‘“A mão do gato” é um desses contos populares para ilustrar fatos da vida real e dos quais se podem tirar lições.
Para quem não conhece o conto:
-“ Era uma vez um macaquinho guloso que vivia pulando de galho em galho pronto para assaltar algum ninho de passarinhos ou apoderar-se dos melhores frutos do belo pomar de dona Maricota.
Certo dia, lá do alto de uma árvore, observou dona Maricota carregando um cesto cheio de castanhas. Pulando de galho em galho foi atrás dela e viu pela janela da cozinha quando ela colocou o cesto sobre o fogão.
Porém, dona Maricota, com um tição revolveu as cinzas quente e espalhou as castanhas cobrindo tudo com mais cinza e algumas brasas vermelhinhas. Depois saiu para o campo.
O gato que perambulava pela casa, sentindo o calorzinho das brasas veio e se enrolou na soleira do fogão.
O macaquinho logo se animou e saltou para a janela que ficara aberta. Muito esperto, já com um plano na cabeça, chamou pelo gato:
- Olá amigo. Quero propor-lhe um bom negócio.
- Negócio? – perguntou o gato sonolento.
- Sim. Aí debaixo das brasas há um monte de castanhas. Se você me ajudar a retirá-las eu divido com você. Metade para mim metade para você.
O gato olhou o braseiro e disse:
- Pegue você mesmo...
- É que você é mais ágil que eu. Suas patinhas são apropriadas para o serviço. Basta puxar, dar tapinhas para tirar as cinzas e eu vou amontoando. Depois é só dividir a colheita!
Envaidecido com o elogio o gato começou a tarefa; as brasas chamuscavam até seus bigodes, mas sentia que valia a pena! O espertalhão do macaquinho não perdeu tempo. Foi comendo uma a uma cada castanha que o gato ia retirando e jogando para seu lado.
Estavam no melhor da festa quando dona Maricota apareceu. Ela pegou a vassoura e desancou o gato pego de surpresa, enquanto o macaquinho espertalhão já havia fugido pela janela. O gato, sentindo o peso do castigo miou e correu desesperado atrás do macaquinho indo juntar-se a ele no alto da árvore. Enquanto lambia as patinhas chamuscadas falou:
- Eu quero minha parte das castanhas.
- A castanhas? He..He...He... – riu o safado. Comi a minha parte. A sua está lá no fogão. Volte lá e pegue.
O gato percebeu que havia caído na lábia do macaquinho. Restaram-lhe a humilhação e a dor das vassouradas recebidas, as patinhas chamuscadas e castanhas assando...”
Certamente, se houvesse um bom cão de guarda na história, o final seria outro.
Qualquer semelhança com o que vem ocorrendo no país: - ganância, ambição, corrupção, roubo, impunidade dos mandantes e ‘vassouradas’ nos tolos que se prestaram a ser “mão do gato” - não são meras coincidências. A história se repete e sempre haverá os espertos a se dar bem na vida porque sabem que o caminho está livre para agirem.
Falam em punições mais rigorosas. Falam em ‘crime hediondo’, e até em ‘pena de morte’. Um exagero! A solução está em vigilância redobrada e melhor escolha dos administradores da coisa pública, pois os Cleptomaníacos estão de plantão 24 horas por dia e não resistem ao brilho dos $$$$$$$.
Cleptomaníaco – pessoa que rouba por impulso, mesmo que nem sempre consiga usufruir do produto do roubo.