
que um cidadão pode aspirar.
A propaganda politica enganosa dos dias atuais
envergonha a sociedade cansada da falta de respeito desses indivíduos que
fazem da politica um meio de viver às custas de quem trabalha. Cuidado com os
candidatos cujos projetos genéricos nada tem a propor e que façam a diferença do
que aí está.